EM FORTALEZA
Venezuelano tenta volta ao mundo
10.11.2014
O viajante visitou 115 países em uma moto elétrica e pretende conquistar lugar no Livro dos Recordes
O Terminal Rodoviário Engenheiro João Tomé amanheceu com muitos passageiros para desembarque e embarque durante a manhã de ontem. Mas um deles chamava a atenção de quem passava pelo local. Era o venezuelano de 52 anos Ismael Morales, que percorreu 115 países em uma moto elétrica para divulgar a importância da lei para pessoas com deficiência.
Todos que passavam pelo local direcionavam o olhar para Ismael. Alguns poucos procuravam saber o que aquele homem fazia dentro da Rodoviária com o equipamento. Mas, a quem perguntava, ele ia contando um pouco da história. O venezuelano quer entrar no Guinness, Livro dos Recordes, como a primeira pessoa com deficiência física a dar a volta ao mundo.
Paralisia infantil
Morales explicou que teve paralisia infantil (poliomielite) quando criança, mas o problema nunca o impediu de realizar os sonhos dele, que fala sete idiomas e que já precisou parar com as viagens, que já duram mais de cinco anos, para se tratar, quando foi vítima de um assalto e levou um golpe de faca.
O venezuelano contou que as pessoas não entendem a lei da pessoa com deficiência física e que pretende difundir e fazer um trabalho de conscientização, para isso, ele permanece nas rodoviárias conversando e também busca a imprensa para falar das viagens.
Ismael coloca o equipamento no navio ou em ônibus dependendo do próximo destino. Ele veio da Paraíba, mas disse que já passou por Amazonas e Pará. Deve ficar até hoje, segunda-feira, na Rodoviária, localizada na Avenida Borges de Melo e, em seguida, partir para uma nova aventura e um novo lugar.
Apesar de ser natural da Ilha de Margarita, no nordeste de Caracas, Morales começou a viagem pela Colômbia e diz ter visitado todos os países da América do Sul e parte da Europa.
Ele não pode usar as penas e depende de uma muleta para ficar em pé, mas explica que uma das maiores dificuldades é arrecadar dinheiro para viajar. Ele depende do patrocínio ou ajuda das pessoas que conhece nas viagens e nem sempre consegue. Já teve que dormir na rua e passou fome diversas vezes, mas confessa que, apesar das dificuldades, vai continuar.
Morales orienta que as pessoas que quiserem ajudá-lo ou conhecer as histórias de viagens a visitar a rodoviária até hoje pela manhã, quando o viajante deve embarcar em uma nova aventura. Depois de obter o recorde ele diz que não quer voltar para a Venezuela e que vai continuar viajando. Ainda faltam alguns países da América Central, Ásia e Europa, além de alguns Estados brasileiros.
O venezuelano cita que os locais e rotas de viagens não são pensados para pessoas com deficiências físicas e que a violência também é um grande problema, mas que quer aproveitar a vida em nome dos direitos humanos.
Jéssica Sisnando
Especial para Cidade
Especial para Cidade
FONTE:
DN
Nenhum comentário:
Postar um comentário