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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Mulheres recorrem cada vez mais à doação de óvulos e bancos de esperma para engravidar
Um tema polêmico que está em destaque nas telenovelas nacionais. A geração de uma criança a partir da fertilização de óvulos e sêmen doados. É crescente o número de mulheres que recorre à reprodução assistida para engravidar de forma independente, sem a ajuda de um parceiro.
Para realizar o sonho de ser mãe, a fonoaudióloga Maria Cláudia, de 45 anos, recorreu ao banco de sêmen e recebeu a doação de um óvulo. “Foi a chance que tive para conseguir engravidar e acredito que este é o futuro”, revelou. Segundo Cláudia, ela esperou a chegada do “príncipe encantado”, que acabou não aparecendo. O tempo passou e quando percebeu já tinha mais de quarenta e suas chances de engravidar se foram com os anos.
“Cheguei ao consultório de um especialista em reprodução assistida tarde demais e lá descobri que não tinha mais óvulos e que seria inviável gerar um filho”. Como as chances haviam se esgotado, o médico de Cláudia apresentou as opções da medicina reprodutiva: o tratamento poderia acontecer através da fertilização de embriões congelados ou com a doação de óvulos e sêmen. A paciente escolheu a segunda opção e hoje tem uma filha de quatro meses que se chama Laura Beatriz.
EM BUSCA DE UM SONHO
De acordo com o médico especialista em reprodução assistida, André Luiz da Costa, os pacientes recorrem a doação de óvulos e bancos de sêmen nas seguintes situações: quando a mulher sofre menopausa precoce, perda de ovário através de retirada cirúrgica, perda de óvulos nos tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Ou casais cujo homem não tem produção de espermatozóides por causas genéticas ou adquiridas. Mas, antes de recorrer a doação todas as possibilidades do uso de sêmen são esgotadas.
Segundo o dr. André Luiz, a maioria dos tratamentos realizados é com casais que necessitam de óvulos doados, já que por vários motivos as mulheres estão deixando a maternidade para mais tarde. “Depois dos 40 a quantidade de óvulos diminui e a qualidade é comprometida. Assim, o risco de malformação e aborto são maiores”, explicou.
O sêmen doado já é utilizado há várias décadas para obter gravidez em casais com pouco ou nenhum espermatozóide. Existem no Brasil dois bancos de sêmen, que atendem clínicas de reprodução em todo o país. “O espermatozóide só é disponibilizado após avaliação clínica do doador. Antes do procedimento, a qualidade do material também é verificada”, explicou André Luiz.
Não existem bancos de óvulos no Brasil. O processo de doação ovular é reconhecido e regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina, que exige apenas que a doação seja voluntária, sem remuneração, assim como o de sêmen também, e que haja anonimato entre as partes envolvidas, para evitar problemas futuros de reclame de maternidade e paternidade. Em outros países, como os EUA, por exemplo, existe a comercialização legalizada de sêmen e óvulos.
A dificuldade em conseguir doação de óvulos, aliada à realidade de um grande número de mulheres brasileiras que não podem custear um tratamento de reprodução assistida, fez surgir a ideia, já efetivada em alguns centros do país com anuência do Conselho Federal de Medicina, da doação compartilhada.
Neste caso, mulheres carentes com menos de 35 anos e função ovariana normal, são avaliadas como possíveis doadoras, e têm parte de seu tratamento custeado por pacientes receptoras, com o compromisso de doar metade dos seus óvulos captados. Tanto a doadora quanto a receptora são mantidas no anonimato.
Antes do tratamento de fertilização, a paciente ou o casal avaliam as seguintes características das doadoras dos óvulos: cor da pele, cabelo, olhos, altura e grupo sanguíneo. E antes da escolha do doador do sêmen avaliam, além das características físicas, as habilidades do doador, profissão e descendência.
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