
O presidente da ANA (Agência Nacional de Água), Vicente Andreu, traçou 
um panorama alarmante da situação do abastecimento de água em 2015 nas 
regiões Sudeste e Nordeste do país.
Ao
 comparar a situação atual dos principais reservatórios do país com o 
volume de água que estes continham um ano atrás, Andreu disse não haver 
dúvidas de que 2015 será um "ano extremamente grave" para o 
abastecimento nas duas regiões.
O
 Sistema Cantareira é o exemplo claro da situação crítica que São Paulo 
terá que enfrentar. As chuvas ocorridas entre dezembro e abril, segundo 
Andreu, sequer conseguiram repor a água do volume morto do Cantareira.
Hoje
 o saldo nas represas é negativo em 10% em relação ao mínimo de seu 
volume útil. Um ano atrás, nesta mesma época, o Cantareira tinha volume 
positivo de 30% sobre seu volume útil. Ainda assim, atravessou o ano 
registrado como o pior da série histórica de medições, feitas há 84 
anos.
O
 que agrava a situação, afirmou, é que o período de seca começa agora, 
sem haver tempo para recorrer a obras emergenciais. Em audiência pública
 na Câmara, o presidente da ANA declarou que, se as medidas tomadas 
neste início do ano na gestão do Cantareira tivessem sido adotadas no 
início de 2014, como a agência havia sugerido, a situação hoje estaria 
menos crítica em São Paulo.
"Quando
 sugerimos reduzir a vazão no início do ano passado, falaram que 
queríamos o racionamento em São Paulo", disse Andreu, acrescentando que 
hoje o Cantareira opera com vazão até inferior àquela que a agência 
recomendava. "Porque se utilizou aqueles argumentos em fevereiro de 2014
 para a população?"
Mais
 crítico ainda é o cenário previsto para o Nordeste. Nas previsões da 
ANA, a região deve se preparar para a pior situação de abastecimento já 
registrada. Grande parte dos reservatórios da região, como o de 
Sobradinho, está completamente comprometida.
"A
 situação do Nordeste é extremamente grave, porque estamos no fim da 
quadra chuvosa. A recuperação entre fevereiro e maio, no período de 
acumulação de água, está muito baixa ou até negativa. Não houve acúmulo 
para abastecimento de água dessas regiões", disse.
Os
 dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico apontam que, atualmente,
 Sobradinho, maior reservatório do país e responsável pela maior parte 
do abastecimento na região, está com apenas 21% da capacidade total de 
acúmulo de água, quando possuía 57% nesta mesma semana do ano passado.
O
 presidente da ANA reconheceu a necessidade de aprimoramento na 
regulação da água, tema que costuma ser alvo de conflito entre agentes 
da União, Estados e municípios. Além disso, há polêmicas envolvendo o 
uso múltiplo da água, envolvendo questões sobre abastecimento humano, 
transporte e geração de energia.
O
 modelo defendido pela ANA é de que seja criado um fórum de discussão 
para tomar decisões técnicas em situações críticas de abastecimento. 
Andreu lembrou que o processo de renovação de outorga do Sistema 
Canteireira está prestes a ser iniciado.
Fonte: Estadão Conteúdo
fonte: http://potenginainternet.blogspot.com.br/2015/05/ana-alerta-para-ano-extremamente-grave.html
 
 
 
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