Ela ficou 3 dias em hospital e foi levada para abrigo pelo Conselho Tutelar.
06/02/2014 - 09:01
A menina de 11 anos que foi hospitalizada com mais de 200 bernes na região da cabeça e pescoço, em Goiânia, diz que sofreu muito até a retirada das larvas. “Eles andavam sem parar e eu sentia algumas pontadas, como se fossem picadas. Doía demais”, disse. A criança ficou três dias internada no Hospital Materno Infantil (HMI) e foi diagnosticada com pediculose (piolhos) e miíase, doença caracterizada por larvas, popularmente conhecidas como bernes.
A garota foi levada ao hospital pelo próprio pai no último dia 28. Segundo o HMI, ela foi tratada com antibióticos e recebeu alta no dia 31. Depois, foi entregue ao Conselho Tutelar, que a encaminhou para o Centro de Valorização da Mulher (Cevam). “Eu estava ficando doida e gritava de dor. Mas tiraram eles [bernes] e agora está bom, aqui estão cuidando bem de mim”, afirmou.
Na cabeça da criança, é possível ver os furos feitos pelos bernes. Agora, tomando medicamentos de três em três horas, ela diz que já se sente melhor. A única coisa que lamenta é a cabeça raspada “Quase não dói mais. O ruim é que agora não tenho mais cabelo, mas sei que ele vai crescer de novo”, afirmou a menina.
A conselheira tutelar Daniela Dagilca Fernandes afirma que a família é acompanhada desde 2010 e essa não foi a primeira vez que a menina foi diagnosticada com bernes. “O problema deles é muito grave, pois vivem em extrema miséria. Por isso, tivemos que intervir e retirar a menina de casa. Ela corria sérios riscos e precisava de cuidados emergenciais”, explicou.
Segundo Daniela, as crianças passam o dia nas escolas e o problema com as larvas ocorreu no período de férias. “Conseguimos inscrever essas crianças em escolas de períodos integrais, onde elas tomam banho e se alimentam. Os pais ficam com a responsabilidade na parte da noite. Durante o recesso, ao que tudo indica, os cuidados com higiene foram deixados de lado e a menina ficou nessa situação”.
O caso da menina foi encaminhado para o Juizado da Infãncia e Juventude e ela permanecerá no Cevam até uma definição sobre o futuro. A conselheira tutelar diz que as outras crianças são acompanhadas de perto e nesta semana eles devem passar por avaliação médica. “Depois, vamos ver quais serão os próximos passos. Mas acho que não basta tirar as crianças dos pais e deixá-los lá. Esse não é o nosso papel, pois queremos ajudar a família para que ela permaneça unida, em uma moradia digna”, disse a conselheira.
FONTE: MEIO NORTE
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