A vendedora Nara Lígia Clemente de Oliveira, de 28 anos, e seu marido Fagner Peçanha de Oliveira, 30, estão sentindo bastante o peso da atual recessão econômica na relação. Há dois anos juntos, nunca conseguiram ficar empregados ao mesmo tempo. Atualmente, só Nara trabalha e, com o dinheiro curto, ambos encontraram uma forma mais em conta de se divertir: não param de comprar produtos eróticos.
“A gente descobriu os brinquedinhos e hoje ficar em casa é muito divertido (risos). A gente gasta em coisas que podemos utilizar mais de uma vez e sai bem mais barato que sair para um barzinho ou ir ao cinema”, disse Nara.
Para o Dia dos Namorados, a vendedora já prepara uma surpresa para o companheiro e só revela alguns detalhes. “Vou compras rosas e colocar pétalas na cama. Vamos ter um jantarzinho aconchegante e usar algumas coisinhas diferentes que eu comprei”, confidenciou..
Entre os artigos já utilizados pelo casal estão desde cremes estimulantes para as partes íntimas, camisinhas com sabores, além de anel peniano que prolonga a ereção e até um vibrador. “O Fagner não tem preconceito com isso e depois que descobrimos esse mundo nossa relação deu uma boa apimentada. Foi da água para o vinho”, garantiu.
Na contramão da recessão econômica, o mercado do setor erótico cresceu entre o ano passado e este. Segundo a Abeme (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual), os casais estão procurando artigos para se garantir os finais de semana gastando menos (veja na arte ao lado). O impacto no setor foi de 8,5% em 2014. “É uma maneira de aproveitar o tempo a dois sem muito dinheiro”, explica a presidente da Abeme, Paula Aguiar.
Bem resolvidas/ Conforme a consultora em sexualidade Thaís Plaza, quem costuma ir mais aos sex shops são as mulheres, pois os homens ainda encaram a prática com tabu e preconceito. “O crescimento do mercado mostra que essa barreira está sendo vencida.”
Foto: Almeida Rocha/ Diário SP