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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Docentes são capacitados para a educação especial


ENSINO PÚBLICO

Docentes são capacitados para a educação especial


O edital para seleção dos professores municipais para o curso de capacitação deverá sair até o fim deste mês
Iguatu. Até o fim deste mês, a Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC) vai divulgar edital para seleção de docentes da rede municipal e estadual de ensino com oferta de vagas para o curso de Formação de Professores em Atendimento Educacional Especializado. Trata-se de um projeto pioneiro no Brasil que começou em 2007 e já formou quase sete mil professores de vários municípios do País.

Professora Ana Rita Damasceno é uma das capacitadas na formação para o trabalho especializado


Os novos gestores, prefeitos e secretários de Educação têm a oportunidade de aderir ao projeto. Serão ofertadas 900 vagas, um número aquém da demanda nacional. A prioridade é atender os municípios do Ceará. O curso é gratuito e será realizado na modalidade à distância com encontros presenciais nos polos educacionais nas cidades de Fortaleza, Cascavel, Juazeiro do Norte e Sobral.

Os professores e gestores interessados devem ficar atentos à divulgação do edital na página da Internet da UFC ou procurar as secretarias de Educação do município ou das cidades polos. "Esse é um projeto pioneiro de referência nacional e reconhecido pelo Ministério da Educação", frisou a coordenadora pedagógica, Rita Vieira de Figueiredo, uma das idealizadoras da formação docente.

Em 2008, o MEC estabeleceu a Política Nacional de Educação Inclusiva determinando oferta de matrícula no ensino regular para alunos considerados deficientes ou especiais. De forma antecipada, a UFC, por meio da Faculdade de Educação, abriu a primeira turma com 1.300 professores/alunos da rede municipal e estadual de ensino. Em 2008, nova turma com 2.200 participantes, e em 2010, com mais 3.500 inscritos.

Na última turma, somente no Ceará, 300 professores participaram da formação especializada. Para a professora Rita Figueiredo, os novos gestores dispõem de várias vantagens. "Já encontram uma rede de professores formados, salas de recursos instaladas e oferta de uma nova turma de formação especializada", disse.

A professora Francinete Alves de Oliveira Gifonni, coordenadora pedagógica, e uma das idealizadoras do Curso de Formação de Professores em Atendimento Educacional Especializado, destacou o objetivo do projeto: "É facilitar a inclusão educacional, remover barreiras para o processo de aprendizagem dos alunos que apresentam deficiência intelectual". A partir deste ano, a coordenação geral do projeto ficará sob a responsabilidade da professora Ana Márcia Siqueira.

Os coordenadores do curso não acreditam na possibilidade de retrocesso com o ingresso de novos gestores que poderiam transferir professores já capacitados, por questões políticas e partidárias. "Isso seria um atraso, um despropósito", disse Rita Figueiredo. "Houve um investimento em uma formação de alto nível e o município sozinho não dará de conta do atendimento da demanda conforme preconiza a legislação do MEC", ressaltou a educadora. Os municípios devem dispor de salas de recursos multifuncional dotadas de computadores, impressoras, jogos, equipamentos que facilitem e permitam a acessibilidade dos alunos ao conhecimento.

Esses espaços são ocupados pelos alunos no contraturno, assistidos por professores especialistas, capacitados para que o estudante especial torne-se mais apto e eficiente no desenvolvimento da aprendizagem.

O MEC distribuiu em todo o Brasil mais de 30 mil salas de recursos multifuncionais. A coordenação do projeto ainda não tem um levantamento do número exato desses espaços implantados no Ceará. Entretanto, a professora Rita Figueiredo ressalta que cada cidade deve ter pelo menos uma dessas salas com adequada condição de funcionamento. "Na falta da sala de recursos, os pais dos alunos podem acionar o Ministério Público Estadual e exigir atendimento para o seu filho", frisou. "Essa é uma garantia legal".

Caso a escola em que o aluno estiver matriculado não dispor de sala de recursos, o estudante poderá frequentar no contraturno espaço em outra escola. "Deve haver uma interlocução entre professor, família e a gestão escolar", disse Rita Figueiredo.

Processo
No início da inclusão educacional, alguns professores temiam dificuldades para atender alunos considerados especiais em sala de aula regular, em meio aos ditos normais. "Quando se indaga se os professores e as escolas estão preparadas para a inclusão, devemos também perguntar se há uma preparação para o ensino regular, pois há reclamações constantes sobre a falta de estrutura das unidades de ensino e também deficiência geral de aprendizagem", observou a professora. "A inclusão é um processo, uma conquista da cidadania que deve avançar". Para a professora, Rita Fiqueredo, o temor de alguns docentes em atender alunos especiais dissipa com a experiência. "Logo as dificuldades são superadas e não há porque ter receios".

Mais informações
Secretaria do Curso de Formação de Professores em Atendimento Educacional Especializado
Faculdade de Educação da UFC
Telefone: (85) 3366. 7532-

HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER 


FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1224287

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