Olha, não sei se essa é a sua primeira vez aqui no HypeScience, ou se você lê meus artigos com frequência. Eu gosto muito das duas possibilidades – e se essa for a primeira vez, espero que você volte sempre. Mas, independente de qual seja o grau da nossa relação, eu preciso fazer uma revelação bombástica: todas as pessoas do mundo fazem cocô.
E se não fazem, existe alguma coisa de muito errado com elas.
Vamos todos aprender a conviver com essa informação, porque esse é um fato essencial da vida.
A maioria das pessoas simplesmente dá descarga nesses dejetos, sem dó nem piedade.
Aí você me pergunta: o que mais eu poderia fazer além de “dar tchau” pro meu cocô?
Gente, não é óbvio? Vender, é claro.A empresa OpenBiome, que é uma organização sem fins lucrativos, viu um potencial científico nos dejetos humanos e agora esse pode ser o tesouro de muita gente. O objetivo da coisa toda é bastante nobre: desenvolver pesquisas e tratamentos de transplante fecal para salvar vidas de pessoas infectadas com Clostridium difficile, uma bactéria que é altamente resistente a antibióticos.
A ciência não está cagando e andando para você
As infecções causadas pela bactéria causam uma diarreia muito grave e levam à hospitalização de 250.000 americanos por ano, causando cerca de 14.000 mortes. Ela pode acontecer após o uso de antibióticos por muito tempo, o que torna essa bactéria muito resistente e excepcionalmente difícil de ser tratada. As bactérias intestinais do paciente são quase dizimadas, e probióticos convencionais não são suficientes para substituí-las.Tratamento existente
O melhor tratamento para infecções por C. difficile é um transplante fecal, tradicionalmente tão horrível quanto parece. Os médicos têm usado tubos nasogástricos altamente invasivos ou colonoscopia para colocar a matéria fecal do doador no intestino de seus pacientes infectados.Por mais difícil que o processo possa ser, ele é altamente bem sucedido. Mas, como tudo nessa vida, pode ser melhorado.
O novo tratamento
Um novo método consiste no uso de cápsulas de matéria fecal congelado, que descongelam no corpo e liberam o conteúdo no intestino delgado. As taxas de sucesso das cápsulas, em comparação aos tratamentos tradicionais, são de cerca de 90%.Estas cápsulas fecais congeladas são o projeto da ONG OpenBiome. E precisam de matéria-prima, ou seja, cocô humano, para serem fabricadas.
Naturalmente, as fezes têm que vir de algum um lugar.
Ganhe dinheiro com seu cocô
E é aí que algumas pessoas podem ganhar muito dinheiro. A empresa OpenBiome paga doadores que estão comprometidos em fornecer múltiplas amostras por semana.Eu posso ser um doador?
Embora todo mundo possa produzir essa matéria-prima, nem todo mundo é um candidato ideal para ser pago para fazê-la. Em primeiro lugar, a OpenBiome precisa de doadores que estejam perto de seu laboratório em Medford, Massachusetts (Estados Unidos) para se juntar ao registro de doadores.Os candidatos que preencham os requisitos para a idade, IMC e de saúde de uma pré-triagem com uma série de perguntas são então convidados a tirar sangue e fezes testes. As doações são então feitas, pelo menos, quatro vezes por semana durante 60 dias, quando cada dador é reavaliado.
Uma vez que a rodada de exames de sangue e de fezes fica prontas e o candidato é dito como apto, as amostras anteriores são então convertidas em cápsulas e enviadas para pacientes de todo o país.
O valor pago é de 40 dólares por doação – algo em torno de R$ 120,00. Quem vai cinco dias por semana ganha um bônus de US$ 50 dólares (aproximadamente 150 reais). Isso é: 250 dólares por semana, 13 mil dólares por ano.
A OpenBiome tenta tornar a experiência tão divertido quanto possível, oferecendo prêmios aos doadores que fazem mais doações, que doam a maior amostra, etc. Todo um novo conceito sobre cagar dinheiro. [iflscience]
FONTE:
http://hypescience.com/voce-pode-vender-seu-coco-por-ate-13-mil-dolares-por-ano-e-ajudar-a-ciencia/
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