Que tal experimentar comer insetos? Eles podem ser o alimento do futuro, pois são econômicos e sustentáveis
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A estimativa da ONU é de que em 2030 o mundo terá 8,5 bilhões de pessoas. Essa foi a previsão que abriu o diálogo sobre alimentos alternativos sustentáveis econômica e ambientalmente, como é o caso dos insetos, ricos em proteínas e em vitaminas.
É neste contexto que há quem veja nos insetos o nutriente do futuro, como uma empresa francesa que comercializa os animais 'ao natural' ou com chocolates ou bolachas.
No seu regulamento sobre os 'Novos Alimentos', a União Europeia (UE) sublinhou em novembro passado que o consumo de insetos é prática comum em vários outros países, como em algumas culturas originárias da África, Ásia ou América Central.
Conforme o regulamento da UE, os insetos estão incluídos na definição de novos alimentos como "ingredientes alimentares obtidos a partir de animais", equiparados a outras partes como patas, cabeça ou asas.
Antes da UE, a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla em inglês) já tinha publicado um relatório sobre este novo alimento há três anos sob o título de 'Insetos Comestíveis: Perspetivas Futuras para a Segurança Alimentar'.
Segundo a FAO, "os insetos como alimento para humanos e para animais emergem como um assunto especialmente relevante no século XXI devido ao custo crescente da proteína animal, à insegurança alimentar, às pressões ambientais, ao crescimento da população e à procura crescente de proteína animal por parte das classes médias".
O consumo de insetos surge como uma alternativa interessante a outros alimentos e a aposta na produção dos mesmos começa a aparecer na Europa. É o caso de um casal de franceses que se estabeleceu em Málaga, na Espanha, referido pela agência espanhola EFE.
Uma das responsáveis pela exploração agrícola, Leticia Giroud disse que a sua intenção não passa pela venda da produção na Espanha, por ainda não ter autorização para tal, mas afirma que "as coisas estão mudando" graças ao relatório da UE que vai "harmonizar a situação no território".
Por enquanto, as toneladas de insetos desidratados destinados ao consumo humano que produzem são exportadas para o estrangeiro e vendidas a clientes que os incorporam em produtos como massa ou biscoitos.
Na França, uma empresa chamada Micronutris faz produtos semelhantes. Produz larvas ou grilos e vende os animais ao natural ou sob forma de outros alimentos integrados em chocolates, biscoitos e massas.
Para além dos benefícios para a saúde e para a sustentabilidade econômica, a Micronutris menciona que a produção de insetos é também uma mais-valia ambiental. Para o seu equivalente em carne bovina, um inseto consome sete vezes menos vegetais, 50 vezes menos água e produz 100 vezes menos gás com efeito de estufa.
A produtora estabelecida na Espanha pensa que o consumidor europeu já "está pronto" para incorporar insetos na sua dieta e defende que a "produção animal sustentável passa por animais invertebrados e por insetos", uma tendência que vem da "forte pressão da FAO e da Organização Mundial da Saúde".
Os insetos já fazem parte das ementas de alguns restaurantes de alta cozinha e a regulamentação da UE visa tornar mais segura a sua produção e o consumo pelo cidadão comum.
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