Aos 60 anos, Rita de Cássia faz parte de uma associação de apoio a mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, e sonha em conhecer “todo o país”.
O câncer de mama, cujo mês de prevenção é o "Outubro Rosa", é o que mais atinge mulheres no Ceará. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 11.420 cearenses tiveram câncer em 2018, e para 2.200 delas o carcinoma foi mamário. O número efetivo de novos diagnósticos, contudo, não é informado pelo Inca, nem pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Rita de Cássia foi parte das estatísticas em três anos distintos: 2008, quando perdeu a primeira mama; 2011, quando a doença reapareceu e levou o segundo seio; e 2013, ano em que um linfonodo mamário surgiu no braço, sendo necessário novo tratamento e o “esvaziamento” da axila. “Na primeira vez, percebi uma mama maior do que a outra, fui à ginecologista e já saí de lá arrasada, com o mastologista marcado pro mesmo dia. Passei o fim de semana inteiro chorando. Na segunda-feira fiz a biópsia e logo iniciei a quimioterapia”, relembra.
Otimismo
O tratamento doloroso, que incluiu ainda sessões de radioterapia, e a perda do cabelo abalaram a autoestima da aposentada – renovada em janeiro de 2009, quando Rita realizou o sonho de ter uma “festa de 15 anos em plenos 50!”. Daí em diante, a fé a fortaleceu, e nas vezes seguintes em que foi diagnosticada, “já dava a cura como certa”.
“Nunca faltou apoio da minha família, dos amigos, dos vizinhos. Me sinto muito querida. E sempre que tenho uma dor, lembro que Deus não dá cruz que você não tenha força pra carregar”, reflete a contadora, que apesar de aposentada, se orgulha de “nunca ter deixado de trabalhar” e continua em exercício num escritório próprio.
De todo o processo, não só o corpo (as mamas foram reconstruídas por músculos de outras partes), mas a mente saiu transformada. “Antes eu só cuidava dos outros, hoje olho pra mim – e enxergo outra pessoa. Tomo decisões com mais facilidade, continuo trabalhando, mesmo aposentada, e não perco oportunidade de viajar... Quero conhecer o Brasil inteiro. O futuro é hoje!”, exclama a aposentada, que tem acompanhamento médico periódico e toma medicação de forma permanente, para evitar que a “doença maldita” reapareça.
A história de crença, autocuidado e força de Rita de Cássia inspira, hoje, outras mulheres cearenses e de todo o país que passam ou passaram pela dura trajetória imposta pelo câncer. Ela faz parte da Associação Rosa Viva, que apoia mulheres que têm ou tiveram carcinoma mamário. “É minha segunda família, lá encontrei muita força. A gente divide as dores, multiplica as alegrias, dá suporte uma à outra e vê que é mais do que essa doença”, sentencia.
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A aposentada Rita de Cássia teve câncer em 2008, 2011 e 2013. — Foto: Fabiane de Paula/SVM |
Por G1 CE
A notícia veio como um baque forte: logo após a realização do sonho de se formar em contabilidade, a hoje aposentada cearense Rita de Cássia Bezerra, 60, foi diagnosticada com câncer de mama em abril de 2008. Era apenas o início de uma das guerras que ela enfrentaria contra a doença, que retornou outras duas vezes.O câncer de mama, cujo mês de prevenção é o "Outubro Rosa", é o que mais atinge mulheres no Ceará. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 11.420 cearenses tiveram câncer em 2018, e para 2.200 delas o carcinoma foi mamário. O número efetivo de novos diagnósticos, contudo, não é informado pelo Inca, nem pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Rita de Cássia foi parte das estatísticas em três anos distintos: 2008, quando perdeu a primeira mama; 2011, quando a doença reapareceu e levou o segundo seio; e 2013, ano em que um linfonodo mamário surgiu no braço, sendo necessário novo tratamento e o “esvaziamento” da axila. “Na primeira vez, percebi uma mama maior do que a outra, fui à ginecologista e já saí de lá arrasada, com o mastologista marcado pro mesmo dia. Passei o fim de semana inteiro chorando. Na segunda-feira fiz a biópsia e logo iniciei a quimioterapia”, relembra.
Otimismo
O tratamento doloroso, que incluiu ainda sessões de radioterapia, e a perda do cabelo abalaram a autoestima da aposentada – renovada em janeiro de 2009, quando Rita realizou o sonho de ter uma “festa de 15 anos em plenos 50!”. Daí em diante, a fé a fortaleceu, e nas vezes seguintes em que foi diagnosticada, “já dava a cura como certa”.
A Associação Rosa Viva apoia mulheres que têm ou tiveram carcinoma mamário no Ceará— Foto: Fabiane de Paula/SVM |
De todo o processo, não só o corpo (as mamas foram reconstruídas por músculos de outras partes), mas a mente saiu transformada. “Antes eu só cuidava dos outros, hoje olho pra mim – e enxergo outra pessoa. Tomo decisões com mais facilidade, continuo trabalhando, mesmo aposentada, e não perco oportunidade de viajar... Quero conhecer o Brasil inteiro. O futuro é hoje!”, exclama a aposentada, que tem acompanhamento médico periódico e toma medicação de forma permanente, para evitar que a “doença maldita” reapareça.
A história de crença, autocuidado e força de Rita de Cássia inspira, hoje, outras mulheres cearenses e de todo o país que passam ou passaram pela dura trajetória imposta pelo câncer. Ela faz parte da Associação Rosa Viva, que apoia mulheres que têm ou tiveram carcinoma mamário. “É minha segunda família, lá encontrei muita força. A gente divide as dores, multiplica as alegrias, dá suporte uma à outra e vê que é mais do que essa doença”, sentencia.
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