Novela “Amor à vida” é patrulhada por conselhos profissionais. Pode?
A novela da Rede Globo tem sido constantemente notificada por conselhos profissionais que parecem não ter mais o que fazer. Reclamam, por exemplo, da paciente Paloma (foto – Paolla Oliveira) que recebeu eletrochoque como tratamento. A Associação Brasileira de Psiquiatria parece que se doeu, ou quis surfar na fama, e defendeu sua “preocupação” com a “repercussão que cenas tão agressivas possam causar”. Para esses conselhos o povo deve ser tonto e não sabe avaliar que aquilo é uma “novela”.
Walcyr Carrasco, o autor do folhetim, para retratar o hospital da novela disse utilizar especialistas. Mas mesmo que não utilizasse. Continua sendo novela. Ficção. “Mentirinha”. Será que os conselhos são tão primários assim? Ou uma onda exageradíssima de “politicamente correto”, conservadorismo e patrulhamento em nacos vem assolando cabeças caretas e ultraformalistas?
Carrasco afirma, com razão, enxergar um autoritarismo no patrulhamento. Diz o autor: “Essas associações querem exercer um controle sobre o que a sociedade deve pensar. É atitude autoritária travestida de preocupação bem-intencionada”.
Que pena que a arte continue a enfrentar agressões e violências desse tipo. Viva a arte, “mesmo que” livre.
[PS. 1) Respeitáveis senhores do CRM, o OG adverte que a foto utilizada retrata só ficticiamente uma médica. É de mentirinha. 2) O PS1 é de brincadeira.] OBSERVATÓRIO GERAL.
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