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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ceará em alerta para risco de vírus

FEBRE CHIKUNGUNYA

Ceará em alerta para risco de vírus

20.10.2014

Preocupação é que o vírus causador da doença comece a circular no Estado, como ocorre na Bahia


Após a confirmação de quatro casos da febre chikungunya no Ceará, sendo uma ocorrência em Brejo Santo e as demais em Fortaleza, o alerta agora é para o risco de introdução do vírus no Estado. Até agora, todos os episódios da doença registrados no Ceará foram importados. Porém, no Brasil, já foram diagnosticados 299 casos em pessoas que não têm registro de viagem internacional para países onde ocorre a transmissão, os chamados autóctones. A preocupação é que a situação se repita no Ceará e o vírus comece a circular no Estado, a exemplo do ocorre no Amapá, Bahia e Minas Gerais.
Para o coordenador de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, Nélio Morais, a ameaça de introdução e circulação viral de chikungunya no Ceará é concreta pois, os estados brasileiros, incluindo um do Nordeste, já são territórios de propagação do vírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti - vetor da dengue - e do Aedes albopictus.

Segundo o Ministério da Saúde, até o dia 11 deste mês, dos 337 casos registrados no Brasil, 38 foram importados de pessoas que viajaram para República Dominicana, Haiti, Venezuela, ilhas do Caribe e Guiana Francesa. Os outros 299 são autóctones, sendo 17 no Amapá, 281 na Bahia e um em Minas Gerais.
O município que mais contabilizou casos autóctones foi Feira de Santana (BA), com 274 ocorrências. Este cenário aumenta a vulnerabilidade do Ceará, segundo Morais, pois "Feira de Santana fica nas margens da BR-116 e o fluxo de veículos que passam rumo ao Ceará é enorme". A preocupação é justificada também pela transmissão autóctone da dengue e presença do mosquito Aedes aegypti em 146 municípios dos 184 do Estado.
Além disso, o coordenador chama atenção para o cenário posterior à transmissão que, de acordo com ele, são as graves sequelas deixadas pela doença, que é semelhante à dengue, mas menos letal. "A chikungunya imobiliza as articulações. As experiências na América Central e Caribe mostram que os pacientes que tiveram a febre ficam comprometidos fisicamente de seis meses a um ano e meio após o tratamento. Em muito casos, com punhos e mãos completamente imobilizados", ressaltou.
Febre alta, dor muscular e nas articulações, cefaleia e exantema são sintomas da chikungunya. Para Morais, um dos gargalos nas ações que buscam conter a proliferação da doença é justamente a dificuldade do diagnóstico. "Temos que preparar os profissionais. A clínica da chikungunya é idêntica à da dengue".
Procedimentos
De acordo com ele, na atual situação, a orientação é que em todo caso suspeito de dengue que chegue às unidades de saúde é necessário fazer o comparativo com a chikungunya. O procedimento para diagnóstico da febre inclui análise clínica, epidemiológica e laboratorial. Porém, nos territórios onde há epidemia, a análise laboratorial é dispensável. Dos 337 casos registrados no Brasil, 87 foram confirmados por exames de laboratório e 250 por critério clínico-epidemiológico. Atualmente, três casos suspeitos estão em investigação no Ceará.
Conforme a Secretaria da Saúde do Estado, toda suspeita deve ser comunicada em até 24h ao Serviço de Vigilância Epidemiológica Municipal, que por sua vez, deve informar imediatamente à equipe de controle vetorial local para a adoção das medidas. Em Fortaleza, segundo Morais, quando há casos suspeitos, a vigilância é acionada e entre 24h e 48h, atua para barrar o transmissor. "Vamos até a residência da pessoa que está com a suspeita e usamos o pulverizador costal para eliminar o mosquito. Em casos de áreas pequenas, esse tipo de bomba é dez vezes mais eficaz que o fumacê".
Para evitar a transmissão do vírus, o coordenador enfatizou que é fundamental que a população reforce as ações de eliminação dos criadouros dos mosquitos. As medidas de prevenção são as mesmas indicadas para o controle da dengue, que dentre outras são: vedar a caixa d'água, não deixar vasilhames no quintal que possam acumular água, verificar se as calhas não estão entupidas e colocar areia nos pratos dos vasos de plantas.
Outra orientação é que pessoas com suspeitas da febre chikungunya devem usar repelentes para impedir uma possível transmissão para o mosquito e, posteriormente, exposição das pessoas não contaminadas.
Thatiany Nascimento
Repórter
Mais informações
Secretaria da Saúde do Estado
(85) 3101.5227
Secretaria Municipal de Saúde
(85) 3452.6605
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FONTE: DN

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