Cuidados com a posição no berço podem evitar uma possível deformação na cabecinha do bebê (assimetria craniana) que aparece nos primeiros meses de vida. A boa notícia é que há tratamento para reverter o quadro
Após quatro meses do nascimento da filha, o pai ouve um comentário de familiares que a cabecinha da sua criança era assimétrica. Mesmo bravo, percebeu que a opinião procedia.
Alterne a posição de apoio da cabeça do bebê ao dormir. FOTO: ARQUIVO
Na sequência de consultas a neurocirurgiões e pediatras, vários diagnósticos e conselhos como: "Não se preocupe, pode ser que melhore um pouco, depois o cabelo disfarça". O pai médico passou a ler tudo sobre assimetria craniana e se deparou com um tratamento realizado por meio do uso de órtese craniana, uma espécie de capacete sob medida, até então disponível apenas nos Estados Unidos e na Europa.
"Foram seis meses vivendo na terra do Tio Sam com toda a família e, ao final do tratamento, minha filha teve a assimetria totalmente corrigida", relembra o dono dessa história, o cirurgião vascular Gerd Schereen.
Com a experiência vivida na busca por um procedimento adequado a sua filha, o médico decidiu se especializar no tratamento de assimetrias cranianas com órteses no Brasil e agora dirige a Cranial Care.
Curva de crescimento
O nome da doença é plagiocefalia posicional. É uma assimetria no crânio que atinge bebês nos primeiros meses e que precisa ser corrigida até o primeiro ano de vida. O tratamento pode ser iniciado até os 18 meses, mas quanto mais avança a idade do bebê mais longo será o tratamento e seus resultados serão mais modestos.
"Isso ocorre devido à curva de crescimento da cabeça do bebê, que está bem descrita no caderninho de acompanhamento pediátrico. Se os pais repararem bem, notarão que a estatura e o peso aumentam até o fim da segunda década de vida, enquanto que o perímetro encefálico, ou seja, o crescimento da cabeça do bebê, acontece quase exclusivamente nos dois primeiros anos, sendo que a velocidade de crescimento é muito maior nos primeiros meses após o nascimento", explica Schreen.
Processo de ossificação
Além disso, a cabeça do recém-nascido apresenta os ossos bem moles e separados pelas chamadas suturas cranianas, linhas que muitas vezes podem ser apalpadas na cabeça do bebê e se encontram na fontanela (popularmente conhecida moleira). Como ela cresce rapidamente nos primeiros meses de vida, impulsionada pelo crescimento cerebral, que pede espaço, se o apoio constante é no mesmo local, será sinalizado para o osso que naquela região da cabeça não pode crescer.
O especialista exemplifica: "É o que acontece quando o bebê fica deitado o dia inteiro na mesma posição apoiando a parte detrás da cabeça, por exemplo. Assim, um bebê com a cabeça normal ao nascimento pode desenvolver assimetria craniana".
Schreen afirma que o bebê deitado quase 24 horas na mesma posição de apoio da cabeça (apoiando a região posterior da cabeça no berço, no colo dos pais, no bebê-conforto ou no carrinho) durante os dois primeiros meses de vida pode desenvolver plagiocefalia posicional, especialmente se tiver uma forte preferência de virar a cabeça sempre para o mesmo lado.
É importante levar em conta que se, até os seis meses, não houver nenhuma deformidade, certamente a doença não acometerá a criança dali para frente, a não ser em situações bem específicas.
Para evitar que isso ocorra, os pais devem alternar a posição de apoio da cabeça ao dormir (ora para o lado esquerdo, ora para o direito ou para cima). Quando acordado e acompanhado por um adulto, o bebê deve ficar períodos de barriga para baixo (é o que chamamos de ´tummy time´).
Se o bebê só vira a cabeça para um dos lados ou gosta muito mais de um lado do que de outro, verifique com seu pediatra se ele não tem torcicolo congênito (até 90% dos bebês com essa doença evoluem para plagiocefalia posicional). Nesse caso, o ideal é fisioterapia. É possível usar cangurus ou slings, porém evite que o bebê fique muito tempo apoiado com a região detrás da cabeça. E, por último, limite/alterne o uso do bebê-conforto e das cadeirinhas.
VICKY NÓBREGAESPECIAL PARA O VIDA
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
Após quatro meses do nascimento da filha, o pai ouve um comentário de familiares que a cabecinha da sua criança era assimétrica. Mesmo bravo, percebeu que a opinião procedia.
Alterne a posição de apoio da cabeça do bebê ao dormir. FOTO: ARQUIVO
Na sequência de consultas a neurocirurgiões e pediatras, vários diagnósticos e conselhos como: "Não se preocupe, pode ser que melhore um pouco, depois o cabelo disfarça". O pai médico passou a ler tudo sobre assimetria craniana e se deparou com um tratamento realizado por meio do uso de órtese craniana, uma espécie de capacete sob medida, até então disponível apenas nos Estados Unidos e na Europa.
"Foram seis meses vivendo na terra do Tio Sam com toda a família e, ao final do tratamento, minha filha teve a assimetria totalmente corrigida", relembra o dono dessa história, o cirurgião vascular Gerd Schereen.
Com a experiência vivida na busca por um procedimento adequado a sua filha, o médico decidiu se especializar no tratamento de assimetrias cranianas com órteses no Brasil e agora dirige a Cranial Care.
Curva de crescimento
O nome da doença é plagiocefalia posicional. É uma assimetria no crânio que atinge bebês nos primeiros meses e que precisa ser corrigida até o primeiro ano de vida. O tratamento pode ser iniciado até os 18 meses, mas quanto mais avança a idade do bebê mais longo será o tratamento e seus resultados serão mais modestos.
"Isso ocorre devido à curva de crescimento da cabeça do bebê, que está bem descrita no caderninho de acompanhamento pediátrico. Se os pais repararem bem, notarão que a estatura e o peso aumentam até o fim da segunda década de vida, enquanto que o perímetro encefálico, ou seja, o crescimento da cabeça do bebê, acontece quase exclusivamente nos dois primeiros anos, sendo que a velocidade de crescimento é muito maior nos primeiros meses após o nascimento", explica Schreen.
Processo de ossificação
Além disso, a cabeça do recém-nascido apresenta os ossos bem moles e separados pelas chamadas suturas cranianas, linhas que muitas vezes podem ser apalpadas na cabeça do bebê e se encontram na fontanela (popularmente conhecida moleira). Como ela cresce rapidamente nos primeiros meses de vida, impulsionada pelo crescimento cerebral, que pede espaço, se o apoio constante é no mesmo local, será sinalizado para o osso que naquela região da cabeça não pode crescer.
O especialista exemplifica: "É o que acontece quando o bebê fica deitado o dia inteiro na mesma posição apoiando a parte detrás da cabeça, por exemplo. Assim, um bebê com a cabeça normal ao nascimento pode desenvolver assimetria craniana".
Schreen afirma que o bebê deitado quase 24 horas na mesma posição de apoio da cabeça (apoiando a região posterior da cabeça no berço, no colo dos pais, no bebê-conforto ou no carrinho) durante os dois primeiros meses de vida pode desenvolver plagiocefalia posicional, especialmente se tiver uma forte preferência de virar a cabeça sempre para o mesmo lado.
É importante levar em conta que se, até os seis meses, não houver nenhuma deformidade, certamente a doença não acometerá a criança dali para frente, a não ser em situações bem específicas.
Para evitar que isso ocorra, os pais devem alternar a posição de apoio da cabeça ao dormir (ora para o lado esquerdo, ora para o direito ou para cima). Quando acordado e acompanhado por um adulto, o bebê deve ficar períodos de barriga para baixo (é o que chamamos de ´tummy time´).
Se o bebê só vira a cabeça para um dos lados ou gosta muito mais de um lado do que de outro, verifique com seu pediatra se ele não tem torcicolo congênito (até 90% dos bebês com essa doença evoluem para plagiocefalia posicional). Nesse caso, o ideal é fisioterapia. É possível usar cangurus ou slings, porém evite que o bebê fique muito tempo apoiado com a região detrás da cabeça. E, por último, limite/alterne o uso do bebê-conforto e das cadeirinhas.
VICKY NÓBREGAESPECIAL PARA O VIDA
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
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