ALTA DE TARIFAS
Protesto termina com vandalismo
10.01.2015
O ato contra o aumento das passagens de ônibus na capital paulista teve momentos de violência e adesão de 'black blocs'
São Paulo. Um protesto contra o aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem voltou a ter confrontos e vandalismo, na noite de ontem, em São Paulo. O ato foi organizado pelo Movimento Passe Livre.
Ao menos três agências bancárias e duas concessionárias de carros foram depredadas. Um ônibus foi queimado.
A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e de gás e balas de borracha contra os manifestantes. Ao menos, 32 pessoas foram detidas, de acordo com a corporação.
O ato - que reuniu em torno de 2 mil pessoas, conforme a PM - começou de forma pacífica na frente do Theatro Municipal, no Centro. De lá, seguiu rumo à Av. Paulista. Na Rua da Consolação, no meio do trajeto, teve início a confusão.
Os policiais não queriam permitir que os mascarados ocupassem toda a pista. Então, eles começaram a atirar objetos em algumas lojas.
Na via, uma agência do Santander e uma concessionária Kia tiveram vidros quebrados por adeptos da tática "black bloc" - que defendem o dano ao patrimônio como forma de protesto.
Perto ali, foram ainda depredadas uma agência do Banco do Brasil, na Av. Higienópolis, e outra do Bradesco, na rua Frei Caneca. A outra concessionária danificada fica na Rua Augusta. O ônibus foi incendiado na rua Bahia. Com medo da confusão, lojistas baixaram as portas.
Os "black blocs" se juntaram aos manifestantes ainda no início do ato.
"Estava em casa e eles desceram quebrando tudo, de graça", afirma o administrador Roberto Nogato, que filmou a ação dos "black blocs" do apartamento.
De acordo com a PM, a entrada das estações Consolação e Trianon-Masp do metrô foram fechadas.
As passagens estão mais caras desde terça (6), quando passaram de R$ 3 para R$ 3,50. O valor não subia desde 2011 nos ônibus e desde 2012 no caso dos trens e metrô.
Cerca de 120 policiais militares acompanharam o protesto. Apesar da confusão, o total de manifestantes foi semelhante ao primeiro ato contra a tarifa em junho de 2013, mas bem menor ao auge da série de manifestações que fez com que Estado e Prefeitura desistissem de reajustar os valores.
O ato de ontem teve boa parte dos autores das manifestações de junho de 2013. Além do MPL, participaram: Juntos (Juventude do PSOL), Território Livre, União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Nacional dos Estudantes de São Paulo (UEE).
Houve também manifestações no Rio e em Belo Horizonte, também organizadas pelo MPL. No Rio, onde a tarifa passou de R$ 3 para R$ 3,40, o ato reuniu cerca de mil pessoas no centro, segundo estimativas de policiais. O protesto de Belo Horizonte reuniu cerca de 250 pessoas, conforme a Polícia Militar.
DIÁRIO DO NORDESTE
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