POR CANAL DO ENSINO - Postado por: John Lennon
Considerada a obra mais importante do naturalismo brasileiro, O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, é um livro de alegoria do século XIX, lançado em 1890, tendo uma ótima aceitação popular ao mesmo tempo em que também sofreu algumas críticas devido ao seu conteúdo, digamos, “mais adulto” e incomum para os romances da época.
Isso porque o naturalismo, mesmo estando na moda na Europa, no Brasil ainda era um movimento literário novo, carregando consigo a doutrina naturalista ao narrar como é a vida das pessoas em uma habitação coletiva (cortiço) de pessoas mais pobres na cidade do Rio de Janeiro.
Devido a uma caracterização fiel da sociedade carioca da época, englobando diversos problemas e conflitos presentes no cotidiano dessas pessoas e em suas relações com os meios, O Cortiço pode ser considerado uma obra permeada pelo contexto histórico, sendo uma ótima forma de se entender melhor o Brasil do Século XIX em diversos aspectos.
Através dessa habitação coletiva, o cenário que praticamente também se traduz em um personagem na própria narrativa, esse romance difunde as ideias naturalistas que se baseiam nas influências do meio, das raças, dos momentos históricos e dos próprios instintos humanos como influenciador de comportamentos da psique dos personagens.
“João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.”
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