Cientistas nos EUA e na Inglaterra desenvolveram tecnologias que permitem “guardar o vento”, ampliando a utilidade das usin
POR REDAÇÃO DIÁRIO DA MANHÃDepois da afirmação da presidente Dilma Rousseff que, em entrevista coletiva concedida à ONU (Organização das Nações Unidas), disse que é necessário desenvolver uma tecnologia para “estocar vento”, surgiram notícias de que sim, isto já é possível. Pesquisadores da Universidade de Birmingham desenvolvem sistema com ar líquido para estocar energia proveniente de fontes intermitentes, como a solar e a eólica. Nos Estados Unidos, um consórcio de empresas, reunidas no Iowa Stored Energy Park, foi muito além e vai armazenar o próprio vento, que será utilizado para gerar energia quando for necessário. Ou, mais especificamente, nos momentos de pico de demanda, quando a energia é mais cara e pode oferecer um maior faturamento para o grupo.
Ar líquido
O Reino Unido vai utilizar ar líquido para estocar energia proveniente de fontes renováveis (solar e eólica). O método, já testado em planta-piloto, deverá entrar em escala comercial em 2018.
Segundo os responsáveis pelo projeto, a proposta é contribuir para a superação de altos e baixos no abastecimento provocados pela intermitência das fontes renováveis. Estocada em ar líquido, a energia estaria disponível para o consumo mesmo em dias nublados ou de calmaria.
O projeto foi explicado pelo professor Richard Williams, pró-reitor e diretor da Faculdade de Engenharia e Ciências Físicas da University of Birmingham, no Reino Unido, em palestra na Fapesp, durante o evento “UK-Brazil interaction meeting on cooperation in future energy system innovation”, realizado para promover a cooperação científica entre pesquisadores brasileiros e britânicos na inovação de sistemas de energia.
“Uma planta-piloto de 350 quilowatts (kW) encontra-se em funcionamento, conectada à rede elétrica do Reino Unido, há três anos. Essa unidade está sendo, agora, transferida para a University of Birmingham como uma plataforma de testes. E o governo disponibilizou um financiamento de 8 milhões para que uma unidade de demonstração, de 5 megawatts (MW), esteja operacional em meados de 2015. Tudo isso para que tenhamos a opção comercial da estocagem de energia em ar líquido até 2018”, disse Williams à Agência Fapesp.
Armazenando o vento em rochas
A maioria das fazendas de geração de energia eólica passa por períodos nos quais o vento é mais forte do que o necessário, principalmente à noite. Essa energia extra será utilizada para alimentar enormes compressores de ar, que enviarão o ar comprimido por meio de um túnel para uma camada de arenito localizada a cerca de 1.000 metros de profundidade.
O arenito é uma rocha extremamente porosa e, a essa profundidade, fica encharcado de água. O ar sob pressão ficará armazenado nesses poros, expulsando a água. O arenito fica localizado entre camadas de argila, que funcionam como um lacre que não deixa o ar escapar. Nos momentos de pico de demanda, quando mais energia é necessária, o ar comprimido nessas rochas profundas será então redirecionado para a superfície, sendo utilizado para gerar eletricidade.
A usina não é inteiramente movida pela energia do vento. Ela é na verdade uma usina híbrida, que utiliza energia eólica e uma turbina movida a gás natural. O ar-comprimido consegue elevar o rendimento da turbina em até 60%.
Energia limpa
O Brasil em menção às dificuldades decorrentes da viabilidade técnica de se substituir as hidrelétricas por fazendas de energia eólica, a notícia de que já é possível “estocar vento”, como quer a presidenta Dilma Roussef (PT) é ótima para um país que já produção de 6 mil megawats de energia eólica instalada e operando. Ou seja, a energia produzida a partir de usinas de vento no Brasil equivale a cinco vezes a capacidade máxima da Hidrelétrica de Furnas, em Minas, e é suficiente para abastecer cerca de 35 milhões de pessoas; estado líder, o Rio Grande do Norte atingiu sozinho 2 mil MW em abril; avanço da energia produzida através da força dos ventos, que traz uma forte geração de empregos, supera previsões de que o Brasil sofreria um racionamento por falta de energia; até o final deste ano, o País estará entre os dez maiores geradores desse tipo de energia no mundo; mas os dados são pouco divulgados por setores da imprensa, que preferem manter o povo na ignorância. (Com informações dos sites Inovação Tecnológica, Fapesp, Brasil247 e Opera Mundi).
(Marcus Vinícius, jornalista)
FONTE: Diário da Manhã
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