Após tentar três vezes passar em Medicina em uma universidade pública por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e sempre “bater na trave”, o cearense Tercio dos Santos, (25), de São Gonçalo do Amarante (Região Metropolitana de Fortaleza) via cada vez mais o seu sonho se distanciar. Chegou a cursar um semestre de Engenharia Química, mas acabou trancando.
“Fiquei sabendo por meio de ex-professores do Rio de Janeiro de uma seleção para cursar Medicina na Rússia, com ajuda do governo de lá. Falei com a minha a mãe e ela me deu total apoio”, contou. Foi então que Tercio se inscreveu na Aliança Russa e participou de uma seleção. “Primeiro eu enviei a documentação e o meu histórico escolar. Após ser aprovado nessa etapa, participei de uma entrevista e fui aprovado também”, comemorou o futuro médico.
Tercio viaja no final de abril e vai estudar na Universidade Médica Estatal de Kursky, uma das mais respeitadas do país e que fica a 500 km de Moscou, capital da Rússia. Kursk tem cerca de 420 mil habitantes e é um dos centros culturais e religiosos do país. A cidade tem um grande complexo industrial, centros científicos e educacionais.
E para estudar lá não é exigido inicialmente outro idioma. “De abril a agosto irei fazer lá um curso preparatório, onde estudarei inglês e russo e o básico de Biologia, Física e Química. E em setembro começam as aulas de Medicina”, conta ansioso.
O Governo Russo dá incentivo a estudantes internacionais, mas cada aluno deverá custear cerca de R$ 7 mil por semestre, que inclui faculdade, moradia e plano de saúde. O sistema de ensino é bem rígido. “Eles são bem exigentes. Soube que têm avaliações orais diariamente e aulas até aos sábados”.
O curso terá duração de seis anos. Quando retornar ao Brasil, Tercio será submetido ao Revalida, um exame do Governo Brasileiro para reconhecer o seu diploma, que já será válido para toda a União Europeia. Segundo a Aliança Russa, diversos estudantes formados na Rússia foram aprovados no programa Mais Médicos. “Sonho agora em me formar médico e voltar para trabalhar em São Gonçalo do Amarante”.
(O Povo)
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