Estudo mostra quanto o excesso de peso contribui para a doença
Por Agência Brasil - Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) revela que o gasto com casos de câncer relacionados à obesidade entre adultos ficou em R$ 1,4 bilhão do total de 3,5 bilhões aplicados em 2018 pelo governo federal no tratamento da doença na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Feito em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o estudo é inédito e teve início no fim de 2019. O resultado foi publicado no dia 11 de março, na revista científica internacional Plos One.
Segundo o oncologista clínico do Inca Ronaldo Corrêa, coordenador da pesquisa, de modo geral, o câncer é uma doença multifatorial. Isso significa que existem diversos fatores de risco para a doença, entre os quais o consumo de tabaco, de álcool e de carne vermelha, o sedentarismo e o excesso de peso ou obesidade.
O estudo concluiu que são altos os gastos com cânceres vinculados ao excesso de peso, considerando o cálculo da fração atribuível. “A gente pega a prevalência do fator de risco na população, quer dizer, quantas pessoas têm excesso de peso na população brasileira em diferentes faixas etárias e por sexo e vê qual é a prevalência desse fator de risco. Quanto maior a prevalência, maior a chance que o fator de risco tem de estar causando o câncer”, disse Corrêa hoje (5), em entrevista à Agência Brasil.
Os pesquisadores consideram ainda outro fator epidemiológico, que é o risco relativo. Essa medida de associação indica qual é a chance de uma pessoa com obesidade vir a ter um câncer em comparação a uma que não tem excesso de peso. A partir das duas medidas – prevalência e risco relativo – tais valores são aplicados na população brasileira e chega-se à fração atribuída.
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