NOVO CENÁRIO
04.05.2015
Operadoras trabalham com novo cenário onde consumidores trocam ligações por aplicativos como o WhatsApp
O número de usuários de smartphones vêm aumentando. Só em 2014, houve um crescimento de 25% no mundo. No Brasil, estima-se que existam 38,8 milhões de utilizadores. Nos próximos três anos, a estimativa é de que o número de conectados no País salte para 72 milhões.
Aliado ao crescimento no número de usuários está o desenvolvimento dos aparelhos, melhorias nos padrões e nas tecnologias de telefonia móvel, além um maior acesso ao serviço; o que resulta em um novo formato de comunicação, voltada principalmente para o envio de dados e não somente de voz. A exemplo, ligações passam a ser cada vez menos utilizadas e aplicativos de mensagens instantâneas estão ganhando espaço e tornando-se os preferidos para comunicação.
Usuário de smartphone há 5 anos, o empresário Daniel Vasconcelos, 22, vem trocando a tradicional ligação por mensagens em apps. Ele vê no uso de WhatsApp, Mensseger, Viber e outros, uma forma de comunicação eficiente e econômica.
"WhatsApp é o dia inteiro, fico ligado 24 horas. Utilizo tanto para uso pessoal quanto para trabalho, pois, muitas vezes, alguns clientes estão em reunião, não podem falar. Recentemente tive que trocar o plano de telefonia para outro que atendesse à minha necessidade de internet móvel, já que me comunico bem mais por apps do que por ligação", afirma Vasconcelos.
Estratégia de mercado
Uma pesquisa realizada em 2014 pelo Ibope a pedido da fabricante Qualcom indicou que 89% do brasileiros que possuem smartphones dizem se comunicar por meio de apps (uma alta de 164% em relação a 2013). Dentre as principais atividades com o celular, chamadas telefônicas caíram 64%. Pensando nesse novo cenário, operadoras de telefonia móvel vêm mudando a sua estratégia de mercado e se aliando aos "antigos inimigos".
De acordo com Daniel Moreira, diretor regional de vendas consumer da TIM Nordeste, a companhia vem contando com investimento em redes nos últimos dois anos para atender uma demanda de maior de dados. "Os investimentos para 2015 a 2017 tem como foco a ampliação do 4G e 3G no País, pensando nesse cenário. Pretendemos elevar o número de antenas 4G de 3,7 mil em 2014 para mais de 15 mil até o fim de 2017", afirma. Além disso, a TIM é adepta ao "zero rating", que se refere à prática de oferecer planos que garantam ao usuário o uso de algum aplicativo sem que nada seja descontado do seu pacote de dados, como o WhatsApp, em que a operadora não cobra as chamadas.
A estratégia adotada é semelhante a de outras operadoras. Para Marcelo Tenner, diretor regional da Vivo Nordeste, esse 'boom de dados' vem sendo observado há 8 anos. A meta da operadora para atender a nova demanda é fortalecer as coberturas 3G e 4G no País. "Não registramos redução em ligações. Os apps vêm para adicionar. Nós mudamos o nosso portfólio de planos e, agora, dispomos de franquias de variam de 500 MB a 8G", destaca.
Abordando a mesma estratégia, a Oi vem registrando aumento na receita de dados. No quarto trimestre de 2014, a empresa cresceu 32,5% em relação ao mesmo período de 2013. Somente no segmento pré-pago, a receita de internet móvel da Oi aumentou 76,3% no quarto trimestre de 2014, em relação ao mesmo trimestre de 2013, enquanto no pós-pago esse crescimento para o mesmo período foi de 29,3% - devido, principalmente, a pacotes de dados. Até o fechamento dessa edição a Claro não enviou posicionamento.
Notificação do Procon
Em relação à notificação do Procon às operadoras pelo corte da velocidade de internet, as empresas de telefonia afirmaram que estão tomando as providências solicitadas, como aviso prévio do fim da franquia, principal medida apontada pelo órgão.
Mais informações:
Para fazer reclamações procure o Procon Fortaleza (http://www.Fortaleza.Ce.Gov.Br/procon) e a Anatel (http://www.Anatel.Gov.Br).
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/suplementos/tecno/dados-sao-mais-utilizados-que-voz-1.1282852
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