JORNAL DO BRASIL
A responsabilidade pelas mortes da queda do trecho da ciclovia em São Conrado, Zona Sul do Rio de Janeiro, não pode ser declarada com tanta tranquilidade e falta de respeito com a opinião pública, como foi feito pelo secretário municipal do Rio de Janeiro na tarde desta quinta-feira, 21 de abril. As mortes de uma obra inaugurada há apenas três meses foram elaboradas por pareceres técnicos responsáveis pela infraestrutura de um cartão-postal turístico, que agora se torna um cartão de visitas de agência funerária -- pois quem andar na ciclovia pode morrer.
O secretário municipal não parece, com o maior respeito, ser a pessoa indicada para dizer a verdade sobre vítimas. Seu histórico recente deveria gerar alguma sensibilidade em autoridade superior para evitar que ele dê declarações deste tipo.
As declarações deram conta de que a primeira suspeita do acidente fatal seria a força das ondas, em um dia que não há ressaca nem movimento climático algum que agite toda a orla marítima com violência. A empresa supervisora também foi apontada. Os estudos sobre a viabilidade da obra teriam sido feitos com velocidade superior a das ondas. O secretário concluiu, então, que as ondas e a técnica foram criminosas. Ora, se as ondas foram criminosas e o estudo para uma ciclovia viável naquele local não foi feito, as empresas responsáveis pela construção são as grandes culpadas pelo ocorrido, assim como as autoridades.
Se espera, apenas, que a empresa responsável por esses crimes -- porque foram mais de dois -- não seja nenhuma companhia privilegiada em obras no Rio de Janeiro.
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