NA UCRÂNIA
11.02.2015
Exército e separatistas tentam ganhar máximo de espaço para chegar em posição de força à mesa de negociação
Kramatorsk. O estado-maior do exército ucraniano no leste do país foi alvo, ontem, de bombardeios pela primeira vez desde o início da guerra, na véspera de uma cúpula crucial em Minsk para tentar alcançar um plano de paz.
Enquanto os diplomatas enviados por Alemanha, França, Rússia e Ucrânia tentavam entrar em acordo sobre um documento que sirva de base a um eventual plano de paz, os combates deixaram novas vítimas no leste da Ucrânia, palco há dez meses de um conflito que já deixou mais de 5.300 mortos.
Ao menos 20 pessoas perderam a vida num momento em que o exército ucraniano e os separatistas pró-russos tentam ganhar o máximo de espaço para chegar em posição de força à mesa de negociação.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, precisou interromper uma sessão parlamentar para anunciar que o principal quartel-general do exército na região leste da Ucrânia controlada por separatistas foi atingido por foguetes.
Situado em Kramatorsk, a 70 km do reduto pró-russo de Donetsk, este quartel governamental encontra-se a menos de 45 km da zona rebelde mais próxima. Um jornalista da AFP em terra viu dois cadáveres, mas as autoridades ucranianas anunciaram a morte de seis civis neste ataque com lança-foguetes múltiplo Smerch.
Nas últimas 24 horas, pelo menos outros sete soldados e sete civis perderam a vida.
Última oportunidade
Neste contexto, as próximas 24 horas são cruciais no campo diplomático, após as negociações mantidas na semana passada entre o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, com Petro Poroshenko que também se encontraram com o presidente russo, Vladimir Putin.
Possível acordo
Representantes de um grupo de contato sobre a crise ucraniana chegaram a um acordo de cessar-fogo nas negociações de ontem em Belarus, segundo a agência russa Tass, mas um enviado rebelde declarou que ainda é muito cedo para dizer que um consenso foi alcançado.
Telefonema
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou ontem ao presidente russo, Vladimir Putin, para discutir a escalada da violência no leste da Ucrânia e pediu ao líder da Rússia para aceitar um acordo de paz, informou a Casa Branca. "O presidente Obama ressaltou o crescente custo humano do combate", disse a Casa Branca.
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