SERÁ QUE FALAMOS A MESMA LÍNGUA ?...
As expressões aqui listadas correm soltas na linguagem televisiva e na imprensa de Portugal: não é piada.
- Relato sobre um casal português de passagem por Pernambuco:
Ainda no aeroporto, pediram uma água fresca lisa(gelada e sem gás), pois tinham comido no avião umapunheta (bacalhau cru desfiado, servido como tira-gosto). Após a água, nosso amigo tomou uma bica (cafezinho). Foi ao salva-vidas (sanitário) e disse-nos que oautoclismo (descarga) funcionou com dificuldade. Na rua, viu os almeidas (garis) recolhendo monstros(entulhos). Perguntou-nos como estava nosso puto(adolescente) e se as canalhas (várias crianças) de meus irmãos estavam bem. Se a SIDA (AIDS) estava sendo contida nas campanhas com o uso do durex (camisinha, pois a fita durex lá se chama fita-cola). Desejou passar num armarinho e ao chegar queria comprar alfinetes e pregadeiras (broche em Portugal significa sexo oral realizado pela mulher no homem). Na farmácia compraram também um penso (curativo) porque algo sentia no pé. E, como a mulher estivesse com história (menstruada), queriam também um penso higiênico (absorvente íntimo), pois já estava sujando acueca (calcinha de mulher). Aproveitou e adquiriu umadesivo (esparadrapo) para proteger o pé do sapato, que estava apertando. No bar, perguntou se havia no recinto muito paneleiro(bicha) que não honrava a pila (pinto) e fufa (sapatão) com cara de gajo (rapaz). Tomou algumas cervejas de pressão (chopinhos) e pagou a conta ao empregado de mesa (garçom). Pela manhã, na praia, admirou-se com a pronta ação dobanheiro (salva-vida), ao retirar do mar uma rapariga(moça) que se afogava. Ficou impressionado com passageiros que viajavam dependurados no autocarro(ônibus). Achou um giro (legal) o movimento na Praia de Porto de Galinhas. A todo momento passava a mão no saco (bolsa a tiracolo de homem e de mulher), preocupado com pivetes. Achou uma ponta (excitação sexual) os biquínis sumários existentes. Comprou carne de borrego (carneiro novo) no talho(açougue) e levou para guardar no nosso frigorífico(geladeira é um termo completamente desconhecido). Gostou do nosso andar (apartamento), por ser muito ventilado, no sexto piso (andar). Estranhou o ardina (jornaleiro) vendendo na véspera o jornal do dia seguinte (convenhamos que essa mania brasileira é, realmente, muito estranha!). Se a propaganda da Caixa Econômica Federal fosse feita em Portugal seria "Vem para a boceta (caixa) você também. Vem!". Essa palavra se usa com freqüência nos meios de comunicação e o palavrão correspondente écrica ou cona. Na farmácia, é comum se perguntar se vais "tomar a pica no cu," significa aplicar uma "injeção na nádega." Só se configura o palavrão se se disser "no olho do..." Na padaria disse não gostar de "entrar no rabo da bicha para pegar o cacete" (entrar no fim da fila para pegar o pãozinho).
Ajustar o breque é o mesmo que soltar um pum. Breque, para os cariocas, freio para os paulistas, em Portugal é travão.
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PROCURANDO POR ALGO?
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Falamos a mesma língua ? Nem parece...
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