Jornal aponta que ex-ministro é um dos vários membros da equipe sob investigação
O Financial Times deu destaque em sua edição à crise criada no governo de Michel Temer (PMDB) pela divulgação do áudio em que um dos principais articuladores do impeachment de Dilma Rousseff, Romero Jucá (PMDB), defende a necessidade de afastar a mandatária para "romper a sangria" da Lava Jato. O jornal cita trechos da conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e aponta que tal crise ameaçou desestabilizar a gestão Temer, justamente no momento em que o peemedebista pretende lançar um programa econômico "ambicioso". Mas a decisão de Jucá de deixar o cargo "rapidamente", ponderou o periódico, pode ajudar a limitar o dano político.
A menção ao senador Aécio Neves (PSDB) na conversa entre Jucá e Machado também ganhou espaço. "A dupla discutiu como Aécio Neves, o líder do principal partido de oposição, o PSDB, também poderia ser consumido pelas investigações de corrupção se o impeachment não se concretizasse", diz o FT, indicando os trechos em que Machado diz que estariam todos na bandeja para ser comidos, e Jucá afirma que o tucano seria o primeiro.
Não ficou fora da visão do jornal britânico ainda o fato de Jucá ter mencionado que estava em conversa com militares, que teriam garantido manter a calma durante a crise política, e com alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que teriam indicado que as investigações da Lava Jato continuariam enquanto Dilma Rousseff permanecesse no poder, devido a sua impopularidade com a mídia.
"O Sr. Jucá é um dos vários membros da nova equipe ministerial de Temer que estão sob investigação no caso da Petrobras, no qual membros da antiga coalizão do governo do PT de Dilma Rousseff são acusados de tramar com executivos da companhia e empreiteiros para obter subornos e propinas", diz o jornal britânico.
O FT publicou o trecho da escuta em que Romero Jucá diz: "Nós temos que mudar este governo para romper a sangria". O fato de Jucá estar sendo investigado pelo caso da Petrobras e fazer parte da liderança do novo governo, junto com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que também está sob investigação na Lava Jato, ficou em evidência, assim como o afastamento do peemedebista Eduardo Cunha do comando da Câmara dos Deputados, em meio a envolvimento com o "petrolão".
FONTE: Jornal do Brasil
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