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Quando se trata de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), parece haver muita informação para casais heterossexuais, e em alguns casos para casais homossexuais masculinos também.
POR: NATASHA ROMANZOTIEM: 22.09.2017 | EM BEM-ESTAR, PRINCIPAL
Quando se trata de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), parece haver muita informação para casais heterossexuais, e em alguns casos para casais homossexuais masculinos também.
No entanto, um grupo normalmente é “esquecido”: as lésbicas. Grande parte dos artigos, campanhas e estudos são direcionais ao universo dos homens, sendo raro encontrar orientações para mulheres que fazem sexo entre si.
Fica a dúvida: sexo entre mulheres transmite DSTs?
Sim. As lésbicas e bissexuais estão em risco de doenças sexualmente transmissíveis. A transmissão pode ocorrer através de:
- Contato pele a pele;
- Contato de mucosa (por exemplo, boca a vagina);
- Fluidos vaginais;
- Sangue menstrual;
- Compartilhamento de brinquedos sexuais.
Algumas DSTs são mais comuns e podem ser passadas facilmente de mulher para mulher (como a vaginose bacteriana). Outras são muito menos propensas a serem transmitidas de mulher para mulher através do sexo (como o HIV).
As mais comuns e como tratá-las
Um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo em 2012 descobriu que 33,8% das lésbicas tinham um desequilíbrio da flora vaginal chamado vaginose bacteriana, que causa corrimento. Fungos, tricomoníase e HPV também apareceram nos exames.
Vaginose
Essa condição é normalmente mal tratada, pois é confundida com candidíase pelas garotas, que se automedicam. Os sintomas são corrimento, coceira na área genital e odor desagradável, principalmente após a relação sexual. Na presença de qualquer um destes sintomas, vá ao ginecologista– as vaginoses são facilmente tratáveis desde que usados os medicamentos corretos.
Candidíase
Provocada por um fungo, a candidíase é uma infecção que promove ardor e coceira na região vaginal, secreção espessa de cor branca e às vezes dor e irritação ao urinar. É transmitida pelo contato sexual direto, pelo uso de acessórios e até mesmo pelo compartilhamento de toalhas e calcinhas. Apesar de incômoda, é facilmente tratável com pomadas e medicação oral, sendo que esta medicação também deve ser tomada pela parceira, para evitar que ocorra novamente o contágio. Se você adquiriu o fungo durante sexo casual, ligue para a garota e avise. É chato, mas como não dá para saber na verdade quem passou pra quem, é melhor avisar.
Tricomoníase
Com sintomas e formas de transmissão parecidos com a candidíase, provoca também muita dor durante a masturbação ou penetração. O parasita – Trichomona vaginalis – pode ficar anos sem se manifestar, e o tratamento também é a base de medicação oral e pomadas vaginais.
HPV
Infelizmente, o HPV ainda não tem cura – o tratamento é sintomático, para eliminação das verrugas (cristas de galo) que aparecem na região do ânus e da vagina e que são características da doença – o que também evita a transmissão do vírus. A principal forma de transmissão é pela penetração, seja com os dedos ou com acessórios.
Existem outras condições facilmente transmissíveis entre mulheres, como herpes genital, sífilis, gonorreia, hepatite e infecção urinária.
Quanto a AIDS, existe uma discussão sobre a transmissão do vírus HIV em relações homossexuais femininas – mas é fato que ele pode ser espalhado através de fluidos corporais, como sangue, líquido vaginal, sêmen e leite materno.
O problema é que existem poucos casos oficialmente comprovados de transmissão de HIV entre lésbicas. Estas transmissões ocorreram principalmente através da realização de sexo oral em parceira menstruada.
No entanto, pode ser que mulheres apenas não estejam revelando sua verdadeira orientação sexual para os médicos. Logo, a regra é a mesma para toda e qualquer relação sexual: proteção sempre!
Como se proteger
O mesmo levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo revelou que apenas 2% das lésbicas se previnem durante o sexo.
Como já vimos, existe o risco de contrair diversas doenças. Qual a solução?
Primeiro, mãos, unhas e áreas genitais devem estar sempre limpas antes do sexo. Além disso, evite usar toalhas e roupas íntimas de quem você não conhece direito. Se está em um relacionamento sério e uma de vocês está com algum problema de saúde, não usem nada uma da outra até o diagnóstico e a cura completa.
Acessórios (dildos, vibradores, etc) devem sempre estar protegidos com camisinha, e esta deve ser trocada quando o acessório trocar de parceira. No sexo anal, se possível, use dedeiras. Nunca penetre a vagina de sua companheira com os dedos ou com brinquedos sem lavá-los e trocar a camisinha.
No sexo oral, pode ser usada a camisinha convencional, cortada verticalmente, uma proteção de látex vendida em casas de material odontológico ou um protetor de língua. Sim – é realmente necessário proteger a vagina antes da parceira colocar a língua. [WomensHealth, BemEstar, AgenciaAIDS]
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