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domingo, 7 de julho de 2013

Investimento público é o que puxa


ECONOMIA CEARENSE

Investimento público é o que puxa

07.07.2013
Montante contribuirá para que se confirme a previsão de crescimento de 4% para o PIB do Ceará neste ano
Mais uma vez, os investimentos públicos aparecem como fortes impulsionadores da economia cearense, impactando consideravelmente a indústria e o setor de serviços. Para este ano, segundo dados da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (Sefaz-CE), projeta-se investimentos de R$ 4,9 bilhões.

Governo e municípios alavancam a economia através das obras públicas. FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR

"Nos últimos anos, a execução dos investimentos do governo estadual tem se concentrado mais no segundo semestre. Portanto, se o governo executar o montante projetado, 2013 será o ano com o maior nível de investimentos desde o início da gestão do governador Cid Gomes, cujo primeiro mandato data de 2007", destaca Nicolino Trompieri Neto, coordenador de Contas Regionais do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

De acordo com ele, por conta dessa meta, dado o cenário macroeconômico atual, permite-se manter a projeção de crescimento da economia estadual na ordem dos 4%, bem acima da estimado para o País (2,40%). Vale lembrar que no primeiro trimestre de 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará cresceu apenas 1,94%, praticamente acompanhando o ritmo do País, cujo indicador registrou pífio 1,9% de acréscimo.

Estiagem impactou
Tal desempenho foi puxado sobretudo pela agropecuária. O primeiro trimestre foi de queda, com recuo de 5,94% na atividade na comparação com igual período do ano anterior. "Ainda não temos os resultados da safra de grãos como o milho, o arroz e o feijão, maior parte das lavouras, que sai no segundo trimestre. Mas mesmo sendo um ano de chuvas abaixo da média , este ano está sendo comparado com um ano de forte seca, portanto espera-se um crescimento pequeno para safra", afirma.

Demais setores
Por outro lado, no que tange à indústria, Nicolino chama a atenção para os números mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até abril deste ano.

"A indústria cearense parece retomar uma tendência de crescimento. De janeiro a abril deste ano, a alta foi de 2,91% ante o resultado de igual período de 2012. Para se ter uma ideia, em iguais meses de 2012, a produção industrial no Estado havia recuado 2,45%", aponta.

Já com relação ao setor de serviços, responsável por quase 70% da atividade econômica estadual, o coordenador de Contas Regionais do Ipece destaca o impacto negativo da retomada de altas na taxa de juros para conter a inflação, revertendo-se em menor ritmo de crescimento. "No acumulado de janeiro a abril, o volume de vendas no comércio varejista cresceu 4,57%, ante iguais meses do ano passado; enquanto que, em igual período de 2012, no comparativo com 2011, a taxa de crescimento havia sido de 7,29%", explica.

Conforme disse, para o restante do ano, o comportamento do setor irá depender em grande parte da resposta dos consumidores ao aumento da taxa de juros ao fim do ano, projetada para 9,25%, segundo o último relatório Focus do Banco Central. (ADJ)

Agropecuária não deve se recuperar neste ano
Se na primeira metade do ano a agropecuária cearense já não teve motivos para comemoração, o quadro não deverá ser revertido nos próximos seis meses. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, no segundo semestre, a situação crítica pela qual vem passando o setor deverá ser intensificada.

Castigado pela seca desde 2012, o Estado do Ceará deve continuar a contabilizar perdas na sua lavoura neste ano, mesmo com as chuvas irregulares que vêm ocorrendo a partir da segunda quinzena de abril FOTO: KID JÚNIOR

"Na segunda metade do ano não tem chuva como na primeira. É quando o rebanho enfrenta dificuldade ainda maior, ainda mais neste ano que, de janeiro a junho, não choveu o suficiente e a estiagem assolou o Ceará", lamenta o presidente da Faec. Entretanto, afirma Saboya, as chuvas atípicas que ocorreram em maio e junho deram uma leve recuperada nas pastagens.

"Isso deve permitir que se postergue um pouco mais, até novembro, quem sabe, que o rebanho venha a morrer em escala menor pela falta de alimento", emenda. "E se continuar chovendo em julho, mesmo que de forma irregular, será importante para a agropecuária", destaca. Conforme disse, embora o governo estadual aponte para perdas da ordem de apenas 1% no rebanho, ele estima que estas devam ser maiores. "Em torno de 10% de todo o rebanho", contrapõe o presidente da Faec.

Castigado pela seca desde 2012, o estado do Ceará deve continuar a contabilizar perdas na sua lavoura este ano, mesmo com as chuvas irregulares que vem ocorrendo a partir da segunda quinzena de abril.

De acordo com a quinta edição do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considera o período de 16 de abril a 15 de maio de 2013, a produção cearense de grãos em 2013 deve somar 719.832 toneladas, resultando numa queda de 42,27% ante a primeira estimativa do ano (1.246.856 t) e de 1,52% em relação às projeções do mês anterior (730.963 t). Já em comparação com a safra de 2012 (233.857 t), que foi de estiagem intensa, a perspectiva é crescer 207,81%.

Motivação
Conforme disse, o que pode ajudar a diminuir as perdas tanto na agricultura como na pecuária é a parceria de cooperação técnica estabelecida junto com o Banco do Nordeste (BNB) para o fomento à produção e aquisição de forragem irrigada a fim de manter o rebanho. "Serão disponibilizados recursos para irrigação nas áreas do Estado aonde existe água", afirma.

Ações
Segundo Saboya, a presidente Dilma está para lançar um Plano Agrícola e Pecuário específico para o Nordeste. "Era para ter sido anunciado no último dia 21 de junho. No início do mês (de junho) ela divulgou um plano maior para o Brasil, mas exclusivo para a região é a primeira vez que acontece", declara.

"Todas essas ações estão dentro dos projetos que ela prometeu quando esteve aqui na reunião dos governadores do Nordeste e abordou a seca que assola a região. Até agora o que há de concreto é o carregamento de 30 mil toneladas de milho importado para ajudar a manter o nosso rebanho", destaca. (ADJ) 


FONTE:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1288685

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