Execuções eram autorizadas pelo então diretor do Serviço Nacional de Informações, João Baptista Figueiredo
Por Revista Encontro - Um documento da CIA (Agência Central de Inteligência) tornado público pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos mostra que o ex-presidente do Brasil Ernesto Geisel (1974-1979) autorizou que o Centro de Inteligência do Exército (CIE) continuasse a política de execuções sumárias contra opositores da Ditadura Militar (1964-1985) adotadas durante o governo de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), mas que limitasse as execuções aos mais "perigosos subversivos".
O memorando datado de 11 de abril de 1974, assinado pelo então diretor da CIA Willian Colby e endereçado ao então secretário de Estado Henry Kissinger, afirma que o presidente Geisel disse ao chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) à época, João Baptista Figueiredo (que se tornou presidente entre 1979 e 1985) que as execuções deveriam continuar.
Segundo o documento, Geisel e Figueiredo concordaram ao prender alguém que fosse considerado subversivo perigoso, o chefe do Centro de Inteligência do Exército deveria consultar o diretor do SNI que, por sua vez, deveria dar sua aprovação antes da execução. De acordo com o texto, Figueiredo insistiu na continuidade das execuções e Geisel fez comentários sobre os aspectos potencialmente prejudiciais da questão e pediu para refletir sobre o assunto no final de semana, antes de tomar uma decisão.
A publicação perdeu o sigilo em dezembro de 2015, mas o documento ganhou publicidade nesta quinta-feira por meio do professor Matias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV). Nas redes sociais, onde divulgou o documento, o professor disse que "este é o documento mais perturbador que já li em 20 anos de pesquisa". "Recém-empossado, Geisel autoriza a continuação da política de assassinatos do regime, mas exige ao Centro de Informações do Exército a autorização prévia do próprio Palácio do Planalto", publica o professor.
Segundo o documento liberado pela CIA, o então presidente Ernesto Geisel autorizou a continuidade das execuções cometidas pelo Exército durante a Ditadura Militar (foto: Arquivo CB/D.A Press) |
O memorando datado de 11 de abril de 1974, assinado pelo então diretor da CIA Willian Colby e endereçado ao então secretário de Estado Henry Kissinger, afirma que o presidente Geisel disse ao chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) à época, João Baptista Figueiredo (que se tornou presidente entre 1979 e 1985) que as execuções deveriam continuar.
Segundo o documento, Geisel e Figueiredo concordaram ao prender alguém que fosse considerado subversivo perigoso, o chefe do Centro de Inteligência do Exército deveria consultar o diretor do SNI que, por sua vez, deveria dar sua aprovação antes da execução. De acordo com o texto, Figueiredo insistiu na continuidade das execuções e Geisel fez comentários sobre os aspectos potencialmente prejudiciais da questão e pediu para refletir sobre o assunto no final de semana, antes de tomar uma decisão.
A publicação perdeu o sigilo em dezembro de 2015, mas o documento ganhou publicidade nesta quinta-feira por meio do professor Matias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV). Nas redes sociais, onde divulgou o documento, o professor disse que "este é o documento mais perturbador que já li em 20 anos de pesquisa". "Recém-empossado, Geisel autoriza a continuação da política de assassinatos do regime, mas exige ao Centro de Informações do Exército a autorização prévia do próprio Palácio do Planalto", publica o professor.
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