Márcio Padrão
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Muitos paulistas estão se deparando com uma nova realidade com a crise no setor hídrico dos últimos meses: armazenar água em baldes, bacias, cisternas, banheiras e qualquer canto possível, seja para resistir aos horários sem água nas torneiras ou mesmo se prevenir se a seca chegar em casa. Mas pais de bebês e crianças pequenas que estiverem fazendo isso precisarão redobrar os cuidados.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os afogamentos são a primeira causa de morte entre crianças entre 1 a 4 anos e a segunda entre 5 e 9 anos, atrás apenas de acidentes de trânsito. Outro levantamento da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático) mostra que dos casos de afogamentos infantis, 25% ocorrem não em praias, rios ou piscinas, mas por queda em baldes e outros volumes menores de água.
Nos primeiros quatro anos de vida, bebês e crianças estão descobrindo o mundo e aprendendo a se movimentar. A combinação da curiosidade com a falta de experiência para o perigo são cruciais para que elas sejam alvos fáceis de afogamentos domésticos.
"Os bebês vieram da água, onde ficam confortáveis na barriga da mãe. Por isso, passam a mão na água e acham aquilo divertido. O reflexo em espelhos d'água também lhes são interessantes e elas não entendem que aquilo é perigoso", diz David Szpilman, médico especializado em terapia intensiva de afogamentos.
Há também o erro inconsciente dos pais, que diante de uma nova situação causada pela queda no volume dos reservatórios, não percebem que guardar água em recipientes e deixá-la ao alcance dos filhos é um atalho para acidentes graves.
"A maioria dos pais nem se preocupa com isso, porque é um tipo de acidente novo para eles. Por isso, alertamos para ficarem de olho na criança sempre", afirma o capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo, que contabilizou 22 mortes de crianças de zero a sete anos em São Paulo em afogamentos domésticos em 2014. A maioria ocorreu nos quintais (13 casos) e banheiros (4).
Cuidados
Se por um momento os pais descuidarem, e a criança acidentalmente cair em um balde ou deixar o rosto virado para a água, levará alguns segundos para ela começar a aspirar água. Geralmente em um a dois minutos nessa situação ela perderá a consciência. E por até mais dois minutos assim, o coração pode parar de bater.
A mãe ou pai precisam retirar a criança da água imediatamente, estender o pescoço dela e realizar cinco ventilações boca a boca, tapando o nariz. No caso de bebês até dois anos de idade, a operação é de boca a nariz.
Se não obteve nenhuma resposta de que a criança está viva, o próximo passo é realizar a chamada reanimação cardiopulmonar. São cerca de 30 compressões cardíacas no peito da vítima, na velocidade de 100 a 120 compressões por minuto --ou três a cada dois segundos.
Também é fundamental durante ou depois esse processo ligar para o socorro especializado, como os Bombeiros (telefone 193) ou o Samu (192). Eles também poderão ajudar o pai ou responsável com instruções pelo telefone.
O tempo médio de resposta de resgate do Corpo de Bombeiros de São Paulo é de 12 minutos, se haver alguma sede da corporação próximo à residência. Mas aspectos como a distância maior ou horários com mais trânsito podem ampliar esse prazo.
Leia mais em: http://zip.net/bhqL0Q
FONTE: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2015/02/10/estocar-agua-em-casas-de-sp-eleva-chance-de-afogamento-infantil-previne-se.htm
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