SÉRIE
04.05.2015
A série "Penny Dreadful" retorna para 2ª temporada na sexta-feira. Em coletiva, Harry Treadaway, que interpreta Frankenstein, fala sobre a repercussão da produção com o público
Até quem já assistiu a "Penny Dreadful" não vai deixar de levar uns sustos quando começar a ver a segunda temporada, que estreia na sexta (8), às 23h, na HBO, quase uma semana após ser exibida na TV americana. Os demônios que tentam possuir o corpo de Vanessa (Eva Green) vão atormentá-la quando ela estiver em uma conversa tensa com Ethan Chandler (Josh Hartnett) nas cenas iniciais.
Na nova etapa da trama, que mostra o explorador Malcolm Murray (Timothy Dalton) enfrentando forças sobrenaturais na soturna Londres do período vitoriano, ele descobrirá novos inimigos e todos ao seu redor sentirão a influência dos novos vilões.
Quem também terá destaque na história, escrita por John Logan, roteirista de "A invenção de Hugo Cabret", é Victor Frankenstein, interpretado por Harry Treadaway. O jovem cientista terá de lidar com as consequências da morte de Brona Croft (Billie Piper), por quem tinha sentimentos estranhos, e também o efeito de suas experiências que podem trazer pessoas de volta à vida. Um dos experimentos de Frankenstein, "A Criatura" (Rory Kinnear), recuperará a independência depois de conseguir emprego.
Em uma entrevista coletiva para apresentar a segunda temporada à imprensa americana, Harry Treadaway falou sobre a trajetória do personagem, a recepção do público e como fez para se sentir no universo do cientista criado por Mary Shelley (1797-1851) e que se mistura a outras histórias da literatura britânica na série, cujo nome vem dos contos de terror publicados na Inglaterra durante o século XIX.
Quais os rumos do Victor Frankenstein após o final da primeira temporada? O assassinato da Brona foi apenas uma morte ou um experimento dele?
Há uma ambiguidade nos motivos que o levaram a tirar a vida da Brona. Ela estava morrendo (com tuberculose), mas não iria morrer no momento adequado. Ele acredita que tirar alguém do sofrimento é uma coisa boa.
Há uma pista de que o V no nome do Victor é, na verdade um V de virgem. É por isso que ele tem uma obsessão pela Brona, que é uma prostituta?
Eu não gostaria de falar isso sobre alguém. Você precisa assistir à temporada inteira.
Nessa próxima fase da trama, ha chance de vermos o Victor em algum envolvimento amoroso?
Não seria legal? Seria bom ver alguém amaciar a realidade dura do período vitoriano. Porém, não posso falar muito sobre isso ainda.
O que você pesquisou para entender a prática dos médicos e cientistas daquela época?
Senti que precisava de um curso rápido de medicina e ética do período vitoriano antes da primeira temporada. Então, entrei em contato com professores da Universidade de Cambridge e passei um dia na faculdade, olhando as instalações antigas e conversei com ele sobre as práticas que faziam. Acho que me ajudou a entender os ideais de um gênio obcecado em criar vida.
Qual a sua habilidade para lidar com os cadáveres cenográficos?
Eu passei um tempo com um jovem médico de Dublin, que me deu lições de autópsia, de como abrir o peitoral de alguém, como cortar, tirar a pele. Praticamos com bonecos, que reproduziam a pele humana, usados pelos estudantes de Medicina. Há designer e pessoas do departamento de arte que passaram a vida fazendo aquilo. Podem fazer qualquer parte do corpo humano. E tudo parece real.
O que as pessoas que você conhece e fãs disseram sobre o seu papel em "Penny dreadful"?
Creio que meus amigos não esperavam uma dedicação intensa no aprofundamento em um personagem. Eles achavam que fosse um terror superficial.
Como é encarar um personagem tão conhecido como Frankenstein?
Eu não assisti a nenhum dos filmes sobre ele. Pegar o texto e ver o que o Josh Logan estava adaptando foi o suficiente para me inspirar.
João Fernando
Agência O Globo
Agência O Globo
FONTE:
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/zoeira/terror-em-cena-1.1281650
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