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domingo, 29 de julho de 2018

Saiba como usar o cartão de crédito sem se endividar além da conta

Modalidade de pagamento pode ser útil para quem consegue manter as despesas sob controle. É preciso, porém, evitar o uso indiscriminado da ferramenta para não acumular dívidas
(foto: CB/D.A. Press)
O uso do cartão de crédito é visto, muitas vezes, como uma despesa ou um problema a ser resolvido, mas não para o consumidor brasileiro. De acordo com a pesquisa da plataforma de crédito Just, três em cada quatro brasileiros não consideram o gasto com cartão como uma dívida. A pesquisa aponta que o consumidor associa dívidas ao pagamento de juros, em situações em que não há a liquidação completa da fatura.

A coach Lílian Neuberger Guin, 46 anos, faz parte desse grupo. Para ela, o cartão pode ser utilizado como uma ferramenta para a organização dos gastos. “Eu uso o cartão de crédito para unir todas as despesas do mês e pagá-las em um dia só. Assim, posso deixar o dinheiro no banco, rendendo até o vencimento da fatura”, conta.

Lílian diz que, para controlar o que é gasto com o cartão de crédito, utiliza planilhas e até aplicativos, mas afirma ser equilibrada com as despesas. De acordo com ela, os gastos mensais não passam de 30% do limite do cartão. A lição, no entanto, não foi absorvida do dia para a noite. “Já cheguei a me endividar por conta dele. Antes de morar em Brasília, tudo que eu e meu marido precisávamos, comprávamos no cartão de crédito. Com o tempo, fomos perdendo o controle”, afirma.

A conta, um dia, chegou. “Virou uma bola de neve e tivemos que negociar com o banco. Dividiram o saldo em parcelas bem mais em conta, e ficamos pagando a dívida durante cinco anos. Só depois de um bom tempo aceitei a oferta de um novo cartão”, relata Lílian. “Quando a gente é muito nova, acha até que a despesa do cartão não precisará ser paga. Mas, com o tempo, a gente vai aprendendo que é preciso colocar tudo na ponta do lápis”, diz.

Hábito

O problema das dívidas com o cartão de crédito nasce, principalmente, da falta de hábitos de gestão financeira dos brasileiros, afirma o vice-presidente do GuiaBolso e diretor do Just, Bruno Poljokan. “Isso prejudica a organização das despesas pessoais”, afirma.

Ele observa que dívida não é apenas aquilo que não é pago. “Quando gasta, você faz uma dívida. Ela deve caber no seu fluxo de caixa, e não representar apenas aquilo que não consegue pagar”, destaca Poljokan. Por isso, é importante colocar na ponta do lápis as principais despesas.

“É fundamental que o consumidor saiba mensurar quanto ganha e quanto gasta no mês, além de priorizar as despesas mais importantes. As essenciais são gastos como aluguel, alimentação, entre outros”, afirma o vice-presidente do GuiaBolso. “Em segundo plano, temos os custos financeiros de dívidas pendentes. Por último, os gastos de qualidade de vida, que são bares, restaurantes e consumo de roupas”, complementa Poljokan.

O educador financeiro Jônatas Bueno destaca que a utilização do cartão de crédito só é vantajosa quando feita com inteligência, e limitada ao que se tem na conta bancária. “Ele é muito vantajoso quando usado exatamente como o cartão de débito”, explica. Ajuda quem precisa de prazos mais longos e traz benefícios que o pagamento à vista não oferece. “Você tem a opção de pagar a conta depois de 30 dias e ainda ganha pontuação em programa de milhagens”, completa.

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