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terça-feira, 10 de setembro de 2019

Castanhão tem o segundo pior volume para setembro da história

O maior reservatório do Ceará acumula, neste mês, somente 4,48% de sua capacidade total. Apenas no ano de 2017, o volume esteve mais baixo - com 4,34% do total - do que agora, desde a sua inauguração, em 2003
A comparação entre as duas fotos, tiradas em
janeiro  de 2019 e 2012 (abaixo), mostra a
significativa 
diferença no volume do reservatório
Castanhão / FOTO: HERMANN RABELO
O açude Castanhão foi edificado em 2003 com o objetivo de garantir segurança hídrica para cidades do Vale do Jaguaribe e também da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), incluindo o Complexo Industrial e Portuário do Pecém. O número de pessoas beneficiadas com o imponente reservatório ultrapassou, nos anos seguintes, a ordem dos 2,5 milhões de habitantes. Hoje, contudo, a realidade do maior açude do Estado é antagônica à sua grandeza de outrora.

Neste mês, o açude atingiu o segundo pior volume hídrico (4,48%) para setembro desde sua construção - que durou quase oito anos - ficando à frente apenas de setembro de 2017, quando a Companhia de Gestão dos Recursos Híricos (Cogerh) registrara 4,34% de sua capacidade máxima.

O baixo volume de água do reservatório decorre do reduzido aporte verificado na quadra chuvosa deste ano, na Bacia do Salgado, que garantiu valor ínfimo ao gigante. Nesta quadra, o Castanhão teve ganho de apenas 5% de seu volume.

No ano passado, mesmo com menos pluviometria registrada pela Funceme, foram 8% de recarga hídrica conquistados ao longo do período de chuvas. A explicação para este cenário contrastante reside na irregularidade das chuvas. Apesar de, em 2019, ter chovido acima da média histórica, a pluviometria não foi uniforme, isto é, algumas bacias tiveram bons volumes enquanto outras - como a do Salgado - amargaram poucas precipitações.

Impactos

Até o ano passado, o Castanhão assegurava o fornecimento do recurso hídrico através do Eixão das Águas para a RMF, incluindo o consumo do Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, e para mais dez cidades do Médio e Baixo Jaguaribe. Entretanto, neste ano, o quadro se modificou. A RMF parou de ser abastecida pelo Castanhão, e cidades do Médio e Baixo Jaguaribe, que dependem da transferência de água, já se veem ameaçadas. Para a Grande Fortaleza, os efeitos, num primeiro momento, não serão tão graves, isso porque a Bacia Metropolitana recebeu boa recarga e, hoje, acumula mais de 53% do volume total.

O diretor de Operações da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para o Interior, Hélder Cortez, confirmou que a interrupção no fornecimento de água do Castanhão para a RMF não afetará a população. "Temos bastante água nos açudes Pacoti, Riachão, Gavião e em outros reservatórios da região. Essa reserva é suficiente para atender à demanda até junho de 2020", pontuou.

Cortez ressalta, contudo, ser vital uma boa recarga nos grandes açudes na próxima quadra chuvosa para que o cenário não se torne delicado. Para além da incógnita, os cearenses se apegam à conclusão do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Psif). Após sete prazos não cumpridos, a expectativa, agora, é de que as águas do Velho Chico cheguem ao Castanhão no primeiro trimestre de 2020. Quando concretizada, a Transposição dará segurança hídrica a 12 milhões de nordestinos.
FOTO: TUNO VIEIRA
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