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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Falta de cirurgia bariátrica mata até 45 mil por ano

Por Ceará Agora - 
A feirante Elisabete Ferreira Lopes, de 43 anos, luta há 15 anos por uma cirurgia bariátrica. Ela própria compara a espera pela operação a uma batalha. Começou em Rondônia, onde vivia. O cenário de combate agora é São Paulo, para onde se mudou há onze meses, na esperança de finalmente conseguir passar pela cirurgia. Tinha 110 quilos, quando tudo começou. Hoje, ela já chegou a 152.
A primeira vez em que Elisabete se candidatou à cirurgia bariátrica foi em 2002. O processo não andou e ela continuou ganhando peso. Até que em 2006 a coluna travou. Tinha o peso limite para que passasse pelo equipamento convencional de ressonância magnética. Agora a feirante precisa de equipamento especial para obesos. Os exames revelaram espondilodiscoartrose – degeneração que afeta os discos da coluna vertebral. Desde então, está afastada do trabalho. Além da doença na coluna, o laudo atesta obesidade mórbida grau 3, o mais elevado.
Em 2010, depois de muito pressionar, descobriu que todos os seus documentos haviam sido perdidos. Então teve de começar o processo todo novamente. Pediu ajuda até a um deputado federal. No ano passado, desistiu da peleja em Rondônia, que não tem centro do SUS (Sistema Único de Saúde) que realize a cirurgia, e jogou a toalha. Mudou-se para São Paulo e deu início a um novo round.

“Eu tenho laudo até de perito do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pedindo urgência por risco de morte. Mas não consigo ser operada”, afirma. “Até me surpreendo quando sei de alguém que passou pela cirurgia no SUS. Não sei como conseguem”, comenta.
Elisabete sofre de hipertensão e apneia. O peso afetou os joelhos e tornozelos. “Minha vida é dentro de casa. Não aguento fazer serviço doméstico de uma vez. No dia em que eu lavo roupa, não arrumo a casa. A gente se restringe a muitas coisas. Tenho uma máquina de costura, para você ter ideia de como odeio comprar roupa. Não fica bonita (a roupa), mas é confortável. A última calça jeans que comprei, tive que andar muito, paguei caro, usei e encostei. Corta a pele. É muito sofrido comprar roupa”, conta.
A feirante começou a ganhar peso na primeira gravidez, aos 16 anos. Tem três filhos, de 27 anos, 22 anos e de 13 anos. O caçula, Gabriel Expedito, nasceu depois da laqueadura de trompa. “Só descobri a gravidez aos cinco meses de gestação. Estava tratando como mioma.”
Na fila. Quando chegou a São Paulo, Elisabete foi atendida na Unidade Básica de Saúde (UBS) perto de casa. Saiu com encaminhamento para o cirurgião gástrico e há quatro meses aguarda ser chamada para uma consulta na rede pública.
Elisabete faz parte de um grupo no Facebook chamado Cirurgia Bariátrica pelo SUS, que reúne 6,6 mil pessoas. “A ansiedade pela cirurgia é tão grande que tem gente que adoece. Uns comem mais. Outros bebem.”
A feirante tem a expectativa de voltar a fazer atividades simples do cotidiano depois da cirurgia. “Quero poder comprar um carro sem pensar se vai caber minha bunda. Entrar numa roupa. Poder dormir com um travesseiro só, porque hoje eu vou dormir e por causa da apneia não sei se vou acordar… Coisas bobas, que a pessoa que é magra não pensa”, brinca. “Tento levar no bom humor.”
Com informações O Estado de São Paulo

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