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segunda-feira, 31 de março de 2014

Cearenses investem em jogos alternativos

MERCADO DE GAMES

Cearenses investem em jogos alternativos

31.03.2014

Jovens empreendedores incursionam no mercado de games experimentais no Ceará


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Equipe da escola de arte e computação gráfica Art & Cia, de onde acabou surgindo um dos estúdios de produção de games no Ceará
FOTO: FABIANE DE PAULA
Futuro. Depois de anos desativada, "Alexia", a tecnologia mais avançada de inteligência artificial, volta misteriosamente à "vida". Usando seus poderes digitais, toma o controle de cada robô de uma fábrica e começa a brincar com as únicas peças que não consegue controlar, os humanos. Somente dois super-heróis e um hacker podem combatê-la. Essa história é parte do enredo de "Heroes Rush: Tatics", jogo realizado pelo Super Nova, um grupo de cearenses interessados pelo desenvolvimento de jogos independentes, mercado em plena ascensão em Fortaleza.
"Não temos uma empresa formalizada. Somos um grupo de estudantes e decidimos fazer o jogo. Após 20 meses, o jogo foi lançado. Agora pretendemos trabalhar mais na parte do marketing do jogo", afirma Renan Rodrigues, programador e game designer de "Heroes Rush". O jogo é vendido a US$ 5 na loja virtual Desura.

O exemplo de Renan se estende a diversos outros jovens que encontraram nos jogos uma profissão. Porém, a criação dos games não se limita a design e programação. Para eles, o conceito da criação vai da criação de roteiros, passando por marketing, publicidade, direção criativa, administração, comercial, gerenciamento de equipe, produção e até atendimento ao público.
Provavelmente você já ouviu falar do termo "indie games". São jogos experimentais, livre de amarras mercadológicas, com enredos e estéticas diferentes dos disponibilizados por gigantes do setor, que costumam ter em seu orçamento centenas de milhares de dólares, mas pouca liberdade de criação. Normalmente, são jogos inteligentes, com menor orçamento e com estética simples. Alguns deles são bem conhecidos do público em geral, como "Flappy Bird", "Castle Crashers" e "Minecraft".
Sobra da indústria
O mercado de jogos independentes teve, em 2013, uma enorme mudança: o crescimento de equipes pequenas e plataformas de desenvolvimento mais democráticas. Tal alteração faz com que o termo "indie" seja questionado.
Nas plataformas digitais de vendas - como Live, PlayStation Network e Steam - é possível encontrar diversos títulos de estúdios independentes, dentre eles Rocksteady, Crytek e Rovio. Também é possível encontrá-los em sites especializados, como o Gog.Com, Game Jolt e Desura.
Muitos jogos são desenvolvidos a partir do apoio de sites de financiamento coletivo, como o Kickstarter. Nesses sites, é possível encontrar jogos de produtoras cearenses. Fan Studios, Valente Studio e Super Nova são algumas delas.
Crescimento
É inegável que o interesse por jogos eletrônicos vem aumentando no Brasil. A indústria do gênero é tão grande no país que, em 2012, foi maior que as do Reino Unido, Espanha e Alemanha. Mesmo com preços altos, o mercado de venda de consoles (Xbox, PlayStation e Wii) cresceu 25% entre 2012 e 2013, movimentando mais de R$ 1 bilhão. Somente as vendas de jogos renderam R$ 629 milhões às produtoras em 2012, um crescimento de 72% em relação ao ano anterior. Os dados são de uma auditoria realizada pela GfK. Porém, eles contemplam apenas a grande indústria. Há muito mais a ser explorado.
Pensando no mercado que começa a surgir em Fortaleza, o coordenador da escola de artes e computação gráfica Art & Cia, Claudio Martins, criou em 2010 cursos voltados para criação de jogos. Como produto desse curso, com duração de um ano, a escola terminou montando uma produtora de jogos em parceria com o desenvolvedor e professor da Art & Cia, Daniel Valente. Formou-se, então, a Valente Studio, que já desenvolveu quatro jogos comerciais: Valentim, Argamassa, Pepsi in The Mix (para a Índia) e um projeto para um portal de São Paulo.
"Há mercado de jogos. Em Fortaleza ainda é embrionário, mas está prestes a explodir. Já recebemos propostas de várias empresas, que querem desenvolver jogos. Existe uma ramificação de jogo, que é o advergames (direcionado às empresas), e que dá resultado, tanto para o cliente quanto para o desenvolvedor", afirma o coordenador da Art & Cia. Após três anos de cursos voltados para jogos, a escola está na fase de programação de um jogo em 3D, desenvolvido unicamente por alunos sob a tutela de Daniel Valente. "Gronnar" é baseado na vida de um viking e tem prazo de conclusão para junho deste ano.
Ter trabalho reconhecido é um dos maiores desafios

Mas, apesar da abertura de mercado e de empresas interessadas, nem tudo são flores no cenário alternativo de games. "Há duas maneiras para entrar no mercado de jogos. Ou pelas universidades, desenvolvendo jogos educativos, ou por produções de empresas independentes voltadas para aplicativos móveis, colocando propagandas, como o Flappy Bird", comenta Marcos Mourão, que coordenou o webdocumentário "For Game", feito por alunos do curso de Sistemas e Mídias Digitais (SMD) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Com design minimalista e moderno, o webdoc traz entrevistas com quatro produtoras independentes de Fortaleza. Eles falam sobre a criação da empresa e seu histórico, os projetos e as expectativas para o futuro do ramo. "O projeto teve em torno de 30 pessoas e muita gente não sabia que tinha mercado de games. Ele ajuda muita gente a decidir sobre o que pode seguir", conta o estudante Evandro Sorensen, um dos organizadores do projeto.
Para o programador e game designer Renan Rodrigues, um dos maiores desafios do desenvolvedor indie é a divulgação. "O mercado deve ser tratado a nível global. Mesmo que seja um bom jogo, bem produzido e com várias questões bem trabalhadas, falta algum tipo de atrativo. O desafio é ser notado", afirmou um dos desenvolvedores dos jogos "Heroes Rush: Tatics" e "Immanuel", lançados no Desura e no Game Jolt.
Para quem gosta de jogos e gostaria de desenvolver, Claudio Martins, da Art & Cia, afirma que é essencial buscar um curso que oriente os passos do aluno. "A gente orienta, primeiro de tudo, a fazer um jogo simples. Há muita literatura gratuita na internet que engloba até o projeto do jogo escrito. Não é achar que é só montar uma empresa e ficar rico. Demora muito. É importante começar devagar", declara.

FONTE: DIÁRIO DO NRODESTE

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