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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Gasolina aditivada atinge R$ 3,09

NÍVEL HISTÓRICO NA CAPITAL

Gasolina aditivada atinge R$ 3,09

03.12.2013

O litro da gasolina comum, por sua vez, já é encontrado em Fortaleza pelo valor de R$ 2,99
Apesar de não ser o combustível mais procurado pelos motoristas de Fortaleza, a gasolina aditivada foi destaque ontem na Capital; não de uma forma positiva. É que o litro do produto alcançou um patamar nunca antes visto na cidade: R$ 3,09. Tal valor, que chamou muita atenção dos consumidores nesta segunda-feira, foi desencadeado pelo repasse feito pelos postos após o governo aprovar, no último sábado, um reajuste de 4% no preço da gasolina comum, que também já ficou mais cara e é encontrada por até R$ 2,99 desde domingo.

O preço dos combustíveis disparou após o governo aprovar, no último sábado, um reajuste de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel nas refinarias. Na maioria dos postos, a alta foi repassada imediatamente ao consumidor FOTO: TUNO VIEIRA

A reportagem percorreu estabelecimentos de Fortaleza ontem e constatou o valor de R$ 3,09 para a gasolina aditivada no posto Sobral e Palácio (Shell), que fica localizado na Avenida Aguanambi. "Falando apenas da Capital, acredito que seja o maior valor da história", opina o assessor de economia do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa.

No total, 17 postos foram visitados pela reportagem. Fora o Sobral e Palácio, outros dois estabelecimentos registraram preço superior a R$ 3 no litro da gasolina aditivada. São eles: posto Baj (R$ 3,04), na Avenida Pontes Viera, e Nossa Senhora da Glória (R$ 3,01), na Avenida Oliveira Paiva. O menor valor foi encontrado no posto CV, na BR-116, onde o litro saía a R$ 2,92.

Comum segue em alta
Como o Diário do Nordeste já havia constatado no último domingo, a gasolina comum já beira o patamar de R$ 3. Ontem, três postos de Fortaleza já cobravam R$ 2,99 pelo litro do combustível - Baj, na Avenida Pontes Vieira; Sobral e Palácio, na Aguanambi; e Nossa Senhora da Glória, na Oliveira Paiva. Esse valor é R$ 0,10 superior ao preço máximo registrado na Capital entre os dias 24 e 30 de novembro, segundo dados do site da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O valor mais encontrado ontem para a gasolina comum, porém, foi de R$ 2,89, já que, dos 17 postos apurados, nove cobravam esse preço pelo litro do combustível, enquanto outros quatro estabelecimentos pediam R$ 2,87. O menor preço foi registrado no posto Marcos Moreira, localizado na BR-116, onde a gasolina comum custava R$ 2,86.

Para Antônio José Costa, é difícil prever se os valores da gasolina subirão ainda mais na Capital. "É o tipo de situação que só ficará clara daqui a cinco dias. No começo, como o mercado é livre, cada posto faz seu preço, mas depois iremos caminhar para um mercado mais definitivo. O aumento chegou às distribuidoras e o repasse foi imediato", frisa o assessor do Sindipostos.

Diesel e etanol
Também presente no reajuste autorizado pelo governo, o óleo diesel, que subiu 8% nas refinarias, apresentou preços elevados na Capital. Em dois estabelecimentos, o preço do litro do combustível era de R$ 2,59 ontem, valor R$ 0,29 superior ao menor patamar encontrado (R$ 2,30).

O etanol também apresentou uma discrepância considerável em Fortaleza, sendo encontrado tanto por R$ 2,39, em cinco estabelecimentos, e por R$ 2,19, em outros dois (R$ 0,20 a mais).

Petrobras: maior queda desde 2008
São Paulo A Petrobras teve ontem seu maior tombo diário na Bolsa desde a crise de 2008, diante da decepção do mercado com o reajuste da gasolina e do diesel anunciado na última sexta-feira e com a falta de detalhes sobre a nova política de preços da estatal. Os papéis mais negociados da companhia fecharam em queda de 9,21%, a R$ 17,36, enquanto os ordinários (menos negociados, com direito a voto) registraram desvalorização de 10,37%, a R$ 16,42. Foi a maior perda diária de ambos os papéis desde 12 de novembro de 2008, quando perderam mais de 13% cada. As duas ações da estatal, juntas, representam cerca de 12% do principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, que fechou em queda de 2,36%, a 51.244 pontos. Foi a maior desvalorização diária do índice desde 30 de setembro deste ano, quando perdeu 2,61%.

Política de preços
Na última sexta-feira, a Petrobras aprovou uma nova política de preços, que começou com um aumento de 4% para gasolina e 8% para o diesel, nas refinarias. Nos postos, o aumento da gasolina ficou perto de 2%. Para o diesel, de 5%.

Em nota, a estatal deixou claro que os critérios de reajuste não serão divulgados, mas disse que o modelo irá garantir a "convergência dos preços internacionais dos combustíveis ao mercado doméstico". Esse processo é considerado essencial por especialistas para que a empresa reduza o prejuízo e consiga manter seu modelo de negócios.

"O percentual do reajuste deixou a desejar, mas o mercado ficou mais frustrado com a nova política de preços. Não houve detalhes sobre o acordo entre a empresa e governo e, na avaliação do mercado, foi perdida a chance de mudar a postura de falta de clareza nas decisões da empresa", diz Luana Helsinger, analista do GBM (Grupo Bursátil Mexicano). Para Luana, a não transparência sobre os detalhes da política de preços da Petrobras é uma forma de o governo se proteger. "Se ele de fato divulgasse uma fórmula para os reajustes, o mercado o cobraria para que essa conta fosse seguida a risca. E poderia ser um tiro no pé", avalia.

Avaliações
"O reajuste foi abaixo do que a Petrobras precisa para fechar o "gap" em relação aos preços internacionais e acabar com as perdas", diz Marcos Sequeira, do Deutsche Bank, em relatório.

"O mercado deve temer que essa pode ser o último aumento dos preços até a eleição presidencial de 2014", acrescenta.

ÁQUILA LEITEREPÓRTER

Na década, gasolina comum disparou 40,4% no Estado
Na hora de abastecer o veículo, a preferência do consumidor pelo etanol é cada vez mais rara no Ceará. Mesmo que o litro do álcool continue mais barato que o da gasolina, a diferença entre os preços desses combustíveis vem diminuindo ao longo dos anos.

Essa realidade, comum em grande parte do País, influencia diretamente na decisão da clientela quando o assunto é custo-benefício. Enquanto o preço médio do litro da gasolina comum, no Ceará, aumentou 40,4% na última década, o valor do etanol registrou crescimento de 61,5%, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

No Nordeste, o Estado apresenta a sexta maior variação no preço do álcool. Os três primeiros são Alagoas (84%), Sergipe (78,9%) e Pernambuco, 74,1%. Com relação à gasolina, o Ceará aparece com a quarta maior alta, atrás de Sergipe (46,1%), Rio Grande do Norte (43,2%) e Pernambuco (41,9%). Em novembro de 2003, o preço médio do litro do etanol era R$ 1,446, valor que ficou em 2,336 no mês passado, R$ 0,89 mais caro. Em igual período deste ano, a gasolina passou de R$ 2,010 para R$ 2,823, variação de R$ 0,81.

Só em comparação a novembro de 2012, o valor médio do etanol nos postos de combustíveis do Ceará teve alta de 7,18%, pulando de R$ 2,187 para R$ 2,343. Para a gasolina, o índice foi de 1,3%, já que o preço passou de R$ 2,785 para R$ 2,823.

"É mais vantajoso abastecer com gasolina, mesmo que o etanol seja menos poluente e seja melhor para o motor do veículo, pois é um combustível que dura mais. Somente em cinco estados é mais econômico trocar a gasolina pelo etanol: São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná", afirma o assessor econômico do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Ceará (Sindipostos-CE), Antonio José Costa.

Segundo explica, só vale a pena escolher o etanol caso seja, no mínimo, 30% mais barato que a gasolina. Com o preço médio da gasolina em R$ 2,823, por exemplo, o consumidor só economizaria caso comprasse o litro do etanol até R$1,977.

Gasolina mantém vantagem
Em Fortaleza, o litro mais barato de gasolina custa R$ 2,699, e o do etanol R$ 2,119. Mesmo sendo 21,5% mais em conta, o preço do álcool está abaixo do mínimo necessário para garantir economia ao consumidor.

Costa alerta que o encurtamento da diferença entre os preços dos dois combustíveis prejudica apenas o consumidor final. "Para o varejista, tanto faz vender um ou outro. Eles estão comercializando mais gasolina. Os produtores não perdem, pois, para cada quatro litros de gasolina, é preciso um de álcool", reflete.

Na opinião dele, para que o etanol volte a ser competitivo, o governo federal precisa deixar a Petrobras vender gasolina com base nos preços do mercado internacional.

RAONE SARAIVAREPÓRTER




FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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