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quinta-feira, 4 de julho de 2019

Família mantém queijo de fabricação artesanal há mais de cem anos

A produção, feita na zona rural da cidade de Jaguaribe, guarda peculiaridades próprias, como a preservação da bactéria do leite. O alimento é comercializado para cidades do Ceará e outros cinco estados brasileiros
A empresa familiar fabrica 230 kg por dia.
O queijo é vendido ao preço de R$ 16, o quilo.
FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Alimento típico da culinária sertaneja, o queijo de coalho tem como um de seus polos de produção no Ceará a região do Vale do Jaguaribe. Na localidade de Brum, zona rural de Jaguaribe, uma queijaria de base familiar mantém a tradição de fabricar o produto de forma artesanal há mais de cem anos. O sabor diferenciado e a consistência macia conquistaram a clientela, que segue crescendo. A receita, guardada "a sete chaves", foi herdada dos antepassados.

"Os meus avós aprenderam com os avós deles", recordou Francisco Nogueira Neto, conhecido por 'Neto do Brum'. A matriarca da família, Claudete Pinheiro, 88 anos, lembra que a produção começou de forma rudimentar. "Não havia prensa com fuso e a gente tinha de colocar uma pedra muito pesada em cima da forma", descreveu.

Processo

O queijo é produzido a partir do leite cru. Essa é uma característica da fabricação artesanal. Como diferencial, o uso do soro do leite, obtido após o coalho, em duas etapas: pré-cozimento e cozimento a uma temperatura de 93 graus Celsius. Antes, o produto fica em formas de madeira por uma hora. "A produção industrial usa o sistema de pasteurização, que tira a defesa do queijo", explicou Neto.

"O nosso queijo, depois de onze dias, fica maturado e não há problema nenhum em ser consumido", complementa Brum, ao detalhar que a fabricação preserva bactérias do leite. A produção artesanal atualmente é coordenada por Éberton Lima Nogueira, filho de 'Neto do Brum'. Ao lado de dois irmãos, ele comanda diariamente a queijaria.

Expansão

Ao assumir a queijaria, Neto do Brum ampliou a fabricação artesanal e adquiriu equipamentos modernos como filtro, tachos de inox, caldeira, câmara fria de armazenagem, tanque de resfriamento do leite e máquina embaladora a vácuo. O investimento gerou resultados. A produção saltou de três para 230 quilos por dia. Apesar dos novos equipamentos a fabricação permanece artesanal, garante.

Focados em dar continuidade ao processo de expansão, Éberton e seus dois irmãos instalaram placas de energia solar visando redução de custo de energia elétrica. A economia é revertida em investimentos, como um tanque de resfriamento de leite que fora adquirido.
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