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quinta-feira, 9 de abril de 2015

Dilma diz à CNN ter certeza que não houve dinheiro de suborno em sua campanha

EM ENTREVISTA

Reuters | 09h52 | 09.04.2015

O ex-gerente-executivo da diretoria de serviços da estatal Pedro Barusco, um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras, falou sobre um pedido de "patrocínio" na campanha presidencial de 2010

Dilma
"Eu tenho absoluta certeza que a minha campanha não tem dinheiro de suborno", disse a presidente ao ser questionada sobre os depoimentos da operação Lava Jato
REUTERS
A presidente Dilma Rousseff afirmou ementrevista ao canal em espanhol da emissoraCNN ter certeza de que não houve dinheiro desviado de corrupção em sua campanha presidencial, e reiterou que as contas de sua candidatura foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Eu tenho absoluta certeza que a minha campanha não tem dinheiro de suborno", disse Dilma na entrevista realizada no Palácio do Planalto esta semana, que teve trechos divulgados na noite de quarta-feira pela emisssora norte-americana.
"Isso não quer dizer que eu me coloque acima de ninguém. Qualquer brasileiro, cidadão ou cidadã, ele deve prestar contas do que faz. Eu prestei para o Tribunal Superior Eleitoral, entreguei as minhas contas, e elas foram auditadas e foram aprovadas", acrescentou.
Dilma disse que se for confirmado que dinheiro de suborno chegou a alguém, "essa pessoa tem que ser responsabilizada, é assim que deve ser".
Em depoimento à CPI da Petrobras no mês passado, o ex-gerente-executivo da diretoria de serviços da estatal Pedro Barusco, um dos operadores do esquema de corrupção na empresa, relatou que houve pedido de "patrocínio" à fornecedora de sondas da Petrobras SBM Offshore para a campanha presidencial de 2010, quando Dilma foi eleita.
No entanto, Barusco afirmou não saber se os valores repassados foram diretamente direcionados para a campanha eleitoral.

Segundo o ex-gerente, que firmou um acordo de delação premiada com a Justiça, o PT, partido da presidente, teria recebido de 150 milhões a 200 milhões de dólares em propina como parte do esquema de corrupção descoberto pela operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Ainda de acordo com Barusco, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, gerenciava o recebimento de propinas para o partido no sistema que envolveu a petroleira, empreiteiras e políticos.
Vaccari e o PT negam as acusações. O tesoureiro, que prestará depoimento à CPI da Petrobras nesta quinta-feira, responde a processo sob acusação de receber doações para o PT oriundas de propinas pagas por empreiteiras para a obtenção de contratos com a Petrobras.
Dilma não está entre os investigados no âmbito da operação Lava Jato.
Na entrevista à CNN, a presidente voltou a defender a atuação do governo em resposta ao escândalo bilionário de corrupção na estatal, reiterando que as fraudes foram descobertas em investigações da Polícia Federal.
"Nós descobrimos porque a Polícia Federal e o Ministério Público Federal descobriram, prenderam, doleiros", disse. "Quando se prendeu esses doleiros, se descobriu que um desses doleiros tinha ligação com um diretor da Petrobras, e ai é que foi puxado todo o novelo da corrupção feita por funcionários da Petrobras."
Três ex-diretores da estatal (Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque), já são réus no processo iniciado pela Lava Jato, além de Vaccari, executivos de empreiteiras que tinham contratos com a Petrobras e o doleiro Alberto Yousseff, acusado de ser um dos operadores do esquema.


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