O filme 'Spotlight' mostrou como a cúpula local da Igreja Católica tinha acobertado dezenas de padres acusados de molestar crianças e adolescentes
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A renúncia do arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, 66, se tornou o caso de mais alta autoridade da Igreja Católica relacionada à pedofilia entre os de maior repercussão pública dos últimos anos no país. Mas está longe de ser o único.
O anúncio da saída do cargo ocorre seis meses após a estreia no Brasil de "Spotlight - Segredos Revelados", vencedor do Oscar de melhor filme e que relatou em uma extensa lista escândalos de abuso sexual envolvendo um monsenhor e seis padres brasileiros de quatro cidades.
Os casos em "Spotlight" citam religiosos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Alagoas e resultaram em pedidos de perdão, prisões e condenações na Justiça.
Um deles é o do padre José Afonso Dé, 83, de Franca, que recebeu a maior pena, embora nunca tenha sido preso. Condenado a mais de 60 anos de prisão por abuso sexual a oito coroinhas, ele afirmou no mês seguinte ao lançamento do filme no país que estudava processar os seus produtores, pois tinha sido absolvido em sete das nove condenações de abuso.
Internado há pelo menos 15 dias em coma na Santa Casa de Franca devido a pneumonia e câncer de próstata, o religioso deve ter o desejo mantido por seus familiares, segundo afirmou nesta quarta-feira (6) seu advogado, José Chiachiri Neto.