Polícia Militar estima a presença de quase 2 mil militantes no local.
Ato é pacífico; movimento já havia feito marcha nesta segunda no DF.
Do G1 DF
Tendas montadas por integrante da Frente Nacional de Luta de indígenas no gramado do Congresso Nacionaç (Foto: TV Globo/Reprodução) |
Integrantes da Frente Nacional de Luta (FNL) e lideranças indígenas amanheceram acampados no gramado do Congresso Nacional, na área central de Brasília, nesta terça-feira (14) em protesto por reforma agrária e demarcação de terras indígenas e quilombolas. De acordo com a Polícia Militar, havia quase 2 mil militantes no local pouco antes das 7h. O ato é considerado pacífico.
Os manifestantes estão acomodados no gramado atrás da Alameda dos Estados. Pedaços de bambu foram usados para a montagem de tendas. Alguns seguravam faixas com críticas ao governo. Uma delas tem os dizeres "Dilma, o dinheiro roubado da Petrobras é suficiente para fazer reforma agrária no Brasil".
Nesta segunda, membros da FNL fecharam três faixas do Eixo Monumental em marcha entre o Ginásio Nilson Nelson e o Congresso. O grupo já havia se pronunciado a favor das questões indígenas, se dizendo contra o projeto de lei que transfere o poder dessa demarcação do Executivo para o Legislativo.
Coordenador do movimento, José Rainha falou que o grupo pretende permanecer "hospedado" no local nos próximos dias. "Vamos acampar no gramado enquanto conversamos com o governo federal. Vamos nos reunir com os ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Ciência e Tecnologia e da Educação." Apesar das pautas, o grupo afirmou que não tem reuniões marcadas com as pastas.
Um dos dirigentes nacionais da FNL e presidente da Confederação Nacional da Agricultura Familiar do Brasil, Carlos Lopes, disse que o grupo não tem filiações políticas e cobra uma postura mais firme do governo federal. "Não aceitaremos mais o descaso do governo para com essa área. Estamos aqui de forma apartidária. Neste início do segundo governo, a Dilma não sinaliza ações positivas. O primeiro também teve resultados negativos."
O agricultor Benjamin José da Silva, de 72 anos, mora há três meses no acampamento Nelson Mandela, em São João da Aliança, em Goiás, e participou do ato. "Trabalhava na lavoura dos outros. Aí agora trabalho no assentamento. Quero uma terra para mim. É a primeira vez que participo de um movimento social, acho que podemos pressionar o governo."
O manifestante André Porfírio, de 25 anos, trabalha como vigia em Alto Paraíso de Goiás e mora no acampamento Dorcelina Forlador. Ele disse que participa do movimento porque quer viver no campo.
"Já tenho a minha horta no meu barraco e quero sair da cidade para a terra. Precisamos de melhores condições, a vida é muito difícil lá. Meu filho [de 5 anos] estuda, mas é complicada a situação", afirmou.
Primeiro dia
O grupo esteve nesta segunda na sede de alguns ministérios para tentar as reuniões. Segundo a coordenação da FNL, na pauta de pedidos para o Planejamento estão a apresentação do orçamento do Incra para 2015, o aumento de recursos para a compra de terras da reforma agrária, a criação de um grupo de trabalho, o aumento de 175% nos salários de servidores do Incra, a abertura de um concurso público e a abertura de uma ouvidoria sobre a dívida pública.
O grupo esteve nesta segunda na sede de alguns ministérios para tentar as reuniões. Segundo a coordenação da FNL, na pauta de pedidos para o Planejamento estão a apresentação do orçamento do Incra para 2015, o aumento de recursos para a compra de terras da reforma agrária, a criação de um grupo de trabalho, o aumento de 175% nos salários de servidores do Incra, a abertura de um concurso público e a abertura de uma ouvidoria sobre a dívida pública.
Segundo o Ministério do Planejamento, uma comissão formada por cinco integrantes do grupo foi recebida. O governo descartou aumentar em 175% a remuneração de servidores do Incra. “Os índices de reajuste dos servidores públicos serão discutidos na Mesa de Negociação que será iniciada em breve com as lideranças sindicais.”
“A questão orçamentária e a abertura de concurso estão no bojo das definições em curso neste momento que antecede a sanção da Lei Orçamentária Anual e a edição, logo em seguida, do Decreto de Programação Orçamentária”, diz a nota enviada pela pasta.
O ministério também informou que está aberta à participação no “Grupo de Trabalho” no diálogo com as lideranças do movimento, mas “orientou que o tema seja tratado com a Secretaria Geral da Presidência da República e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)”.
FONTE: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/04/grupo-acampa-no-congresso-por-reforma-agraria-e-direitos-indigenas.html
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