O
Ceará tem 60 dias para interromper a cadeia de transmissão do sarampo
e, dessa forma, manter a certificação das três Américas - do Sul,
Central e do Norte - de eliminação da doença. O Estado está há 30 dias
sem registrar novos casos - o último foi em 4 de abril. Ontem, o
ministro da Saúde, Arthur Chioro, se reuniu no Palácio da Abolição com o
governador Camilo Santana, prefeitos, secretários municipais e
profissionais da saúde para firmar um pacto e cobrar o compromisso de
vacinar todas as pessoas que fazem parte do público alvo ainda não
imunizadas.
Ele
acrescenta que outra tarefa que não pode ser adiada é, em casos
suspeitos, fazer a devida investigação e, em menos de 72 horas,
identificar as pessoas que tiveram contato com a pessoa supostamente
contagiada para que todos possam ser vacinados, trabalho que deve ser
feito antes mesmo da confirmação do diagnóstico da doença.
"Se
tem suspeita, todos os contactantes também têm que tomar a vacina. O
sarampo é uma doença altamente contagiosa, que se transmite com muita
facilidade e rapidez, mas nós possuímos, felizmente, a vacina como
grande arma, então temos que proteger todas as pessoas que podem ser
protegidas", reforça Chioro.
Se
conseguir manter a meta de, até o próximo 5 de julho, não registrar
nenhum novo caso da doença, as Américas continuarão sendo zonas livres
do sarampo. "Não podemos deixar que o Ceará se torne a entrada do
sarampo para as Américas", frisa o Ministro da Saúde. O Brasil e o
continente americano são exemplo no caso de controle do sarampo para o
mundo.
Recursos
Chioro diz que não tem por quê, já que não falta vacina e nem recursos, a meta não ser cumprida no Estado.
"Os
postos de saúde estão aí, temos equipes preparadas e temos que vacinar
100% da população alvo. Não adianta se contentar com 56%. Mais de 70%
dos casos detectados no Ceará foram de pessoas que não foram vacinadas.
Portanto, a vacina protege e é essencial para interromper a cadeia de
transmissão da doença", reitera.
O
ministro foi enfático ao dizer que não dá para conversar com um
secretário municipal de Saúde ou algum outro gestor estadual e ele não
saber, na ponta do lápis, como está a cobertura vacinal, quanto falta e
quais as estratégias para as próximas duas semanas.
O
Ceará vive um surto de sarampo desde 25 de dezembro de 2013 - há 15
meses. A condição de local endêmico se dá após 12 meses com confirmação
de casos de forma ininterrupta. Nesse período, 803 casos foram
confirmados. Destes, um em 2013, 695, em 2014, e 107, neste ano.
A
ocorrência de confirmações, no entanto, vem diminuindo. Foram 50 em
janeiro de 2015, reduzindo para 35 em fevereiro, 22 em março e um em
abril. Outros 134 casos ainda são investigados.
O
governador Camilo Santana informa que, nessa reta final, a ideia é
vacinar aqueles que ainda não foram imunizados e intensificar as ações
nos municípios com registros de casos da doença nos últimos 90 dias:
Fortaleza, Caucaia, Horizonte, Trairi e Itaitinga. Acrescenta, ainda,
que será retomada a campanha publicitária alertando para a importância
das pessoas se vacinarem contra o sarampo.
Corredores
Em
relação aos números que vem sendo divulgados diariamente pelo Sindicato
dos Médicos do Ceará (Simec) com o quantitativo de pessoas atendidas
nos corredores das unidades - ontem eram 366 -, o governador ressalta
que essa realidade não é novidade nos hospitais públicos e convida a
entidade para somar esforços e buscar soluções conjuntas com o governo.
Camilo tenta reverter renúncia do secretário
Logo
após o encontro com o ministro, o governador Camilo Santana se reuniu a
portas fechadas no Palácio da Abolição com o secretário da Saúde,
Carlile Lavor, para discutir a renúncia do gestor da Pasta, como
noticiou na edição de ontem o Diário do Nordeste. Todavia, como ainda
não chegaram a um consenso, hoje haverá nova reunião.
Mais
cedo, Camilo Santana afirmou que "a decisão" sobre a saída de Carlile
da Secretaria da Saúde dependia da vontade do próprio secretário. A
assessoria de comunicação do Governo do Estado confirmou o encontro, mas
ainda não há posição oficial sobre a situação.
Durante
o evento com o ministro da Saúde, Lavor chegou após o início das
atividades e foi chamado para compor a mesa, onde já estava o secretário
adjunto da Pasta, Henrique Javi. É ele quem vem respondendo, nos
últimos dias, às demandas relacionadas ao caos enfrentado na área.
Carlile Lavor saiu do encontro sem dar entrevistas.
FONTE:http://potenginainternet.blogspot.com.br/2015/05/ce-tem-60-dias-para-eliminar-sarampo.html
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