Virgindade? Então vamos conversar.
Arte de Alexandra Lessavaeur |
A virgindade parece existir apenas enquanto penetração peniana. O homem meteu o pênis, deixa de ser virgem; a mulher sentiu a metida, não é mais "pura" - afinal, ser virgem ou não também tem a ver com pureza e inocência. No entanto, creio que a penetração é o que menos interessa nos enlaces entre duas pessoas. Para mim e para alguns estudiosos, a virgindade está mais relacionada ao êxtase da intimidade. Encontrar-se nu diante do outro, sentir e ser tocado nas partes íntimas são motivos suficientes para que se conheça o funcionamento sexual que persiste em nossa sociedade. Sem contar que este é o caminho que nos leva aos desejos que resultam na penetração. Conhecer essa dinâmica na pele é não ser virgem. Diria que isso elucida um pouco das discussões acerca do assunto e vai de encontro ao que foi culturalmente imposto.
A palavra virgem é de origem latina e advém da palavra virgo, que significa mulher jovem. Provavelmente, seja por isso que este termo também esteja tão relacionado à mulher. É no sexo feminino que as mudanças ocorrem quando há o deflorar da sexualidade. Além do sangrar - marca de perda da virgindade, mas que foi constatado que nem sempre se dá dessa forma, existem as mudanças de atitude por se sentir mais mulher. Já o homem não, ele se sente o gostosão e pronto. Para ele, a meninice acaba naquele momento e as circunstâncias passam a ser outras em seus futuros encontros. Para a mulher, um pecado. Para o homem, um alento. Desse modo, é cultural a forma como a virgindade é vista e encarada diante de ambos os sexos. Essa forma de compreender tais âmbitos já consta da origem etimológica do termo em questão.
Um outro ponto fundamental é a importância que esta tem (ou tinha) na sociedade. Antes, na época dos nossos pais, mulher que já tivesse feito sexo sem casar era incumbada ou puta. Hoje em dia, é normal. Quando se vê um namoro de alguns tantos meses, já se conclui a possibilidade de terem praticado a tal delícia. A forma como o sexo é colocado nas redes sociais, que são formas que possibilitam a interação contínua entre os indivíduos, torna este assunto menos polêmico e menos criticado se comparado com algumas décadas passadas... apesar das instituições religiosas pregarem o sexo somente após o casamento.
Enfim, sou ousada mesmo e trago discussões tamanhas pra este espaço. Mas e você? O que achou de tudo isto que falei? Participa comigo que depois te dou um doce..rsrs. Comentário ou e-mail, tanto faz, você quem escolhe.
FONTE: http://pudornenhum.blogspot.com.br/2014/05/virgindade-entao-vamos-conversar.html
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