O ex-meia chamou o goleiro de "supercraque" e colocou sua própria trajetória abaixo da construída por ele
Raí acompanhou de perto o início dos trabalhos de Rogério Ceni no São Paulo e não ficou tão impressionado com os primeiros treinos, mas testemunhou o esforço que transformou aquele jovem atleta em um mito para a torcida tricolor. O ex-meia, que deixou o clube um pouco antes da estreia de Ceni, exalta a disposição que o agora ex-goleiro teve durante a carreira.
Foto: Marcelo Pereira / Terra |
Rogério Ceni chegou ao São Paulo em 7 de setembro de 1990, sendo aprovado depois de ter participado de um treino com os profissionais. Raí já estava no clube naquela época e observou a evolução do goleiro, que, segundo o ex-camisa 10, conquistou tudo o que pôde por conta do esforço no dia a dia.
“A época em que ele era jovem me faz ter certeza do valor dele, de sua identificação. Não era um goleiro que impressionava tanto. Não era alguém que nós víamos nos juniores e pensávamos que seria da Seleção Brasileira. Ele tem um talento natural, mas conseguiu tudo com muito trabalho”, afirmou.
A primeira passagem de Raí pelo São Paulo foi encerrada em 3 de junho de 1993, na goleada por 6 a 1 sobre o Santos. No jogo seguinte do clube, quando o meia já estava no Paris Saint-Germain, Ceni fez sua estreia pelos profissionais do Tricolor, diante do Tenerife.
Foi por muito pouco que eles não jogaram juntos naquela época, mas eles voltariam a se encontrar anos depois. Raí divide sua convivência com Rogério Ceni em três partes. Depois de sua primeira passagem, o ex-meia foi companheiro em campo e também torcedor do camisa 01.
“Quando voltei da França, ele já era capitão e líder do time, artilheiro. Foi o primeiro goleiro a marcar gol em uma final, no Paulista de 2000, e eu estava como companheiro. Depois, convivi como torcedor, no Mundial de 2005, quando ele fez uma das melhores partidas que um goleiro poderia ter em um jogo decisivo”, recordou.
Ao voltar da França, Raí se encaixou bem no time e, ao lado de Ceni, comemorou dois títulos do Paulistão, em 1998 e 2000. Antes, em sua primeira passagem, o ex-camisa 10 já havia conquistado três Estaduais (1989, 1991 e 1992), um Brasileiro (1991), duas Libertadores (1992 e 1993) e um Mundial Interclubes (1992).
Apesar de sua rica história no Tricolor, Raí coloca seus próprios feitos abaixo da trajetória que o ex-goleiro teve no clube. “Uma coisa é certa, é o maior ídolo da história do clube, com mais recordes. É inacreditável”, afirmou, para completar.
“Ele teve uma história com riqueza e foi quem mais jogou pelo clube. Isso faz com que tenha uma trajetória diferente de qualquer outra, incomparável”, ponderou. Por tudo o que viu de Rogério Ceni, chegando a se dizer impressionado com o nível exibido pelo ex-goleiro nesta reta final da carreira, Raí não espera ver outro ídolo superar o que foi construído pelo camisa 01.
“Ele teve uma longevidade muito difícil de ser vista no futebol brasileiro, é um supercraque. É como se fosse um grande recorde de Olimpíada, que fica 50 anos para ser batido e pode até mesmo nunca ser atingido. É muito difícil surgir outro com a mesma qualidade e obtendo os mesmos resultados, com o tempo que tem de clube. É praticamente impossível, pelo menos na realidade de hoje”, completou.
FONTE: TERRA
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