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quarta-feira, 20 de março de 2013

Samba do malandro


NOVELA

Samba do malandro

20.03.2013



Nando Cunha fala das cenas de dança de Pescoço em ´Salve Jorge´ e revela que já quase apanhou das mulheres nas ruas

Nando Cunha não se deslumbra com o atual sucesso na trama das 21h: "Eu preciso ganhar dinheiro para criar meu filho, pagar a prestação da minha casa e o plano de saúde. A novela vai acabar"


Passista da Mocidade Independente de Padre Miguel por dois anos e da Vila Isabel por outros dois, Nando Cunha ficou surpreso ao saber das suspeitas de que teria usado dublê nas cenas em que Pescoço, o malandro de "Salve Jorge", dá show de samba na gafieira.

"Foi um sentimento duplo. Achei engraçado, mas depois cheguei a ficar chateado. Eu me senti menosprezado quando falaram que usei dublê. Não que seja uma regra, mas é muito pouco provável que um negro não saiba sambar", diz.

Morador da Barra da Tijuca e frequentador assíduo de rodas de samba, Nando, no ar em sua terceira novela agradou na gafieira. E adianta que a autora Gloria Perez irá escrever mais cenas de dança para o personagem.

"Improvisei, e ela adorou. E colocou a dança como característica do Pescoço. Também quis trazer as falas das ruas, e a Gloria me deixou usar frases que eu ouço por aí. Hoje, algumas delas já chegam escritas no roteiro", conta Nando, que repete máximas do tipo "Deixa meu cavalo andar" e "Em terra de Saci uma calça dá pra dois". É o Pescoço falando.

Esta última frase sai da boca do ex-presidiário, um mulherengo incorrigível casado com Delzuite (Solange Badim), quando ele fala do seu envolvimento com a periguete Maria Vanúbia (Roberta Rodrigues).

"Muitas mulheres nas ruas já quiseram me bater. Apesar de ter uma leveza, Pescoço é um cafajeste. Quis ser bem canalha. Fofo eu já fui quando era o Pimpinela de ´Araguaia´ (2010)", compara o ator, que estreou na televisão em 1999 como o malandro Johnny Bala da "Escolinha do Barulho", da Record.

Subúrbio

O ator entre Roberta Rodrigues e Solange Badim em cena da novela
Apesar de ter interpretado tipos diversos - já viveu até Grande Otelo na minissérie "Dalva e Herivelto" (2010) -, Nando afirma ter vivenciado o universo de Pescoço. "Tenho propriedade para fazer um suburbano".

Formado em Letras pela Universidade Federal Fluminense, Nando, que é casado e pai de Davi, de 8 meses, está com a matrícula da curso de Artes Cênicas na UniRio trancada por conta da novela. "Eu já tinha feito novelas das 18h, mas faltava uma às 21h. É como estar na Seleção Brasileira. Mas não esperava um personagem de repercussão numa novela com tantos talentos", observa.

Sem contrato fixo, ele se preocupa com o futuro. "Pretendo dar aula de teatro. É meu projeto de aposentadoria. Não quero sucesso. Eu preciso ganhar dinheiro para criar meu filho, pagar a prestação da minha casa e o plano de saúde. Daqui a pouco a novela acaba. Espero que autores e diretores passem a me olhar com outros olhos. Afinal, o personagem negro não precisa ficar restrito ao subúrbio", pondera o ator.
Zean Bravo
Agência O Globo

FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1243932

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