PROTEÇÃO

Já há como driblar clonadores de cartões?

20.10.2014

A proposta de criação de um cartão apenas para compras online e via telefone não é nova, mas agora pode pegar

No início dos anos 2000, o Unibanco (já comprado pelo Itaú) lançou um cartão para compras pela internet. Depois de pouco tempo o cartão acabou. Não por problemas com a solução, mas porque naquela época compras via internet tinham tabus e medos enormes.

O tempo passou e outro banco, desta vez o Banco do Brasil (BB), resolveu apostar nesta solução. Criar um cartão virtual para tentar ajudar os clientes a evitarem problemas em compras pela internet, mas também via telefone. Segundo Érika de Sousa Rocha Antunes, assessora de mercado pessoa física do BB, o Ourocard-e é um cartão virtual de acesso a toda base de clientes do Banco do Brasil.

"Ele é um cartão espelho do cartão que o cliente já utiliza para a movimentação da sua conta bancária e das compras que ele faz no seu dia a dia. É a forma de usar um cartão na internet e para compras via telefone com um número diferente. Ele pode determinar o limite da compra, quantas ele pode fazer, determinar um prazo de validade de forma mais prática e mais segura", afirmou a assessora do BB.

Segurança garantida?

De acordo com Ricardo Bruno, da ActiveSec, empresa de consultoria e serviços gerenciados de segurança da informação, com escritório principal em Los Angeles, nos EUA, o cartão virtual gerado pelo BB pode ajudar no processo de compras mais seguras. "É importante avaliar o equilíbrio de segurança com a conveniência para o consumidor. Um dos exemplos de onde ele pode aumentar a segurança é no caso de uma compra sendo feita em site internacional ou loja virtual onde compras não são frequentes. Um cartão virtual com expiração, número de transações e valor autorizado limitados para aquela finalidade evita que o cartão seja utilizado por criminosos que venham a ter acesso ao número do seu cartão", disse Bruno.

O consultor lembrou, porém, que muitos contratos de cartão de crédito isentam ou limitam seus clientes dos riscos de fraude, desde que compras não autorizadas sejam comunicadas em tempo hábil para o banco ou operadora de cartão. "O uso do cartão virtual pode reduzir índices de fraude e por mais que o risco maior seja do banco, o consumidor tem a ganhar todo aquele tempo que seria necessário para lidar com o processo de reportar operações fraudulentas".

Tranquilidade

De acordo com a assessora do BB, um dos objetivos do cartão virtual é facilitar a vida do cliente dando-lhe mais tranquilidade nas operações. "Hoje, com o avanço do mercado virtual, das compras online, o cliente passa a digitar muitas informações na internet. Entre elas, o número completo do cartão, a data de validade e o código de segurança. Com o Ourocard-e ele terá uma numeração diferenciada e com o cliente determinando tudo ele poderá rastrear as compras mais facilmente e poderá fazer o bloqueio apenas do virtual sem nenhum outro constrangimento".

Virar moda?

Tentamos contato com Bradesco e Itaú para saber se os bancos tinham serviço similar, mas não tivemos retorno até o fechamento desta edição. Conversando com o consultor de segurança sobre se esta novidade poderia ser expandida no mercado nacional, o mesmo concordou que seria uma boa solução de segurança. "Acho que seria muito bom se mais bancos adotassem um serviço similar. O uso correto deste serviço possibilita o controle do cartão prevenindo que transações não autorizadas sejam processadas com sucesso".

Sem números

A reportagem questionou o banco sobre números de cartões virtuais criados no Banco do Brasil desde o lançamento do serviço, em agosto. Até o fechamento desta edição o departamento responsável, em Brasília, não havia retornado com os dados.

Sobre o motivo de a divulgação do serviço não ser maior, Érika Sousa informou que, como o produto é voltado para clientes do banco, a publicidade foi gerada apenas para o site da empresa e via comunicação interna.

FONTE: DN