AONDE VAIS? – Texto de Aldaléia Aquino
Aonde vais?
Calma!
Espera um pouco!
Não vês que, nessa tua marcha acelerada, estás apenas passando pela vida?
O sol chegou e, pela janela do teu quarto, quis te dizer bom dia, aquecer um pouco o teu coração.
Mas tu nem o percebeste, e ele saiu de fininho.
Ainda, no afã de sair pro trabalho, nem escutaste a sinfonia linda dos passarinhos, ali no teu jardim, saudando-te, acordando-te, dando um beijo na tua alma.
Não escutaste?
E aí, bem do teu lado, quem é?
Não vês?
Não percebes nada, nem ninguém?
Teus pensamentos, numa verdadeira barafunda, estão decolando, atordoados, sem destino. Batem-se e debatem-se, desordenadamente.
Tu te preparas, tomas o teu café às pressas, ligas o teu carro, e vais, para mais um dia de trabalho, deixando pra trás, sem se aperceber, aquilo que realmente conta: a cumplicidade, o aconchego, o carinho, a amizade, o que sustenta e eterniza uma relação. Relação com a tua “outra metade”, com o teu filho ou com o teu neto, e, pior ainda, contigo mesmo.
O tempo te escravizou e ficas preso aos laços da indiferença, que, tu mesmo, cego espiritualmente, criaste. Será que estou dizendo coisa errada?
E corres, e corres, e corres, sufocado pelos próprios emaranhados, pelas próprias teias.
Não tens tempo pra tua família, pros teus amigos, nem para os que estão contigo, lado a lado, nessa viagem. Nem mesmo pra ti.
É como se estivesses acima de tudo, buscando tudo e perdendo tudo, por que, mergulhado no mar escuro da ganância e com os olhos vendados para a vida, para a felicidade, para o amor.
Vamos, acorda!
Ainda é tempo.
Busquemos o verdadeiro sentido do viver, abramos os olhos da nossa alma, e voemos, mas voemos juntos, de mãos dadas, de alma livre e leve, numa revoada plena, completa e feliz!
E mais, com endereço certo!
Aldaléia Aquino – 15.04.2007
Aldaléia Aquino
.........................................
Pra você, amigo(a), mais um poeminha meu.
Grande abraço.
Aldaléia
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Pra você, amigo(a), mais um poeminha meu.
Grande abraço.
Aldaléia
POEMA
Eu queria ter
Coração de poeta,
Para falar do céu,
Das estrelas,
Do sol e da lua,
Do mar e dos rios,
Dos vales e das montanhas,
Das flores e dos colibris,
Da abelha e da borboleta,
Da formiga e da lagarta,
Da luz e da sombra,
Da semente e do fruto,
Da música e do lamento,
Da lágrima e do sorriso,
Do devaneio em busca
Do infinito...
Da pedra e do orvalho,
Da solidão e da saudade...
Da criança e do velho.
Eu queria ser poeta
Para fazer poesia de tudo.
Do que vejo
E do que sinto
Aqui dentro de mim,
Nas minas e cavernas...
Da minha alma...
Eu queria ser poeta
Para falar dos mistérios da vida,
Dos mistérios do amor,
Em todas as suas nuances...
Quem dera ser poeta
Para falar de vocês
E pra cada um de vocês,
Meus filhos,
E pro meu netinho,
O meu Luquinhas.
Sim, eu queria ser poeta.
Para falar de Você,
Meu Deus,
Em toda a Sua plenitude!
Aldaléia Aquino
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