Turma amiga,
Eis a mensagem que redigi e li na Missa de corpo presente da nossa tão querida e saudosa D. Mariinha der Castro.
Eis a mensagem que redigi e li na Missa de corpo presente da nossa tão querida e saudosa D. Mariinha der Castro.
* 10.06.1912
+ 27.03.2011
D. Mariinha deixa-nos como herança sua vigoraosa e exemplar vida de fé.
Aracoiaba, nossa terra natal, hoje, ficou órfão de uma de suas filhas muito querida, filha esta que nos deixou em seu testamento a herança da sua vigorosa e exemplar vida de fé. Uma pessoa que recebeu de Deus o dom da longevidade, o privilégio de ficar conosco por 98 anos.
Gostaríamos, humanamente falando, que ela tivesse alcançado seu centenário conosco, porém, Deus, em seus desígnios de amor, a levou no tempo certo, na hora certa para premiá-la pela vida de fidelidade na fé que ela teve para com os planos dEle . Choramos sim, sua partida, por outro lado nos alegramos espiritualmente pelos bons exemplos e pelas aulas de vida cristã que ela nos repassou. D. Mariinha, foi essa mulher de fé, que vivenciou essa fé e que nos transmitiu fé. Uma vida longa, uma longa aula de confiança em Deus para todos nós!!! Ela partiu, mas seus exemplos e ensinamentos continuarão. Sentimos sim, sua partida, porém, aplaudimos de cabeça erguida seu amor para com Deus, sua família , a Igreja do Seu Filho Jesus e a religião católica que tanto honrou e defendeu.
A família Castro e Silva, perdeu hoje sua matriarca, aquela que foi a rainha do lar, a esposa companheira, a mãe cheia de amor e a avó e bisavó exemplo para os netos e bisnetos.
Toda família – numa cidade – num lugarejo – ou numa ilha - tem sua história e importância, todas!
A família Castro, foi e continua sendo um referencial, um testemunho de fé cristã e católica para todos nós. Esta família tem sua história em Aracoiaba desde o século XIX, (19)- quando em 1872, aqui veio morar o Cel. Raimundo de Castro e Silva, farmacêutico, proprietário da Farmácia Castro, onde manipulava fórmulas de pomadas e xaropes medicinais. Cel. Raimundo de Castro, casou-se com D. Cândida Perpétua de Castro e Silva, com quem teve 08 filhos e em segunda núpcias, com D. Maria Teles de Castro e Silva, com a qual teve 12 filhos. Daí em diante crescera a àrvore genealógica da família Castro em Aracoiaba, desempenhando várias funções na vida social, econômica, política e religiosa.
Esta àrvore fora crescendo e os frutos foram surgindo aos poucos, no tempo e com o tempo, sob os desígnios do Criador.
No dia 13 de novembro de 1901, na pacata cidade de Aracoiaba, nascera Eugênio de Castro e Silva, nosso saudoso Sr. Castrinho, homem conhecido por muitos de nós... Uma pessoa que dedicou todo o seu tempo ao atendimento à população como escrevente, tabelião e escrivão do 1º ofício ao lado de sua esposa por 35 anos.
Não podemos falar de D. Mariinha , sem falarmos em seu esposo. Foram duas almas gêmeas. Um casal exemplar!...
Descrever em síntese a vida do Sr. Castrinho é falar do homem de fé, do homem bom, manso, caridoso, exemplo de esposo e pai, cristão fervoroso e participativo na vida da comunidade, auxiliando aos Párocos em todas as necessidades da paróquia... Um ser humano apaixonado pela Sagrada Eucaristia e devoto de Nossa Senhora das Graças. Todas as noites, diante do santuário, era rezado o terço de Nossa Senhora antes do repouso do casal. Rezavam-se sempre as novenas do Mês de Março a São José; Maio, a Nossa Senhora; Junho, ao Coração de Jesus e Novembro, a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.Uma família que vivia em oração. Demonstrou sempre caridade para com os pobres e aflitos, buscando sempre atender às suas dificuldades.
Eugênio de Castro e Silva fora agraciado com o título de Comendador da Ordem de São Silvestre, pelo saudoso Papa, o Beato João Paulo II, Comenda que chegou ao Ceará em abril de 1979. A referida comenda foi levada à Aracoiaba pelo saudoso Cardeal Aloísio Lorscheider, Arcebispo de Fortaleza , que a entregou `a D. Mariinha na Missa de corpo presente do Sr. Castrinho, como reconhecimento de suas qualidades e virtudes merecedoras deste honroso título.
Falar do Castrinho é algo que comove e empolga, pelo exemplo de honestidade, trabalho e integridade... Na verdade, significou o “homem justo” de quem fala o evangelho.
Em 27 de Novembro de 1936, dia da Medalha Milagrosa, devoção particular do Sr. Eugênio de Castro, veio a casar-se na Igreja do Carmo em Fortaleza, com D. Maria Falcão de Castro, popularmente conhecida por D. Mariinha.Deus abençoara este matrimônio por 46 anos.
Desta união, vieram 02 filhas: Eugênia Maria e Maria de Lourdes, completando assim o lar do Sr. Castrinho e D. Mariinha. A árvore genealógica continuou dando seus frutos; vieram os netos Salomão, Lílian, Eugênio, João, Luciana e Letícia; os bisnetos Victor, Maria Beatriz e Clarisse.
Com o falecimento do Sr. Castrinho, D. Mariinha conduziu com maestria inabalável o barco da família Castro.
Mas, na realidade, quem foi D. Mariinha, esta pessoa, cujo corpo veneramos, homenageamos em meio a dor, a saudade e, acima de tudo, a fé e a esperança.
Maria Falcão de Castro, teve uma infância normal, cercada do carinho dos pais. Fora educada na fé cristã católica, amando a Deus, sendo devota ardente do Sagrado Coração Eucarístico de Jesus e de Nossa Senhora.
Quando jovem ingressou na Pia União das Filhas de Maria. Após seu casamento ingressou nas fileiras do Apostolado da Oração, sendo uma de suas fundadoras na paróquia da Imaculada Conceição de Aracoiaba. Como Apóstola do Coração de Jesus, foi Zeladora, tesoureira e secretária deste movimento quase milenar...
D. Mariinha sempre nutriu grande amor e respeito por Jesus Eucarístico. Por muitos anos, na Solenidade de Corpus Christi, sua residência tornava-se altar para receber Jesus presente na hóstia consagrada. Com que zelo, prazer e fé, ornamentava o altar na calçada de sua casa, para acolher o Rei dos Reis, sob o véu eucarístico.
Amava a vida eucarística... já enferma, sem poder deslocar-se à Igreja-Matriz, participava fervorosamente da Santa Missa pela televisão, todos os dias, fazendo assim a sua comunhão espiritual.
Recebia em sua residência o pão dos anjos, a divina eucaristia, pelas mãos do Ministro responsável por esse Ofício Sagrado.
Gratidão, paga-se com gratidão. O amor que ela nutria pela Eucaristia e pela Igreja Católica, a fez receber de Deus um inesquecível presente: no dia 11 de julho de 1980, na Abertura do 10º Congresso Eucarístico Nacional, na cidade de Fortaleza-CE., teve a honra e a alegria de receber Jesus Hóstia Santa das mãos sagradas do querido Beato, o nosso tão saudoso Papa João Paulo II.
A oração do terço era a sua arma diária contra os reveses da vida...
Todos os anos desde o seu casamento, ornamentava a lapinha, o presépio nos dias que antecediam a noite do Santo Natal numa das dependências de sua residência... Sua filha, Eugênia Maria, conserva esta salutar tradição. Diante desse presépio fazia suas orações, absorta no mais sublime mistério do amor de um Deus, que, por amor, se fez homem para salvar a humanidade.
Suas devoções particulares foram o Coração de Jesus, a Imaculada Conceição e os Anjos da Guarda.
Recebeu em várias oportunidades, com muito respeito e espírito acolhedor, em sua residência a visita do seu cunhado o bispo Dom Raimundo de Castro e dos párocos que ao longo dos anos, fizeram o seu apostolado na Paróquia da Imaculada Conceição de Aracoiaba.
D. Mariinha prestou relevantes serviços à comunidade aracoiabense. Foi tabeliã e escrivã do Cartório do 1º Ofício da Comarca de Aracoiaba; prestou relevantes serviços também ao Poder Judiciário do Estado e foi sempre para as mulheres aracoiabenses um exemplo e modelo pela vida profissional, no trabalho árduo e dedicado ao lado do marido, mas também como modelo de esposa, mãe e cidadã participante ativa da vida da comunidade.
Neste caixão sobre o corpo de D. Mariinha, encontra-se a fita vermelha, símbolo de sua entrega ao Coração de Jesus no movimento do Apostolado da Oração. Encontra-se também sobre o caixão, a bandeira oficial do Apostolado da Oração, bandeira esta que simboliza a existência deste Apostolado em nossa paróquia. Com certeza, ela nos pede que mantenhamos vivo e forte o Apostolado da Oração em nossa cidade.
Aproximara-se o altar de imolação de D. Mariinha... Aproximara-se o seu fim - terreno - no meio de nós... No dia 15 de fevereiro ,dera entrada no Hospital e Maternidade Santa Isabel.Fora transferida para Fortaleza, onde, na UTI, fora iniciado o seu calvário, o sofrimento propriamente dito, assistido pelas filhas e familiares. Sofria ela, sofriam todos! Mas nesses dias e com esses momentos dolorosos, não faltaram preces, louvores e calor humano. Foi-lhe administrado a Sagrada Unção dos Enfermos. Estava tudo pronto para sua partida. A mala estava pronta para a viagem: nela só couberam duas coisas: a fé e a esperança. O momento se aproximara... televisão ligada no apartamento do hospital com a Celebração ao vivo da Santa Missa. No momento da elevação, D, Mariinha em estado de coma, volta a si, abre os olhos e fecha-os docemente entregando sua alma para Deus. Nesse momento, em meio à emoção e preces estavam suas filhas muito amadas Eugênia e Maria de Lourdes.
D. Mariinha se foi... porém , ficaram seus exemplos...
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Mensagem foi redigida e pronunciada pelo Prof. Lusmar Paz, por ocasião da missa de corpo presente, no dia 28 de Março de 2011, na Igreja Matriz de Aracoiaba.
D. Eugênia e Dra. Maria de Lourdes colocaram esta mensagem na abertura do livreto fúnebre...
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