PARA AMISTOSO
19h38 | 23.01.2015
Romário Reis e Jéfferson Silva foram chamados para jogo diante do superliga Nordeste, em Recife
Depois da convocação do linebacker Kaléo Melo, mais dois cearenses foram convocados para treinar com a seleção brasileira de futebol americano, para um amistoso contra o time da Superliga Nordeste, equipe que reúne os melhores jogadores da região. O quarterbackRomário Reis, de 20 anos, e o wide receiver e tight end Jefferson Silva, de 26, ambos do time do Ceará Caçadores (Equipe surgida há 1 ano, da fusão dos times Cangaceiros e Dragões do Mar) também foram chamados para a equipe brazuca e terão a chance, caso sejam aprovados, de jogar contra o Panamá, dia 31 de janeiro, quando o Brasi decide uma vaga para a Copa do Mundo de futebol americano.
Aos 26 anos, 6 deles praticando o esporte, Jéfferson ficou surpreso com a convocação para a seleção. A surpresa foi ainda maior porque o atleta esperava justamente jogar no time adversário do Brasil. "A gente sabia que, no final do campeonato, teria um amistoso do Brasil contra o time da Superliga Nordeste e a gente estava se preparando para jogar pelo time da Superliga. Na terça, o meu coach me ligou dizendo que eu estava convocado pra atuar pelo Brasil e foi uma baita surpresa", revela.
Apesar da expectativa de poder ajudar o Brasil no jogo diante dos panamenhos, Silva diz que o foco, no momento, ainda não é a Copa do Mundo. "Eu ainda nem conversei com os treinadores do Brasil, mas acredito que, para o jogo diante do Panamá, a seleção já esteja fechada. Meu foco é jogar bem no amistoso para que possamos ser lembrados em futuras convocações", comenta o jogador, que, paralelo ao esporte, trabalha como auxiliar de secretaria em uma faculdade na Capital.
Jéfferson avalia que o futebol americano tem crescido bastante na região nordeste e que os frutos deste crescimento já começam a ser colhidos. "(O futebol americano) está tendo mais visibilidade. No nordeste, mais ainda. A federação conseguiu fazer a final da Liga em um estádio de Copa do Mundo, que foi a Arena Pernambuco, no jogo entre o João Pessoa Spectros e o Recife Marines. A gente passa nas ruas e as pessoas já param a gente, falam que conhecem e que acopanham nossos jogos", disse.
Apesar de ver o futebol americano como algo crescente, Jéfferson falou que ainda é muito difícil se manter no esporte, em termos financeiros. "Eu fui contemplado com a passagem pra Recife, já que estive presente em todos os treinos e atividades do Ceará Caçadores e acabei sendo premiado. Mas, em outros casos, alguns colegas da equipe me ajudam com dinheiro de passagem ou algo assim. Meus patrocinadores são meus pais, que me ajudam na medida do possível".
Romário acredita na preparação para se manter no seleção brasileira
Apenas 20 anos, mas um discurso de veterano. O quarterback Romário também se disse surpreso com a convocação para o amistoso da seleção, mas acredita estar preparado para se manter no grupo. "Eu não esperava, já que a convocação foi de última hora. Fiquei surpreso. Demorou cair a minha ficha, mas, de pouquinho em pouquinho, a ficha caiu e eu vi que era verdade. Tenho um treinador que me prepara para encontrar dificuldades. Estudei muito e treinei muito para tentar esta vaga e acredito que estou bem preparado para isto", disse.
Romário é uma exceção, dentre os diversos praticantes do futebol americano no Estado. Com patrocinadores e apoiadores, o jogador tem uma estrutura considerada invejável para os praticantes da modalidade. "Como é um esporte amador, existe muita dificuldade, mas (o futebol americano no Estado) passa por um período de crescimento. Eu consegui um patrocinador, o Puro Açaí, além do apoio de uma associação esportiva, a MVG Esporte, onde eu conto com um treinador exclusivo, personal, academias, dentre várias outras coisas", enumera.
O jogador também se disse bastante feliz com a convocação do colega de time, Jéffeson. "A convocação dele foi muito boa, porque é um cara que eu conheço bem e já jogou comigo na temporada passada. Um jogador na minha posição precisa muito de um cara como ele pra lançar e ele faz isso muito bem. Estou muito feliz por ele", revela.
Romário também vê com bons olhos o crescimento do futebol americano e diz que a evolução do esporte exige ainda mais seriedade e profissionalismo dos atletas. "Quando eu comecei, em 2008, era um esporte amador, só por brincadeira. Hoje em dia, está se transformando numa coisa mais séria. Para conseguir um título, tem que ter um time bem preparado, organizado, patrocinador. O futebol americano está entrando num patamar bem maior do que era, devido a visibilidade de hoje, a explosão rápida. Então você tem que ter uma preparação detalhada, para ganhar algum título", conclui.
DN
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