Decreto presidencial permite que a bebida seja produzida sem lúpulo e tenha cereais como arroz e milho, além de corantes diversos e até espuma artificial. O povão protestou
Rio - Um grito de protesto ecoou nos bares do Rio afora após um amargo anúncio que desceu quadrado pela goela da cariocada. Com a mudança nas regras de padronização da cerveja brasileira, decretada pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira, a loura gelada poderá ser produzida sem lúpulo, ter corante diferente do tradicional caramelo, outros cereais além do malte e até espuma artificial. "Pode mexer em tudo, menos na nossa cerveja sagrada!", puxou o coro o corretor de seguros Alexandre Antunes, 49 anos. Cervejeiros alertam que a bebida pode ficar com sabor de 'mentirinha' e conter agrotóxicos.
Bebedores de carteirinha arriscam dizer que o presidente tomou a medida mais impopular de seu governo. Se a Reforma da Previdência e os cortes na educação geraram protestos, há quem diga que 'meter o dedo' na cerveja alheia vá gerar revolução! "Se tiver protesto, eu tô dentro! E ainda vou com a minha cervejinha na mão para a manifestação", brincou o jornalista Vinícius Borja, 36.
"O país está afundando, a gente precisa de tudo, de saúde, segurança. Tem tantas prioridades que chega a ser absurdo", reforçou a também corretora Erica Serrão, 38, que parou em um bar com o amigo Alexandre ontem na saída do trabalho.
O alteração no decreto que dispõe sobre a produção da cerveja permite o uso de substitutos do lúpulo, planta que confere aroma e amargor à bebida, além de conservá-la. Outro ponto é a possibilidade de substituir parte do malte da cevada por cereais como milho e arroz, mais baratos. Será admissível ainda acrescentar à fórmula matérias-primas de origem animal, como leite e mel; além de chocolate, sem que a bebida perca sua denominação.
Para especialistas, as medidas podem ser positivas para a indústria, mas não caírem no gosto do consumidor. "As cervejarias vão conseguir baratear ainda mais seus custos, mas não vão produzir um produto melhor. Vão só lucrar mais. As mudanças abrem precedente para a cerveja se tornar cada vez mais artificial, com uma espuma de mentirinha, um sabor de mentirinha, e fazendo mal à saúde", apontou Felipe Lima, biólogo, cervejeiro e integrante do grupo "Cervejarias populares".
Edison Lourival, vendedor ambulante da Cinelândia , diz que "com sede, brasileiro bebe qualquer cerveja"Luciano Belford/Agência O Dia |
Bebedores de carteirinha arriscam dizer que o presidente tomou a medida mais impopular de seu governo. Se a Reforma da Previdência e os cortes na educação geraram protestos, há quem diga que 'meter o dedo' na cerveja alheia vá gerar revolução! "Se tiver protesto, eu tô dentro! E ainda vou com a minha cervejinha na mão para a manifestação", brincou o jornalista Vinícius Borja, 36.
"O país está afundando, a gente precisa de tudo, de saúde, segurança. Tem tantas prioridades que chega a ser absurdo", reforçou a também corretora Erica Serrão, 38, que parou em um bar com o amigo Alexandre ontem na saída do trabalho.
O alteração no decreto que dispõe sobre a produção da cerveja permite o uso de substitutos do lúpulo, planta que confere aroma e amargor à bebida, além de conservá-la. Outro ponto é a possibilidade de substituir parte do malte da cevada por cereais como milho e arroz, mais baratos. Será admissível ainda acrescentar à fórmula matérias-primas de origem animal, como leite e mel; além de chocolate, sem que a bebida perca sua denominação.
Para especialistas, as medidas podem ser positivas para a indústria, mas não caírem no gosto do consumidor. "As cervejarias vão conseguir baratear ainda mais seus custos, mas não vão produzir um produto melhor. Vão só lucrar mais. As mudanças abrem precedente para a cerveja se tornar cada vez mais artificial, com uma espuma de mentirinha, um sabor de mentirinha, e fazendo mal à saúde", apontou Felipe Lima, biólogo, cervejeiro e integrante do grupo "Cervejarias populares".
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