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sábado, 9 de julho de 2016

Caso de arcebispo é o de mais alta ‘patente’ entre escândalos de pedofilia

O filme 'Spotlight' mostrou como a cúpula local da Igreja Católica tinha acobertado dezenas de padres acusados de molestar crianças e adolescentes

© Reuters
A renúncia do arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, 66, se tornou o caso de mais alta autoridade da Igreja Católica relacionada à pedofilia entre os de maior repercussão pública dos últimos anos no país. Mas está longe de ser o único.

O anúncio da saída do cargo ocorre seis meses após a estreia no Brasil de "Spotlight - Segredos Revelados", vencedor do Oscar de melhor filme e que relatou em uma extensa lista escândalos de abuso sexual envolvendo um monsenhor e seis padres brasileiros de quatro cidades.
Os casos em "Spotlight" citam religiosos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Alagoas e resultaram em pedidos de perdão, prisões e condenações na Justiça.
Um deles é o do padre José Afonso Dé, 83, de Franca, que recebeu a maior pena, embora nunca tenha sido preso. Condenado a mais de 60 anos de prisão por abuso sexual a oito coroinhas, ele afirmou no mês seguinte ao lançamento do filme no país que estudava processar os seus produtores, pois tinha sido absolvido em sete das nove condenações de abuso.
Internado há pelo menos 15 dias em coma na Santa Casa de Franca devido a pneumonia e câncer de próstata, o religioso deve ter o desejo mantido por seus familiares, segundo afirmou nesta quarta-feira (6) seu advogado, José Chiachiri Neto.

"A família deve seguir a vontade dele, caso venha a ser absolvido em todos os casos. Poderá ser exigido o pagamento de indenização por ofensa à honra, por estar na chamada 'Lista da Vergonha'", disse Chiachiri.
Os outros dois casos ainda não foram julgados. A repercussão do caso fez o então bispo de Franca, dom Pedro Luiz Stringhini, pedir perdão em nome da diocese.
O filme, inspirado numa investigação jornalística intensa do "The Boston Globe", mostrou como a cúpula local da Igreja Católica tinha acobertado dezenas de padres acusados de molestar crianças e adolescentes.
Franca aparece na lista ao lado do Rio, de Mariana (MG) e de Arapiraca (AL). Na cidade alagoana, três religiosos foram proibidos pelo Vaticano de celebrar missas ou exercer quaisquer atividades como padres após imagens de um dos religiosos fazendo sexo oral com um jovem terem sido divulgadas em 2010 pelo SBT.
Assim como no caso do interior paulista, o bispo de Penedo, dom Valério Breda, pediu perdão em nome da igreja. Foram afastados os padres Edilson Duarte e Raimundo Gomes condenados a 16 anos e quatro meses de prisão e o monsenhor Luiz Marques Barbosa, condenado a 21 anos por exploração sexual. À época, eles negaram.
Um AVC matou Gomes em 2014. Os outros dois recorrem em liberdade.
Já na cidade mineira, o padre Bonifácio Buzzi cumpriu pena por oito anos (2007 a 2015), após duas condenações por abuso sexual de crianças, em 1995 e em 2004, e foi afastado.
Os registros no Rio ocorreram em Bangu, em 2007, e Niterói, na região metropolitana, em 2013. Os padres também foram suspensos pela igreja.
Os casos, no entanto, continuam sendo registrados no país. Em março, um padre foi afastado por suspeita de pedofilia em Diamantina (MG).
Questionada sobre o total de religiosos afastados de suas funções por algum elo com pedofilia nos últimos anos e sobre a renúncia do arcebispo, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) não se pronunciou na quarta-feira (6). Com informações da Folhapress.

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