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quarta-feira, 6 de maio de 2015

CE tem 60 dias para eliminar sarampo

O Ceará tem 60 dias para interromper a cadeia de transmissão do sarampo e, dessa forma, manter a certificação das três Américas - do Sul, Central e do Norte - de eliminação da doença. O Estado está há 30 dias sem registrar novos casos - o último foi em 4 de abril. Ontem, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, se reuniu no Palácio da Abolição com o governador Camilo Santana, prefeitos, secretários municipais e profissionais da saúde para firmar um pacto e cobrar o compromisso de vacinar todas as pessoas que fazem parte do público alvo ainda não imunizadas.
Ele acrescenta que outra tarefa que não pode ser adiada é, em casos suspeitos, fazer a devida investigação e, em menos de 72 horas, identificar as pessoas que tiveram contato com a pessoa supostamente contagiada para que todos possam ser vacinados, trabalho que deve ser feito antes mesmo da confirmação do diagnóstico da doença.
"Se tem suspeita, todos os contactantes também têm que tomar a vacina. O sarampo é uma doença altamente contagiosa, que se transmite com muita facilidade e rapidez, mas nós possuímos, felizmente, a vacina como grande arma, então temos que proteger todas as pessoas que podem ser protegidas", reforça Chioro.
Se conseguir manter a meta de, até o próximo 5 de julho, não registrar nenhum novo caso da doença, as Américas continuarão sendo zonas livres do sarampo. "Não podemos deixar que o Ceará se torne a entrada do sarampo para as Américas", frisa o Ministro da Saúde. O Brasil e o continente americano são exemplo no caso de controle do sarampo para o mundo.
Recursos
Chioro diz que não tem por quê, já que não falta vacina e nem recursos, a meta não ser cumprida no Estado.
"Os postos de saúde estão aí, temos equipes preparadas e temos que vacinar 100% da população alvo. Não adianta se contentar com 56%. Mais de 70% dos casos detectados no Ceará foram de pessoas que não foram vacinadas. Portanto, a vacina protege e é essencial para interromper a cadeia de transmissão da doença", reitera.
O ministro foi enfático ao dizer que não dá para conversar com um secretário municipal de Saúde ou algum outro gestor estadual e ele não saber, na ponta do lápis, como está a cobertura vacinal, quanto falta e quais as estratégias para as próximas duas semanas.
O Ceará vive um surto de sarampo desde 25 de dezembro de 2013 - há 15 meses. A condição de local endêmico se dá após 12 meses com confirmação de casos de forma ininterrupta. Nesse período, 803 casos foram confirmados. Destes, um em 2013, 695, em 2014, e 107, neste ano.
A ocorrência de confirmações, no entanto, vem diminuindo. Foram 50 em janeiro de 2015, reduzindo para 35 em fevereiro, 22 em março e um em abril. Outros 134 casos ainda são investigados.
O governador Camilo Santana informa que, nessa reta final, a ideia é vacinar aqueles que ainda não foram imunizados e intensificar as ações nos municípios com registros de casos da doença nos últimos 90 dias: Fortaleza, Caucaia, Horizonte, Trairi e Itaitinga. Acrescenta, ainda, que será retomada a campanha publicitária alertando para a importância das pessoas se vacinarem contra o sarampo.
Corredores
Em relação aos números que vem sendo divulgados diariamente pelo Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) com o quantitativo de pessoas atendidas nos corredores das unidades - ontem eram 366 -, o governador ressalta que essa realidade não é novidade nos hospitais públicos e convida a entidade para somar esforços e buscar soluções conjuntas com o governo.
Camilo tenta reverter renúncia do secretário
Logo após o encontro com o ministro, o governador Camilo Santana se reuniu a portas fechadas no Palácio da Abolição com o secretário da Saúde, Carlile Lavor, para discutir a renúncia do gestor da Pasta, como noticiou na edição de ontem o Diário do Nordeste. Todavia, como ainda não chegaram a um consenso, hoje haverá nova reunião.
Mais cedo, Camilo Santana afirmou que "a decisão" sobre a saída de Carlile da Secretaria da Saúde dependia da vontade do próprio secretário. A assessoria de comunicação do Governo do Estado confirmou o encontro, mas ainda não há posição oficial sobre a situação.
Durante o evento com o ministro da Saúde, Lavor chegou após o início das atividades e foi chamado para compor a mesa, onde já estava o secretário adjunto da Pasta, Henrique Javi. É ele quem vem respondendo, nos últimos dias, às demandas relacionadas ao caos enfrentado na área. Carlile Lavor saiu do encontro sem dar entrevistas.


FONTE:http://potenginainternet.blogspot.com.br/2015/05/ce-tem-60-dias-para-eliminar-sarampo.html


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