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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A MÚSICA AO LONGO DA HISTÓRIA E A BANDA DE MÚSICA DE ARACOIABA

A MÚSICA AO LONGO DA HISTÓRIA E A BANDA DE MÚSICA DE ARACOIABA -1992/2010 (PESQUISA DE ARTUR RICARDO)‏
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A MÚSICA AO LONGO DA HISTÓRIA E A BANDA DE MÚSICA DE ARACOIABA – (1992-2010)

[1]João Artur Ricardo de Oliveira

I – ADVENTO DA MÚSICA

Desde de sempre a humanidade busca sintonizar-se com a música. A música do grego Mouoikn Téxvn – Musiké Téchne, é basicamente a arte de combinar sons. É considerado por diversos autores como uma prática cultural e humana.
Não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias.
O Livro Sagrado do Cristianismo revela claramente que Deus é o grande maestro e compositor da vida. Ao longo de todo o primeiro capítulo do Livro de Gênesis, encontramos os dizeres: “[...] A terra estava sem forma e vazio; as trevas cobriam o abismo [...]”. Sem a música o mundo é sem forma e vazio. É o som musical quem traz harmonia e sintonia para a criação. Então Deus enviou: “[...] um vento impetuoso (que) soprava as águas”. O próprio homem foi gerado ao sopro das notas musicais. “[...] Deus modelou o homem com argila do solo soprou-lhes nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente” (Gênesis 2, 7).
É interessante destacar como curiosidade a figura carismática de JUBAL, considerado pelos hebreus, como pai dos músicos “[...] Jubal, que foi o antepassado de todos os tocadores de lira e flauta”. (Gênesis 4, 21).



[1] Aluno do Curso de Pós Graduação em História do Brasil, pelo Instituto de Teologia Aplicada – INTA – Fortaleza. Membro da Banda de Música de Aracoiaba desde 1992.


Outro personagem que se destaca na arte da música é o Rei Davi, considerado por muitos, como o primeiro a formar a primeira orquestra. “[...] Davi e toda a casa de Israel, entusiasmados, iam fazendo festa diante do Senhor, cantando ao som de cítaras, harpas, tamborins, pandeiros e marimbas” (2 Samuel 6,5).
Na Grécia e Roma antiga já cultuavam também Apolo – considerado o deus sol e patrono da verdade, da MÙSICA, da medicina e pai da profecia.
Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a Pré-História. Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma atividade que se baseasse na organização dos sons. Embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana.
A história da música dividiu-se em períodos distintos, identificado por um estilo. É importante destacar que um estilo musical, não se faz da noite para o dia. É um longo processo onde os estilos sobrepõem-se a outros. Costuma-se dividir a história da música do Ocidente em seis grandes períodos.

Música Medieval
Até cerca de 1450
Música Renascentista
1451 – 1600
Música Barroca
1601 – 1750
Música Clássica
1751 – 1810
Música Romântica
1811 – 1900
Música Moderna
1901 em diante



I – SURGIMENTO DA ESCRITA MUSICAL

            Por muito tempo, a música foi cultivada por transmissão oral, ou popularmente – “tocada de ouvido” – como é utilizada atualmente no meio musical. A música só ganha forma escrita com o monge Guido D’Arezzo (955 – 1050) que inventou um sistema de escrita musical – PAUTA MUSICAL – isso por volta do século IX, sistema usado até hoje. Outra grande contribuição desse monge é a utilização do sistema silábico, de dar nomes às notas musicais, onde o mesmo associou à melodia de um hino a São João Batista, a um texto sagrado em latim, cuja primeira sílaba de cada linha podia dar o nome de cada nota da escala musical.

                                   UT queant laxit
                                   RE ssonare fabris
                                   MI ra gestorum
                                   FÁ muli tuorum
                                   SOL vi polluti
                                   LA bii reatum
                                   SA ncte Ioannes

Durante o século XIX, o sistema de Guido, sofreu modificações UT tornou-se DÓ e AS tornou-se SI (Iniciais de Sancte Ioannes).

III – O APOGEU DA ORQUESTRA

Até o começo do século XVI, os compositores usavam os instrumentos apenas para acompanhar o canto, contudo, no referido século, os compositores passaram a ter cada vez mais interesse em escrever música somente para instrumentos.
Foi durante o período barroco, que a música instrumental passou a ter importância igual à da música vocal. A orquestra passou a tomar forma. No século XVII, acontece uma radical mudança no corpo da orquestra, que até então era formada com os instrumentos disponíveis no momento, passando a acrescentar outros instrumentos: flauta, fagotes, trompas, trompetes e tímpanos.
Durante o Período Clássico, a música instrumental ganha mais espaço que criou-se a Sanata – obra  com vários movimentos para um ou mais instrumentos. Na verdade a sanata é uma  sinfonia para a orquestra. Podemos destacar os maiores compositores de sinfonias do classicismo: Haydn, Mozart e Beethoven.
No século XX a música se mostra como uma mistura complexa de muitas tendências e estilos inovadores que atravessaram o novo milênio.

IV. – BANDA DE MÚSICA.

Podemos classificar uma banda como conjunta instrumental, ou seja, um conjunto maior do que um grupo de câmara. Palavra de origem no latim medieval “bandum” (estandarte), que significa a bandeira sobre a qual marchavam os soldados.

“A banda de música, assim como o povo brasileiro, apresenta larga diversificação de gênero e de autores, pois se encontra em toda a abrangência do espaço brasileira”.
Eduardo Fideles


A música está no sangue do povo brasileiro, por isso, as bandas de músicas são expressões vivas da cultura popular brasileira.
A chegada de D. João VI com a Corte Portuguesa, em 1808, propiciou mudanças qualitativas de grande repercussão em todo o Brasil. Data de 27 de março de 1810, o Decreto que mandou estabelecer em cada regimento um corpo de músicos composta de 12 a 16 executantes.
O grande impulso resultou, portanto do estabelecimento da corte portuguesa no Rio de Janeiro. Mas a banda da brigada real, trazida por D. João VI em 1808, ainda era arcaica.
“Fenômeno histórico e sociológico tão importante quanto o fenômeno artístico, a banda de música vive hoje, em muitos lugares, em estado de latência. Não deixa, porém de desempenhar importante papel de mobilizadora da comunidade nos seus momentos mais caros e solenes; de cumprir o papel de escola livre de música, verdadeiro conservatório do povo; de manter-se como guardiã da tradição musical brasileiro”.
Eduardo Fideles

V. – BANDA DE MÚSICA DE ARACOIABA – 1992-2010

Nos anos que antecederam os preparativos para o centenário de Aracoiaba, quando em 1988, o saudoso Dr. Salomão Alves de Moura, assumiu o legislativo pela primeira vez, tentou fundar uma nova banda de música municipal, para não deixar morrer nos aracoiabense, o gosto pela música, a exemplo dos antepassados, quando existiu ainda antes da Proclamação da República, a “Banda 25 de Março”.
Sem o sucesso almejado, durante quatro anos, Dr. Salomão, manteve às suas próprias custas, uma gratificação para ajudar no combustível do Maestro Isaías, que semanalmente se deslocava de Fortaleza à Redenção em seu carro particular, em companhia de sua esposa e de mais um músico, seus instrumentos particulares para dar aulas aos músicos da vizinha cidade redentora. Então, Dr. Salomão que tinha alguns poucos instrumentos (instrumentos esses que se encontram atualmente no acervo do museu de Aracoiaba), que juntos aos do Maestro Isaías, manteve um curso particular no GVT, tentando prepara alguns músicos em Aracoiaba (ainda hoje podemos encontrar na atual banda de música dois alunos do maestro Isaías, são eles: Edilson e Delmar), com o objetivo de que Aracoiaba tivesse uma banda para tocar no seu centenário.
Dr. Salomão assim pensava:
“A tradição festiva em todo o Brasil e especialmente em Aracoiaba, não dispensaria a presença de uma banda de música, nas festividades comemorativas de um centenário da cidade. É ela a animadora das festas, das solenidades importantes e por ela se marcam o ritmo e o valor das comemorações de um município. Justamente essa tradição, faz da banda um dos melhores meios de recordação. Quando em nossa infância – com que saudade nos lembramos dela, dos dobrados e das valsinhas nos levando a entusiasmar sem par, até que querer ser também um membro da banda, quando crescêssemos. E, depois de crescido, ainda é ela que nos vem trazer o alento da sua presença infundindo-nos entusiasmo juvenil no decorrer das festas. Uma festa do Centenário de uma cidade, não tem graça sem uma banda”.
E aproximava-se o tão sonhado “Centenário” do município, quando Dr. Salomão em conversa com o então prefeito Dr. Ary Ribeiro Teixeira, que com sua orientação comprara os instrumentos para compor a banda. Porém, o tempo urge e não dá tempo a formação da tão sonhada banda para estrear nas comemorações da cidade.
A Banda de Música da Polícia Militar de Fortaleza, a convite do aracoiabense Cel. Arquias, sob o comando do Maestro Cap. Andrade, tocou brilhantemente as Retretas do Centenário, em 16 de agosto de 1990, embora o desejo e a esperança de uma banda aracoiabense, continuassem comprimindo o coração de nossa gente, momento esse, que mais uma vez teve que ser adiado.
E no ano seguinte, Dr. Salomão retomando o desejo e não medindo esforços, convoca jovens interessados em música em nosso município a se inscreverem na escola de música (as inscrições eram feitas na atual Biblioteca Municipal) o que não foi difícil, visto que a arte musical parece está nas veias de nossos munícipes.
Três meses depois das inscrições, começaram as aulas teóricas no GVT. Durante os finais de semana o Cap. Andrade se deslocava de Fortaleza com o objetivo de ministrar aulas de música.
Apesar da quantidade de inscritos, somente aqueles que possuíam talento para a arte da música, perseveraram nos estudos.
Música não se aprende de um dia para outro, é preciso disciplina e dedicação.
No verão de 1992, Dr. Salomão assume a Câmara Municipal de Aracoiaba, em seu segundo mandato, quando a convite do Prefeito Dr. João Aguiar de Brito, ocupa a Pasta de Secretário de Educação e cultura do Município.
Para os aracoiabenses essa seria a oportunidade de realizar o antigo sonho de se criar uma banda, já que Salomão idealizava em seu coração esse sonho. Salomão era apaixonado pela banda de música, que a intitulava de “meninos e meninas de ouro”, expressão essa, eternizada nos rol da história de Aracoiaba.
Foi meses de dedicação e estudo teórico e prático, até a banda ficar pronta para a estréia agendada para o dia 16 de agosto de 1992. Mais, essa estréia teve que ser antecipada, quando na ocasião do aniversário de Dr. Élson Paiva, a mesma foi convidada para realizar uma alvorada festiva no apartamento do mesmo em Fortaleza. Apesar dos contra tempos, naquela ocasião a banda só tinha em seu repertório no máximo quatro ou cinco arranjos (Parabéns, Eu Te Amo Meu Brasil, Dois Corações, Hino Nacional Brasileiro...).
No dia 16 de agosto de 1992 como estava previsto, às 05h00min horas da manhã, o povo aracoiabense despertava ao som da nova Banda de Música, inaugurando assim um novo tempo. O tempo da boa música.
Foi nesse dia que a Banda de Música de Aracoiaba desfilou tocando pela primeira vez, partido da Avenida 07 de Setembro em direção a Praça 16 de Agosto, acompanhada por dezenas de aracoiabenses, onde aqui destacando a figura ilustre e carismática do Cel. Arquias, que até hoje faz junto com a Banda de Música de Aracoiaba esse percurso, nas festividades alusivas ao aniversário de nossa cidade.
Entre os músicos de 1992, encontramos: Andrade (maestro), Joselma, Nirinha, Elieuza, Desouza, Nívia, Lana (Clarineta), Evaldo (Riquinta), Wildergton (Sax Soprano), Delmar (Sax Alto), Aline Brito (Sax Alto), Wellington, Geovane,Toinho (Trompete), Favio, Anderson, Anilton, Iran, João Artur (Trombone),Ricardo (Baritono), Marcos (Bombardino), Edilson (Sax Tenor). Cristiane, Andréia, Kátia (Trompa), Chico, Gilberto (Baixo), Fábio Brito (bombo), Júnior (Tarou), Deassis (pratos), Wederton (Surdo).
A princípio, Dr. Salomão conseguiu contratar os primeiros componentes como bolsistas municipais, através da Secretária de Educação, para que os membros não ficassem sem remuneração (R$ 25,00 reais na época). Essa remuneração era paga no antigo Banco do Brasil, localizado no prédio hoje da Família Oliveira.
No decorrer do ano de 1996, foi elaborada a Lei de criação Oficial da Banda de Música Professora Gecilda Alves de Moura, por meio de concurso público. A banda de Aracoiaba é uma das poucas do Estado do Ceará, onde os seus membros são concursados com um salário mínimo R$ 545,00 por mês e todos os seus direitos trabalhistas assegurado por lei.
No final do ano de 1996 é publicado o edital do concurso, onde oferecia quarenta vagas para músicos. É interessante destacar aqui, dos quarenta músicos que passaram no concurso trinta e oito eram de Aracoiaba e dois de Redenção.
Por motivos diversos, o concurso deveria ser anulado, mais por esforço dá até então prefeita Dra. Marilene Campelo Nogueira, em sua primeira gestão, conseguiu validar o dito concurso que por lei deveria ser anulado. Mais uma conquista do povo aracoiabense, que não viu a banda de música se dissolver mais uma vez. 
Entre os músicos concursados de 1996, encontramos: Cap. Andrade (não concursado), Joselma, Nirinha, Elieuza, Desouza, Ismael, Lucíola, Solange, Jorge Luís, Iran “Pastor”,
Roberta (Clarineta), Evaldo (Riquinta), Wildergton (Sax Soprano), Delmar, Aline Brito, Silvelane, Themístocles Starton (Sax Alto), Wellington, Giovane,Toinho, João Artur, Beniran, Valdenberg (Trompete), Favio, Anderson, Anilton, Iran, (Trombone),Ricardo (Baritono), Marcos (Bombardino), Edilson, Ozanildo (Sax Tenor). Cristiane, Andréia, Kátia (Trompa), Chico, Gilberto (Baixo), Fábio Brito (bombo), Júnior (Tarou), De Assis (pratos), Wederton, Will, Silvinho (Surdo).
A Banda de Aracoiaba hoje é referência em toda a Região do Maciço de Baturité. Têm brilhantado diversos eventos, desde festas religiosas a desfiles cívicos. Ao som da banda, recordamos um tempo bom em Aracoiaba que não volta mais.
Por diversas vezes “os meninos e meninas de ouro”, levou o nome de nosso município aos recantos do Ceará. Tocando o seu repertório que ia de dobrado a músicas religiosas.
Em 2005, começa a era Themistocles, onde a Banda de Música passa por uma transformação e inovação radical em seu repertório que vai desde o dobrado ao MPB; com arranjos feitos pelo próprio Themístocles. Apartir desse período a banda passa a ser vista como uma orquestra municipal já que seu corpo de músicos é montado de forma dinâmica.
Todo o ano é elaborado um “repertório de ouro” para brilhantar e encantar os fortalezenses, no centro Cultural de Arte e Cultura Dragão do Mar. É Aracoiaba mostrando a sua cultura na capital cearense.
No dia 18 de maio de 2009, Aracoiaba perde o seu filho ilustre que foi um motivador e fundador da Banda de Música, Dr. Salomão Alves de Moura. E não poderia haver manifestação de gratidão maior de todos os “meninos e meninas de ouro”, do que o acompanhamento ininterrupto do seu funeral. Lacompacita foi a música escolhida para homenagear quem tanto lutou pela formação dessa banda.
Cidade sem banda é uma cidade sem vida.
Por incentivo de Dra. Marilene Campelo, Prefeita de Aracoiaba (2005-2012), cria-se uma escolhinha de música para não deixar morrer o espírito musical cultivado pelo saudoso Salomão.  Os frutos desse projeto chamado escolhinha de música pode ser vista atualmente na nova formação da Banda de Música (2010).
“A Banda de Música ainda é a mais antiga e menos estudada instituição ligada à criação e divulgação da música popular”. Eduardo Fideles.

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIBLIA SAGRADA, ED. PASTORAL;
BRUM, Oscar da Silveira – Conhecendo a Banda de Música: Fanfarras e Bandas Marciais, Ricordi Brasileira S.A. / SP.
SADIE, Stanley – Dicionário Grove de Música: edição concisa – tradução, Eduardo Francisco Alves, Ed. Jorge Zahar, 1994 – Rio de Janeiro.
MARY, Rose. Breve Histórico da Banda de Música de Aracoiaba. 2010.
OUTRAS FONTES
Texto: Comentários sobre a origem da música – http://www.ebah.com.br/musica
Texto: História e Evolução das bandas de Música no Brasil (de Eduardo Fileles)







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