DALLAS - Um adoçante 100% natural criado a partir do agave - planta usada para fabricar a tequila - pode reduzir o nível de glicose no sangue e ajudar diabéticos do tipo 2 a controlar sua glicemia. O adoçante atuaria, ainda, na redução do peso, é o que aponta uma pequisa mexicana apresentada na Reunião Nacional da Sociedade Química Americana, que acontece em Dallas, nos Estados Unidos.
Segundo os pesquisadores do Centro de Investigações e Estudos Avançados em Biotecnologia e Bioquímica de Irapuato, em Guanajuato, no México, as propriedades benéficas do agave se dariam por ele não ser digerido pelo organismo, mas mesmo assim atuar como uma fibra adoçante.
O estudo foi conduzido em ratos e ainda não se sabe se em humanos produziria o mesmo efeito, mas o adoçante já é apontado pelos cientistas como uma nova opção para obesos e diabéticos.
“Acreditamos que o agavins (derivado do agave) tem um grande potencial como ‘adoçante de luz’, uma vez que são açúcares altamente solúveis, tem um baixo índice glicêmico e um sabor neutro, mas o mais importante, eles não são metabolizados pelos seres humanos”, disse Mercedes G. López, principal autora do estudo em resumo apresentado em Dallas no último domingo. “Isso coloca o agavins em uma posição de grande importância para o seu consumo por pessoas obesas e diabéticas”.
Nos ratos, o agavins aumentou os níveis de GLP-1, um peptídeo que estimula a produção de insulina, regula a pressão arterial e retarda o esvaziamento do estômago. Por isso, sugere o estudo, ele pode ajudar no emagrecimento.
Frutanos e frutose
Os agavins não são sacarose, glicose ou frutose como se conhece. São frutanos, polissacarídeos da frutose, mas com grandes cadeias unidas e ramificadas que o corpo humano não consegue digerir. Por isso não afetam o nível de glicose no sangue e não representam risco aos diabéticos quando consumidos em quantidade.
Em estudo de 2012, publicado na revista “Foods for Human Nutrition‘, pesquisadores já haviam descoberta propriedades benéficos dos frutanos. Seu consumo foi capaz de impulsionar níveis de lactobacillus probióticos benéficos e bifidum. E, por ser fibroso, também reduziam níveis de colesterol e triglicérides no sangue.
“O agave, assim como outros frutanos, são os melhores adoçantes para apoiar o crescimento de micróbios sudáveis na boca e no intestino”, destacou Mercedes.
Em algumas lojas de produtos naturais, é possível encontrar produtos similares ao mel feitos de agave. São o xarope e a calda de agave. Apesar de serem feitos da mesma planta, os três produtos são diferentes. O xarope e a calda têm suas cadeias separadas em forma individual, e não são indicadas aos diabéticos por terem alta concentração de frutose.
Na nova pesquisa, intitulada “Agavins como possíveis novos adoçantes para obesos e diabéticos”, Os cientistas misturaram agavins na água dos ratos, que foram alimentados com uma dieta padrão. A cada semana, os animais eram pesados e tinham seus níveis de glicose medidos. De acordo com o resumo apresentado na reunião, a maioria dos ratos que receberam a água suplementada apresentaram menores níveis de glicose no sangue, comeram menos e perderam peso em comparação com os outros, que receberam água adicionada com outros adoçantes, como glicose, sacarose, frutose, xarope de agave e aspartame.
A desvantagem deste adoçante é que ele não possui gosto tão doce quanto outras formas de açúcar, e nem todos seriam capazes de tolerá-lo. Assim como outros tipos de fibra, ele tem grande potencial para causar problemas digestivos.
Tequila não traz benefícios
Ao contrário do que se possa pensar, a tequila não é uma bebida rica em agavins. No processo de fermentação da glicose e da frutose após o cozimento das folhas da planta, os agavins se convertem em etanol, perdendo sua propriedade.
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FONTE: PIADOLÂNDIA
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