DE DROGAS
Youssef é absolvido em ação sobre tráfico
22.10.2014
Ele era acusado inicialmente de ter entregue US$ 36 mil a acusado por comércio ilícito de entorpecentes
São Paulo. O juiz federal Sergio Moro absolveu o doleiro Alberto Youssef da acusação de ter ajudado a lavar dinheiro de um traficante de cocaína. Ele era acusado inicialmente de ter entregue US$ 36 mil a um acusado de tráfico internacional de drogas.
O juiz considerou que não havia provas que mostrassem a participação de Youssef de "forma relevante" para o tráfico. "O escritório de lavagem de dinheiro de Alberto Youssef teria sido utilizado apenas como entreposto dos US$ 36 mil", escreveu o juiz na sentença.
A entrega dos US$ 36 mil ao traficante havia sido pedida por um doleiro de Brasília. A Polícia Federal descobriu a participação de Youssef nesse caso durante a Operação Lava-Jato, que investiga desvios na Petrobras. Youssef sempre negou que tivesse lavado recursos de tráfico de drogas.
Rene Luiz Pereira foi condenado a 14 anos de prisão por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Ele era acusado de ter usado um doleiro de Brasília para lavar US$ 124 mil que foram obtidos com a venda de cocaína na Europa. Posteriormente, os valores foram enviados à Bolívia para a compra de mais cocaína.
Na Bolívia, o dinheiro foi usado para trazer 698 quilos de cocaína para o Brasil. A droga acabou apreendida pela polícia em Araraquara, no interior de São Paulo. O dinheiro que veio da Europa passou por duas empresas para ganhar uma aparência legal no Brasil.
Citação a tucano
O laranja de Alberto Youssef no Labogen - que lavava dinheiro via importações fictícias -, Leonardo Meirelles, reforçou as suspeitas de que o ex-presidente nacional do PSDB senador Sérgio Guerra (PE), morto em março, teria recebido propina do esquema de corrupção alvo da Operação Lava-Jato.
Ao ser questionado sobre o trecho da delação premiada vazado pela imprensa que cita o envolvimento do ex-presidente do PSDB, em audiência na 13.ª Vara Criminal Federal em Curitiba (PR), ele apontou o suposto envolvimento de Youssef com outro tucano "padrinho político do passado" e "conterrâneo" no Paraná - o doleiro é de Londrina, interior do Paraná.
"Em uma das ocasiões eu estava na sala (de Youssef), teve um contato telefônico do Alberto Youssef do qual surgiu o nome (Sérgio Guerra). Faltava um ajuste, alguém estava não reclamando, estava atribuindo alguma coisa que não estava acontecendo, que não estava caminhando em virtude do que tinha uma coisa do passado que estava parado. Aí surgiu o nome (Guerra)" (sic), afirmou Meirelles ao ser questionado pela defesa sobre o envolvimento de outros partidos com o doleiro.
O nome do ex-presidente nacional do PSDB foi citado pela primeira vez pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em sua delação premiada.
Ele afirmou que foi procurado pelo senador tucano em 2009 e foi extorquido em R$ 10 milhões. Em troca, ele atuaria para abafar a CPI da Petrobras, aberta em junho daquele ano.
Guerra ocupava uma das três cadeiras da oposição, na comissão composta por 11. Presidida pelo senador Romero Jucá, a comissão apurava entre outras irregularidades as supostas fraudes na obra da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo o delator, o dinheiro foi pago em 2010 pela construtora Queiroz Galvão. Tanto a empresa como o PSDB negam.
Convite a petistas
O PSDB apresentou ontem requerimentos para convidar o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e a mulher dele, a ex-ministra da Casa Civil e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), para depor na CPI mista da Petrobras. Os pedidos têm como base reportagem do jornal OEstado de S. Paulo em que é relatado que o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa declarou, em depoimentos que têm prestado na delação premiada, ter repassado R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. Segundo a reportagem, o pedido para Costa ajudar na campanha teria sido formulado por Alberto Youssef
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