SOALHO PÉLVICO
Vencendo tabus e preconceitos
26.03.2013
Atitudes do cotidiano como tossir, espirrar, rir e praticar exercícios podem sinalizar um problema mais sério
O cartaz da campanha convoca a população a olhar com mais atenção para os primeiros sintomas. Quando diagnosticada na fase inicial, a perda involuntária de urina conta com opções de tratamento eficazes FOTO: REPRODUÇÃO
A falta de controle miccional compromete a qualidade de vida ao afastar o doente do convívio social. Cercada de tabus e de constrangimento em reconhecer o problema e buscar ajuda médica, a incontinência urinária é um distúrbio que necessita, sobretudo, de conscientização da população, uma vez que existem tratamentos muito eficazes e minimamente invasivos para solucionar a perda involuntária de urina.
E foi justamente a fim de incentivar a população a procurar tratamento para a doença que atinge cerca de 40% das mulheres (principalmente após a menopausa e gestantes), que a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e o Instituto Lado a Lado lançaram a I Campanha de Conscientização sobre Incontinência Urinária, cujo mote é a frase "Segura Aí".
Vergonha e inibição
Falar da intimidade, seja ela de conotação emocional ou física, é uma barreira que ainda poucas pessoas conseguem transpor. A inibição que a mulher sente ao falar sobre a perda involuntária de urina pode ser comparada ao homem, que costuma ´sofrer´ calado diante de problemas de disfunção erétil.
Segundo o urologista Márcio Averbeck, coordenador do Departamento de Uro-Neurologia da SBU, existem pelo menos três motivos principais para que isso aconteça: muitas mulheres acreditam que a incontinência é um achado normal do envelhecimento (quando na verdade não é); tem vergonha de falar sobre o assunto com o seu médico; e desconhecem as opções de tratamento. "É importante lembrar que o diagnóstico precoce é muito importante, pois quanto antes o paciente procura tratamento, melhores as chances de cura", diz.
O tipo mais comum de incontinência urinária é aquela associada a esforços físicos (tossir, rir, espirrar, caminhar, correr, levantar peso). Também existe a de urgência (chamada de ´bexiga hiperativa molhada´), que também causa prejuízo importante à qualidade de vida, enquanto a do tipo mista é aquela que ocorre quando o indivíduo faz esforço físico, mas também está associada à urgência para urinar.
Homens x mulheres
De acordo com um estudo brasileiro, 35% das mulheres após a menopausa sofrem de incontinência, enquanto 40% das gestantes vão apresentar um ou mais episódios durante a gestação ou logo após o parto. Entre os fatores: alterações hormonais, enfraquecimento das estruturas ligamentares da pelve e aumento da pressão do abdome.
Entre os homens, o problema atinge cerca de 5% dos submetidos à cirurgia para remoção da próstata (chamada prostatectomia radical). Nos casos mais severos, pode ser indicado o implante de esfíncter urinário artificial, dispositivo que visa recuperar a continência e tem excelentes resultados em logo prazo. Outro grupo afetado são os pacientes lesados medulares, uma alta incidência gerada pelo aumento dos acidentes de trânsito com vítimas não fatais.
Opções de tratamento
O tratamento inicial da incontinência urinária é realizado com os exercícios do assoalho pélvico, que visam a contração dos músculos daquela região durante cerca de 10 segundos. O relaxamento deve acontecer por outros 10 segundos, mediante várias sessões diárias (cerca de três vezes ao dia). A sequência de exercícios apresenta resultados efetivos na resolução ou melhora do problema.
Como destaca Márcio Averbeck, "o médico especialista (o urologista) e o fisioterapeuta podem fornecer informações sobre a forma como o paciente deve contrair o grupo muscular. Após esta orientação inicial, o paciente pode executar os exercícios em qualquer momento do dia, seja em caso ou mesmo no trabalho".
Nos casos em que os exercícios do assoalho pélvico não melhoram a incontinência, o tratamento cirúrgico é a opção a considerar. "Graças aos avanços da urologia, hoje é possível realizar procedimentos minimamente invasivos e ambulatoriais (sem necessidade de internação).
Uma modalidade cirúrgica é o implante de ´slings ´ ou ´minislings", uma fita de material sintético implantado abaixo da uretra para sua sustentação. O ponto negativo é que este tipo de material ainda não está facilmente disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Mulheres no alvo
Duas vezes mais frequente em mulheres, principalmente após a menopausa, a perda involuntária de urina pode ocorrer por dois motivos: devido ao menor comprimento do canal da urina (uretra) ou pela influência das alterações hormonais que ocorrem ao longo da vida.
A qualidade do colágeno que compõe as estruturas ligamentares da pele também pode resultar em prejuízo após a menopausa. "Estes ligamentos da pelve tem função de manter a uretra em posição durante os esforços físicos, prevenindo a incontinência urinária", conclui Averbeck.
Campanha da SBU
http://www.sbu.org.br/
http://www.incotinenciaurinaria.com.br/
O cartaz da campanha convoca a população a olhar com mais atenção para os primeiros sintomas. Quando diagnosticada na fase inicial, a perda involuntária de urina conta com opções de tratamento eficazes FOTO: REPRODUÇÃO
A falta de controle miccional compromete a qualidade de vida ao afastar o doente do convívio social. Cercada de tabus e de constrangimento em reconhecer o problema e buscar ajuda médica, a incontinência urinária é um distúrbio que necessita, sobretudo, de conscientização da população, uma vez que existem tratamentos muito eficazes e minimamente invasivos para solucionar a perda involuntária de urina.
E foi justamente a fim de incentivar a população a procurar tratamento para a doença que atinge cerca de 40% das mulheres (principalmente após a menopausa e gestantes), que a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e o Instituto Lado a Lado lançaram a I Campanha de Conscientização sobre Incontinência Urinária, cujo mote é a frase "Segura Aí".
Vergonha e inibição
Falar da intimidade, seja ela de conotação emocional ou física, é uma barreira que ainda poucas pessoas conseguem transpor. A inibição que a mulher sente ao falar sobre a perda involuntária de urina pode ser comparada ao homem, que costuma ´sofrer´ calado diante de problemas de disfunção erétil.
Segundo o urologista Márcio Averbeck, coordenador do Departamento de Uro-Neurologia da SBU, existem pelo menos três motivos principais para que isso aconteça: muitas mulheres acreditam que a incontinência é um achado normal do envelhecimento (quando na verdade não é); tem vergonha de falar sobre o assunto com o seu médico; e desconhecem as opções de tratamento. "É importante lembrar que o diagnóstico precoce é muito importante, pois quanto antes o paciente procura tratamento, melhores as chances de cura", diz.
O tipo mais comum de incontinência urinária é aquela associada a esforços físicos (tossir, rir, espirrar, caminhar, correr, levantar peso). Também existe a de urgência (chamada de ´bexiga hiperativa molhada´), que também causa prejuízo importante à qualidade de vida, enquanto a do tipo mista é aquela que ocorre quando o indivíduo faz esforço físico, mas também está associada à urgência para urinar.
Homens x mulheres
De acordo com um estudo brasileiro, 35% das mulheres após a menopausa sofrem de incontinência, enquanto 40% das gestantes vão apresentar um ou mais episódios durante a gestação ou logo após o parto. Entre os fatores: alterações hormonais, enfraquecimento das estruturas ligamentares da pelve e aumento da pressão do abdome.
Entre os homens, o problema atinge cerca de 5% dos submetidos à cirurgia para remoção da próstata (chamada prostatectomia radical). Nos casos mais severos, pode ser indicado o implante de esfíncter urinário artificial, dispositivo que visa recuperar a continência e tem excelentes resultados em logo prazo. Outro grupo afetado são os pacientes lesados medulares, uma alta incidência gerada pelo aumento dos acidentes de trânsito com vítimas não fatais.
Opções de tratamento
O tratamento inicial da incontinência urinária é realizado com os exercícios do assoalho pélvico, que visam a contração dos músculos daquela região durante cerca de 10 segundos. O relaxamento deve acontecer por outros 10 segundos, mediante várias sessões diárias (cerca de três vezes ao dia). A sequência de exercícios apresenta resultados efetivos na resolução ou melhora do problema.
Como destaca Márcio Averbeck, "o médico especialista (o urologista) e o fisioterapeuta podem fornecer informações sobre a forma como o paciente deve contrair o grupo muscular. Após esta orientação inicial, o paciente pode executar os exercícios em qualquer momento do dia, seja em caso ou mesmo no trabalho".
Nos casos em que os exercícios do assoalho pélvico não melhoram a incontinência, o tratamento cirúrgico é a opção a considerar. "Graças aos avanços da urologia, hoje é possível realizar procedimentos minimamente invasivos e ambulatoriais (sem necessidade de internação).
Uma modalidade cirúrgica é o implante de ´slings ´ ou ´minislings", uma fita de material sintético implantado abaixo da uretra para sua sustentação. O ponto negativo é que este tipo de material ainda não está facilmente disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Mulheres no alvo
Duas vezes mais frequente em mulheres, principalmente após a menopausa, a perda involuntária de urina pode ocorrer por dois motivos: devido ao menor comprimento do canal da urina (uretra) ou pela influência das alterações hormonais que ocorrem ao longo da vida.
A qualidade do colágeno que compõe as estruturas ligamentares da pele também pode resultar em prejuízo após a menopausa. "Estes ligamentos da pelve tem função de manter a uretra em posição durante os esforços físicos, prevenindo a incontinência urinária", conclui Averbeck.
Campanha da SBU
http://www.sbu.org.br/
http://www.incotinenciaurinaria.com.br/
fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1246191
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